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Porque é que a Turquia e a Grécia centram as atenções dos economistas?

Porque é que a Turquia e a Grécia centram as atenções dos economistas?
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Nesta edição olhamos para o debate na Turquia sobre as taxas de juro e tiramos a radiografia à mais recente bóia de salvação oferecida à Grécia.

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Nesta edição olhamos para o debate na Turquia sobre as taxas de juro e tiramos a radiografia à mais recente bóia de salvação oferecida à Grécia.

Há meses que o Banco Central da Turquia se opõe a um corte na taxa de juro de referência. No entanto, na semana ada, acabou por fazê-lo, apesar da insatisfação do presidente Erdogan e das críticas renovadas por parte dos decisores políticos.

A lira turca está em níveis mínimos em relação ao dólar e os economistas não escondem cepticismo em relação à independência do Banco Central.

A reportagem é do correspondente da euronews em Istambul, Bora Bayraktar.

Banco Central da Turquia centra todas as atenções

Depois de meses de debate, o Banco Central da Turquia decidiu cortar a taxa de juro de referência em 25 pontos base. O presidente Recep Tayyip Erdogan e alguns ministros criticaram o regulador, afirmando que 25 pontos base, não são suficientes para relançar a economia.

De acordo com o Prof. Durmuş Dündar, da Istanbul Kultur University of Economy, “segundo os dados do Banco Central e as tendências globais, a instituição tomou uma decisão objectiva que me agrada, enquanto economista. Penso que é a decisão certa, apesar de o presidente dizer o contrário. Pergunto-me se o presidente quer ter uma taxa de câmbio mais alta. Pagar mais pelo dólar ou o euro. Há nisso uma vontade implícita de desvalorização?”

As críticas de Erdogan em relação ao governador do Banco Central afectaram a lira turca, que caiu, na sexta-feira, para o valor mais baixo de sempre em relação ao dólar: 2,53 liras por dólar.

“A decisão de cortar nas taxas de juro na Turquia é política ou económica? As opiniões divergem. Parece é que o Banco Central vai estar debaixo de fogo nos próximos meses”, explica o correspondente Bora Bayraktar.

Para aprofundar este tema, contamos com os comentários de Nour eldeen Al-Hammoury, chefe dos estrategas de mercado na ADS Securities em Abu Dhabi.

Como é que avalia a decisão de cortar a taxa de juro de referência tomada pelo Banco Central da Turquia? É uma decisão política ou económica? É a melhor forma de relançar a economia turca?

*“De facto, estamos a observar, nos últimos tempos, uma enorme pressão do governo sobre o Banco Central da Turquia.

Esta pressão pode ser parte de uma estratégia governamental antes das eleições.

O Banco Central tem mostrado muitos escrúpulos na tomada de decisões, tal como qualquer banco central no mundo que enfrente os desafios actuais. Está dependente de dados económicos e estas decisões não podem ter a interferência do governo.

Em Agosto, a instituição aumentou significativamente as taxas de juro, depois da inflação se ter aproximado dos 10%, por causa do colapso da lira turca.

A economia turca não está de boa saúde e a perspectiva não é animadora, com o crescimento a desenvolver-se a um ritmo bem mais lento do que no ado.

No último trimestre de 2014, a economia cresceu apenas 1,7%, o valor mais baixo desde 2012. Portanto, cortar nas taxas de juro é a única coisa que o regulador pode fazer, apesar da desvalorização contínua da lira, a menos que o banco decida intervir no mercado Forex para comprar liras e travar o colapso.

No entanto, estas decisões do Banco Central vão continuar a penalizar o crescimento e a economia pode entrar novamente em recessão este ano.”*

Dúvidas sobre a dívida: Terá a Grécia capacidade de pagar?

Na Grécia, a extensão do período de pagamento dos empréstimos internacionais é considerado por alguns como a bóia de salvação que evitou uma catástrofe económica. Outros estão cépticos. O governador do Banco da Grécia alerta para os riscos que advêm da pressão sobre a liquidez dos bancos.

O acordo de última hora para salvar a Grécia de uma situação de incumprimento, estendendo o programa de empréstimos por mais quatro meses, é um o importante para o Governo Tsipras

O governador do Banco da Grécia, Yannis Stournaras, ministro das Finanças do anterior Governo, espera que as reformas avancem e que seja alcançado um acordo final com os credores:

“Os bancos, depois do recente aumento de capital, têm capital suficiente. Mas, as pressões que a liquidez tem enfrentado, particularmente nos últimos meses, continuam a ser muito fortes. O elemento chave para aliviar a pressão será o progresso na implementação das reformas que foram prometidas.”.

A Grécia teme que o Governo de esquerda venha a impor uma nova vaga de austeridade por causa das reformas que prometeu realizar.

E será que o recente acordo terá sucesso?

*“Para os bancos – e como referiu o governador do banco central – podemos assistir a uma estabilização da liquidez em resultado do acordo. No entanto, as tensões podem regressar no verão e dar origem a uma nova fuga de capitais, especialmente se o governo não conseguir pedir outro prolongamento ou se surgir uma crise política pelo facto de o Governo recuar nas promessas que fez à população.

Portanto, o melhor a fazer é continuar com estabilização e encontrar uma solução estrutural para evitar uma saída da Grécia do euro, algo que paira sobre Atenas há cinco anos. O Governo tem encontrado sempre uma solução de última hora no Eurogrupo e o Eurogrupo não tem outra solução, por enquanto, senão continuar a salvar a Grécia, já que, se a Grécia falir, ou entrar em incumprimento, isso é um fracasso, não só para a Grécia, mas para toda a união monetária”*, conclui Nour eldeen Al-Hammoury, chefe dos estrategas de mercado na ADS Securities em Abu Dhabi.

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