{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2015/02/24/estados-unidos-fed-da-o-dito-por-nao-dito-quanto-a-taxa-de-juro-diretora" }, "headline": "Estados Unidos: FED d\u00e1 o dito por n\u00e3o dito quanto \u00e0 taxa de juro diretora", "description": "Neste epis\u00f3dio de Business Middle East, vamos decifrar a pol\u00edtica monet\u00e1ria da Reserva Federal norte-americana e adecis\u00e3o de manter inalteradas as", "articleBody": "Neste epis\u00f3dio de Business Middle East, vamos decifrar a pol\u00edtica monet\u00e1ria da Reserva Federal norte-americana e adecis\u00e3o de manter inalteradas as taxas de juro e o impacto dessa pol\u00edtica no M\u00e9dio Oriente. O destino da taxa diretora oscila entre as declara\u00e7\u00f5es controversas dos respons\u00e1veis do banco central dos Estqdos Unidos. Em dezembro \u00faltimo a inten\u00e7\u00e3o era o aumento da taxa. Logo a seguir, em janeiro, a espera foi a palavra de ordem e agora a FED defende a necessidade de manter a taxa inalterada por um per\u00edodo mais longo. O otimismo moderou-se depois das declara\u00e7\u00f5es oficiais, enquanto come\u00e7aram a surgir d\u00favidas sobre a real possibilidade de aumento da taxa diretora. Ao mesmo tempo surgem sinais negativos nos mercados do M\u00e9dio Oriente. Os respons\u00e1veis da Reserva Federal norte-americana mostram-se reticentes em avan\u00e7ar com a decis\u00e3o de aumentar a taxa de juro diretora. Dizem agora que talvez seja melhor n\u00e3o alterar nada durante um certo tempo. Pouco depois de ter anunciado a inten\u00e7\u00e3o de subir o juro em junho pr\u00f3ximo, o banco central dos Estados Unidos recuou para uma posi\u00e7\u00e3o mais cautelosa, com estimativas de uma subida l\u00e1 mais para o fim do ano. A surpresa \u00e9 que, pela primeira vez na \u00faltima d\u00e9cada, os respons\u00e1veis da pol\u00edtica monet\u00e1ria indicam que os fatores internacionais, como a desacelera\u00e7\u00e3o da economia e a queda dos pre\u00e7os do petr\u00f3leo afetam as perspetivas de crescimento econ\u00f3mico dos Estados Unidos. Os \u00faltimos indicadores econ\u00f3micos nacionais levaram a FED a concluir que ser\u00e1 preciso mais tempo para que a taxa de infla\u00e7\u00e3o volte a aproximar-se dos 2%. A \u00faltima declara\u00e7\u00e3o oficial tinha deixado uma nota positiva que levou na semana ada Wall Street a terminar em alta. Decis\u00f5es da FED afetam economias do Golfo O cen\u00e1rio era diferente no M\u00e9dio Oriente, o que fez com que a mudan\u00e7a para um tom mais negativo por parte da FED tenha levado os mercados do golfo a acumularem perdas. \u201cA Ar\u00e1bia Saudita, por exemplo, sofreu perdas de 1.14%, seguida do Egito com 0.59%. Abu Dabi e o Qatar tamb\u00e9m cairam mas menos severamente, com -0.12% e-0.52% respetivamente\u201d. Os analistas econ\u00f3micos dizem que os mercados do M\u00e9dio Oriente est\u00e3o a ser afetados pelos movimentos dos bancos centrais ao n\u00edvel internacional e particularmente da FED. As tens\u00f5es geopol\u00edticas na regi\u00e3o e principalmente a queda dos pre\u00e7os do petr\u00f3leo tamb\u00e9m contribuem para as mudan\u00e7as que est\u00e3o a afetar as economias um pouco por todo o mundo. Risco de defla\u00e7\u00e3o faz a FED recuar Como todas as semanas, falamos com Nour eldeen Al-Hammoury, respons\u00e1vel pela estrat\u00e9gia de mercado na ADS Securities em Abu Dabi, para uma an\u00e1lise mais aprofundada sobre as implica\u00e7\u00f5es da pol\u00edtica da FED. Daleen Hassan, Euronews: Ol\u00e1 Nour. A FED deu mais um o atr\u00e1s rapidamente. Parce que h\u00e1 uma certa indecis\u00e3o por parte dos respons\u00e1veis. Porqu\u00ea? Nour eldeen Al-Hammoury: \u201cCham\u00e1mos a aten\u00e7\u00e3o para isto aqui na Euronews em dezembro ado, na edi\u00e7\u00e3o anterior do Business Middle East. T\u00ednhamos dito na altura que a economia global e particularmente a economia americana n\u00e3o estavam no bom caminho. \u00c9 por isso que n\u00e3o estamos surpreendidos com o o atr\u00e1s da FED. De facto, atualmente n\u00e3o h\u00e1 press\u00e3o inflacionista nos Estados Unidos, antes pelo contr\u00e1rio, h\u00e1 desinfla\u00e7\u00e3o, que poder\u00e1 conduzir \u00e0 defla\u00e7\u00e3o especialmente porque os pre\u00e7os do petr\u00f3leo continuam baixos e, por enquanto, n\u00e3o h\u00e1 sinais de retoma desta queda brutal do pre\u00e7o do petr\u00f3leo. Para al\u00e9m disso, n\u00e3o devemos esquecer que cerca de 88% dos ind\u00edces econ\u00f3micos de fevereiro dos Estados Unidos s\u00e3o dececionantes. S\u00f3 12% s\u00e3o positivos. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 raz\u00f5es para uma subida da taxa proximamente. E: Apesar da continuidade dos dados negativos, porque \u00e9 que a FED tencionava aumentar as taxas de juro em junho? Poder\u00e1 isto p\u00f4r em causa a credibilidade do banco americano? N.E. H: A FED apostou em potenciais indicadores para a previs\u00e3o de aumento da taxa. Estes movimentos s\u00e3o feitos com base em previs\u00f5es. Contudo, aqui na ADS Securities n\u00f3s cham\u00e1mos a aten\u00e7\u00e3o para o abrandamento da economia americana assim que a FED parasse com a flexibiliza\u00e7\u00e3o quatitativa, que \u00e9 o que estamos a ver agora e j\u00e1 t\u00ednhamos visto aquando da primeira e da segunda vez que essa pol\u00edtica monet\u00e1ria foi aplicada a seguir \u00e0 crise financeira. Mas a Reserva Federal tenta sempre manter a credibilidade garantindo alguma seguran\u00e7a, tendo cuidado com as palavras e utilizando linguagem condicional. Por exemplo, quando diz coisas como \u201cSe os ind\u00edces econ\u00f3micos continuarem a subir poderemos aumentar a taxa brevemente. O que quer dizer que se os ind\u00edces forem negativos, como est\u00e1 a acontecer agora, a FED pode, facilmente, mudar de pol\u00edtica sem p\u00f4r em causa a sua credibilidade\u201d. E:\u201dVejamos o que se a com os mercados do M\u00e9dio Oriente. Porque \u00e9 que houve uma rea\u00e7\u00e3o negativa na semana ada a seguir \u00e0 reuni\u00e3o da FED. H\u00e1 outros fatores? N.E.H : Pela primeira vez em mais de dez anos, a FED faz refer\u00eancia aos desenvolvimentos internacionais, incluindo a \u00c1sia, a Europa e os Estados Unidos, assim como a queda do pre\u00e7o do petr\u00f3leo.Isto teve, claro, um enorme impacto aqui no M\u00e9dio Oriente. Depois do an\u00fancio da FED, houve uma certa volatilidade nos mercados , um pouco perdidos com a quest\u00e3o da taxa de juro e as bolsas encerraram no vermelho por v\u00e1rias raz\u00f5es: A primeira \u00e9 que todas as divisas das economias da regi\u00e3o est\u00e3o indexadas ao d\u00f3lar, ao mesmo tempo que os \u00edndices econ\u00f3micos da regi\u00e3o do golfo n\u00e3o foram encorajadores e muitas empresas n\u00e3o alcan\u00e7aram as expetativas financeiras e o valor das a\u00e7\u00f5es caiu. Para al\u00e9m disso, os desenvolvimentos recentes da tens\u00e3o entre o Egito e o grupo Estado Isl\u00e2mico fazem crescer receios de uma nova guerra regional.", "dateCreated": "2015-02-24T09:00:02+01:00", "dateModified": "2015-02-24T09:00:02+01:00", "datePublished": "2015-02-24T09:00:02+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F300384%2F1440x810_300384.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Neste epis\u00f3dio de Business Middle East, vamos decifrar a pol\u00edtica monet\u00e1ria da Reserva Federal norte-americana e adecis\u00e3o de manter inalteradas as", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F300384%2F432x243_300384.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Negocios Series" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Estados Unidos: FED dá o dito por não dito quanto à taxa de juro diretora

Estados Unidos: FED dá o dito por não dito quanto à taxa de juro diretora
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Neste episódio de Business Middle East, vamos decifrar a política monetária da Reserva Federal norte-americana e adecisão de manter inalteradas as

PUBLICIDADE

Neste episódio de Business Middle East, vamos decifrar a política monetária da Reserva Federal norte-americana e adecisão de manter inalteradas as taxas de juro e o impacto dessa política no Médio Oriente.

O destino da taxa diretora oscila entre as declarações controversas dos responsáveis do banco central dos Estqdos Unidos. Em dezembro último a intenção era o aumento da taxa. Logo a seguir, em janeiro, a espera foi a palavra de ordem e agora a FED defende a necessidade de manter a taxa inalterada por um período mais longo.

O otimismo moderou-se depois das declarações oficiais, enquanto começaram a surgir dúvidas sobre a real possibilidade de aumento da taxa diretora. Ao mesmo tempo surgem sinais negativos nos mercados do Médio Oriente.

Os responsáveis da Reserva Federal norte-americana mostram-se reticentes em avançar com a decisão de aumentar a taxa de juro diretora. Dizem agora que talvez seja melhor não alterar nada durante um certo tempo. Pouco depois de ter anunciado a intenção de subir o juro em junho próximo, o banco central dos Estados Unidos recuou para uma posição mais cautelosa, com estimativas de uma subida lá mais para o fim do ano.

A surpresa é que, pela primeira vez na última década, os responsáveis da política monetária indicam que os fatores internacionais, como a desaceleração da economia e a queda dos preços do petróleo afetam as perspetivas de crescimento económico dos Estados Unidos.

Os últimos indicadores económicos nacionais levaram a FED a concluir que será preciso mais tempo para que a taxa de inflação volte a aproximar-se dos 2%.

A última declaração oficial tinha deixado uma nota positiva que levou na semana ada Wall Street a terminar em alta.

Decisões da FED afetam economias do Golfo

O cenário era diferente no Médio Oriente, o que fez com que a mudança para um tom mais negativo por parte da FED tenha levado os mercados do golfo a acumularem perdas.

“A Arábia Saudita, por exemplo, sofreu perdas de 1.14%, seguida do Egito com 0.59%. Abu Dabi e o Qatar também cairam mas menos severamente, com -0.12% e-0.52% respetivamente”.

Os analistas económicos dizem que os mercados do Médio Oriente estão a ser afetados pelos movimentos dos bancos centrais ao nível internacional e particularmente da FED. As tensões geopolíticas na região e principalmente a queda dos preços do petróleo também contribuem para as mudanças que estão a afetar as economias um pouco por todo o mundo.

Risco de deflação faz a FED recuar

Como todas as semanas, falamos com Nour eldeen Al-Hammoury, responsável pela estratégia de mercado na ADS Securities em Abu Dabi, para uma análise mais aprofundada sobre as implicações da política da FED.

Daleen Hassan, Euronews: Olá Nour. A FED deu mais um o atrás rapidamente. Parce que há uma certa indecisão por parte dos responsáveis. Porquê?

Nour eldeen Al-Hammoury: “Chamámos a atenção para isto aqui na Euronews em dezembro ado, na edição anterior do Business Middle East. Tínhamos dito na altura que a economia global e particularmente a economia americana não estavam no bom caminho. É por isso que não estamos surpreendidos com o o atrás da FED. De facto, atualmente não há pressão inflacionista nos Estados Unidos, antes pelo contrário, há desinflação, que poderá conduzir à deflação especialmente porque os preços do petróleo continuam baixos e, por enquanto, não há sinais de retoma desta queda brutal do preço do petróleo.

Para além disso, não devemos esquecer que cerca de 88% dos indíces económicos de fevereiro dos Estados Unidos são dececionantes. Só 12% são positivos. Por isso, não há razões para uma subida da taxa proximamente.

E: Apesar da continuidade dos dados negativos, porque é que a FED tencionava aumentar as taxas de juro em junho? Poderá isto pôr em causa a credibilidade do banco americano?

N.E. H: A FED apostou em potenciais indicadores para a previsão de aumento da taxa. Estes movimentos são feitos com base em previsões. Contudo, aqui na ADS Securities nós chamámos a atenção para o abrandamento da economia americana assim que a FED parasse com a flexibilização quatitativa, que é o que estamos a ver agora e já tínhamos visto aquando da primeira e da segunda vez que essa política monetária foi aplicada a seguir à crise financeira.

Mas a Reserva Federal tenta sempre manter a credibilidade garantindo alguma segurança, tendo cuidado com as palavras e utilizando linguagem condicional. Por exemplo, quando diz coisas como “Se os indíces económicos continuarem a subir poderemos aumentar a taxa brevemente. O que quer dizer que se os indíces forem negativos, como está a acontecer agora, a FED pode, facilmente, mudar de política sem pôr em causa a sua credibilidade”.

E:”Vejamos o que se a com os mercados do Médio Oriente. Porque é que houve uma reação negativa na semana ada a seguir à reunião da FED. Há outros fatores?

N.E.H : Pela primeira vez em mais de dez anos, a FED faz referência aos desenvolvimentos internacionais, incluindo a Ásia, a Europa e os Estados Unidos, assim como a queda do preço do petróleo.
Isto teve, claro, um enorme impacto aqui no Médio Oriente. Depois do anúncio da FED, houve uma certa volatilidade nos mercados , um pouco perdidos com a questão da taxa de juro e as bolsas encerraram no vermelho por várias razões: A primeira é que todas as divisas das economias da região estão indexadas ao dólar, ao mesmo tempo que os índices económicos da região do golfo não foram encorajadores e muitas empresas não alcançaram as expetativas financeiras e o valor das ações caiu.

Para além disso, os desenvolvimentos recentes da tensão entre o Egito e o grupo Estado Islâmico fazem crescer receios de uma nova guerra regional.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

2015: A profunda incerteza da economia global

A (in)decisão da Fed na mira do mundo

OPEP: As consequências da elevada produção de petróleo