Podiam ver-se palestinianos a caminhar pelas ruas, cada um carregando pelo menos um saco, enquanto outros tinham carrinhos cheios de pertences. As pessoas puxavam as carroças elas próprias ou usavam motas e burros.
Os palestinianos da cidade de Gaza enfrentam mais uma vez a necessidade de se deslocarem depois de o exército israelita ter dado ordens de evacuação antes das operações militares contra o Hamas.
Abu Osama Bahar disse que já foi deslocado quinze vezes desde o início da guerra em 2023. Agora, não sabe para onde ir com os filhos pequenos.
"O que é que fizemos neste mundo para que isto nos aconteça? Somos todos civis. Somos todos mulheres e crianças em fuga", disse.
As FDI deram ordens na manhã de sexta-feira aos palestinianos para evacuarem imediatamente as zonas de Shajiyah, Turkman, Zaytoun e Tuffah.
Desde que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em colapso no mês ado, Israel emitiu várias ordens de evacuação em toda a Faixa de Gaza. Muitos palestinianos no norte da Faixa de Gaza têm de escolher entre ficar, apesar do perigo, ou enfrentar mais uma vez a deslocação.
"Estamos a apelar aos muçulmanos. Tenham piedade de nós", disse Amer al-Reefy, que foi deslocado do leste de Gaza. "Por favor, tenham piedade de nós. Já fomos deslocados um bilião de vezes e não sabemos para onde ir".
Israel iniciou uma grande campanha de bombardeamento após o colapso do cessar-fogo e apoderou-se de território no que diz ser uma tentativa de obrigar o Hamas a libertar mais reféns.
De acordo com as Nações Unidas, cerca de 400.000 pessoas foram obrigadas a deslocar-se na sequência do novo ataque.
A guerra em Gaza começou depois de os combatentes do Hamas terem efectuado um ataque no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando 1200 pessoas, na sua maioria civis.
Foram feitos 251 reféns, a maior parte dos quais foram entretanto libertados no âmbito das negociações entre as duas partes. Restam 59 reféns, 24 dos quais se pensa estarem ainda vivos.