As conclusões vêm na sequência do veto da Rússia, em 2024, à continuação do controlo da ONU e incluem imagens de armas norte-coreanas encontradas na Ucrânia.
Os aliados ocidentais acusaram a Rússia e a Coreia do Norte de violarem flagrantemente as sanções das Nações Unidas através de uma estreita cooperação militar que permitiu a Moscovo intensificar os seus ataques com mísseis contra cidades ucranianas, numa altura em que a guerra total entra no seu quarto ano.
A condenação conjunta faz parte do primeiro relatório publicado pela recém-formada Equipa Multilateral de Monitorização das Sanções, encarregada de acompanhar as violações das sanções de Pyongyang desde o ano ado.
O documento de 29 páginas, compilado pelos EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Canadá, Austrália, Itália, Países Baixos e Nova Zelândia, afirma que Pyongyang e Moscovo levaram a cabo muitas "atividades ilegais" proibidas pelas resoluções existentes da ONU.
Segundo o relatório, a Coreia do Norte forneceu à Rússia armas e equipamento militar, incluindo mísseis balísticos, cartuchos de artilharia e veículos blindados para serem utilizados na guerra de Moscovo contra a Ucrânia.
Citando informações de um país não identificado, a equipa de monitorização disse que cerca de nove milhões de munições de artilharia e rockets foram entregues pela Coreia do Norte à Rússia no ano ado em navios de carga com bandeira russa.
A equipa de monitorização confirmou também a transferência de pelo menos 100 mísseis balísticos, que foram lançados na Ucrânia "para destruir infraestruturas civis e aterrorizar zonas populosas como Kiev e Zaporizhzhia".
As provas fotográficas do relatório mostram contentores de munições, sistemas de artilharia e armas anti-tanque que se acredita terem sido fabricados na Coreia do Norte e recuperados na Ucrânia.
O apoio de Pyongyang "contribuiu para a capacidade de Moscovo de aumentar os seus ataques com mísseis contra as cidades ucranianas, incluindo ataques dirigidos contra infraestruturas civis críticas", afirmou a coligação.
O relatório afirma ainda que mais de 11.000 soldados norte-coreanos foram destacados para a Rússia desde outubro de 2024, ganhando experiência no campo de batalha e apoiando o esforço de guerra da Rússia.
Em troca dessa ajuda, a Rússia terá transferido sistemas de defesa aérea para a Coreia do Norte, treinado as suas tropas e fornecido produtos petrolíferos muito para além do limite máximo exigido pela ONU.
A equipa de monitorização, que exortou Pyongyang a "empenhar-se numa diplomacia significativa", alertou para o facto de ambos os países parecerem empenhados em aprofundar a sua aliança militar.
As sanções da ONU contra a Coreia do Norte começaram em 2006, na sequência do seu primeiro ensaio nuclear, e foram alargadas através de uma série de resoluções destinadas a restringir o financiamento dos seus programas de armamento.
A última dessas resoluções foi adoptada em 2017. Desde então, a Rússia e a China têm bloqueado novas ações, incluindo um esforço liderado pelos EUA em 2022 para impor novas sanções em resposta aos lançamentos de mísseis da Coreia do Norte.