O chanceler alemão Friedrich Merz critica a ofensiva militar israelita em Gaza. Já não compreende o objetivo, disse, referindo-se ao sofrimento dos civis.
Os planos de Israel para assumir o controlo da Faixa de Gaza através de uma ofensiva militar e ocupar 75% da Faixa de Gaza foram amplamente criticados a nível internacional. O chanceler alemão Friedrich Merz também se pronunciou agora claramente.
"O que o exército israelita está agora a fazer na Faixa de Gaza: Sinceramente, já não compreendo com que objetivo", disse Merz no WDR Europaforum, na conferência digital re:publica, em Berlim. Merz criticou o facto de o número de vítimas civis nos ataques ser repetidamente elevado. Os palestinianos que ainda vivem na Faixa de Gaza dependem da ajuda internacional, que Israel bloqueou até há pouco tempo, com o argumento de que o Hamas iria beneficiar com essa ajuda.
"Causar tanto sofrimento à população civil, como tem sido cada vez mais o caso nos últimos dias, já não pode ser justificado pela luta contra o terrorismo do Hamas", afirmou o Chanceler.
O direito humanitário internacional deve ser respeitado em todas as circunstâncias. "O governo israelita não deve fazer nada que nem mesmo os seus melhores amigos estejam dispostos a aceitar a dada altura", continuou o Chanceler.
Críticas a Israel: Merz apela a um difícil equilíbrio
De um modo geral, Merz comentou as críticas do lado alemão ao governo israelita: "Temos agora de ser um pouco mais claros sobre isto". No entanto, a Alemanha tem uma responsabilidade especial para com Israel, acrescentou.
"Este país, a Alemanha, deve agora exercer mais contenção do que qualquer outro país do mundo ao dar conselhos públicos a Israel", disse Merz. No entanto, se o direito humanitário internacional for violado, o Chanceler Federal também deve dizer alguma coisa. "A questão é: com que clareza se critica agora e eu sou mais cauteloso por razões históricas", disse Merz.
A França, o Reino Unido e o Canadá declararam recentemente que iriam exigir o fim da operação militar israelita na Faixa de Gaza e das restrições à entrega de ajuda humanitária. Avisaram que iriam tomar "medidas concretas" se Netanyahu não mudasse de rumo, nomeadamente no que diz respeito à ajuda humanitária.