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Revista Económica do Ano: A versão económica da Guerra Fria

Revista Económica do Ano: A versão económica da Guerra Fria
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A nova etapa da economia russa começou em março de 2014, com anexação da Crimeia pela Rússia. Pela primeira vez na era pós-soviética, o Ocidente aplicou sanções a Moscovo.

A início visavam personalidades, mas as sanções foram agravadas com crise no leste da Ucrânia e a queda do Boeing MH17.

As companhias estatais russas e os bancos perderam o o aos mercados de capitais do Ocidente. A economia russa, já em desaceleração, viu acentuar-se a tendência.

Sobre tempestades económicas, Warren Buffet diz: “ Só se sabe quem nada nú, quando a maré recua”. E a economia russa está despida.

O petróleo é o principal produto de exportação. O preço recuou mais de 40% para a casa dos 60 dólares e o rublo perdeu metade do valor face ao dólar, apesar dos esforços do Banco Central.

No espaço de poucos meses, milhões de russos perderam as poupanças em rublos. O consumo está a afundar e os capitais estão a fugir do país, como reconhece o ministro das Finanças, Anton Siluanov: “A União Europeia e os Estados Unidos limitaram-nos o o aos capitais, o que nos custa cerca de 40 mil milhões de dólares por ano. É um montante enorme, é óbvio. Mas, se olharmos para a fuga de capitais rondava os 100 mil milhões de dólares, até agora, mas pode atingir, este ano, 130 mil milhões de dólares”.

Em agosto, a Rússia contra-ataca, com um embargo aos produtos alimentares norte-americanos e europeus. Com o mercado russo depende das importações, o embargo fez disparar a inflação aproximando-a dos dois dígitos, em apenas um mês, e dos 10%, no final do ano.

Na Europa, os efeitos da retaliação russa não foram tão fortes como previsto, mas alguns países e setores foram bastante penalizados. As sanções russas, em plena época de colheitas, obrigaram os agricultores a distribuir, gratuitamente, produtos como pêssegos ou batatas.

O gabinete europeu de estatística estima que o setor tenha perdido 12 mil milhões de euros.

A arma do gás voltou a ser usada.

A Rússia, principal fornecedor de gás da União Europeia, aproximou-se de novos aliados, como a China, e anunciou o abandono do gasoduto SouthStream, que deveria abastecer o Leste e Sul da Europa.

Apesar do conflito, União Europeia e Rússia mantêm ainda uma ampla gama de relações.

Mas a evolução das relações económicas depende muito das questões políticas, considera o analista Peter Balazs: “Deveremos chegar a uma nova ordem nesta região, localizada hoje entre a Rússia e a União Europeia, para definir finalmente fronteiras, várias questões de soberania, tensões étnicas, por aí adiante, e só depois poderemos construir nessa base”.

Para levantar as sanções e restaurar a confiança, os líderes ocidentais exigem que Moscovo mude a política em relação à Ucrânia. Mas Putin responde: “Sobre a questão das sanções, elas são a reação nervosa dos Estados Unidos e dos seus aliados à nossa posição face aos acontecimentos na Ucrânia, a chamada ‘Primavera da Crimeira’. Estou seguro de que, se nada disto tivesse acontecido, eles teriam inventado motivos para conter o potencial de crescimento da Rússia”.

E, no final, o que podem esperar os europeus e os russos desta guerra político-económica?

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