Mercados mundiais enfrentaram flutuações acentuadas após uma recuperação no início do dia, com os índices a subirem 6% em Tóquio, 2,5% em Paris e 1,6% em Xangai.
As acções dos Estados Unidos voltaram a cair na terça-feira, após mais um dia de volatilidade no mercado, com Wall Street a ar de uma subida inicial para uma queda acentuada no fecho.
Depois de registarem ganhos durante a manhã, as ações começaram a cair após o anúncio do presidente Trump de que os EUA iriam impor uma tarifa de 104% sobre todas as importações chinesas a partir desta quarta-feira.
O S&P 500 subiu até 4,1% no início do dia, parecendo estar pronto para o seu melhor desempenho em anos, apenas para reverter esses ganhos e cair 3%. Acabou por reduzir as perdas para 1,6%, deixando o índice quase 19% abaixo do recorde de fevereiro.
O Dow Jones Industrial Average perdeu 320 pontos, ou 0,8%, depois de apagar um enorme ganho de 1.460 pontos, enquanto o Nasdaq Composite caiu 2,1%.
Estas oscilações drásticas seguiram-se a recuperações globais no início do dia, com as ações a subirem 6% em Tóquio, 2,5% em Paris e 1,6% em Xangai. Apesar destes ganhos, os analistas tinham avisado que era provável uma maior volatilidade nos próximos dias e horas.
A questão central para os investidores continua a ser quanto tempo Trump vai manter as estas tarifas elevadas sobre outros países, o que pode aumentar os preços para os consumidores norte-americanos e abrandar a economia.
Se as tarifas persistirem, economistas e investidores prevêem uma potencial recessão. No entanto, se Trump conseguir resolver a situação rapidamente através de negociações, o pior cenário pode ser evitado.
Ainda há alguma esperança em Wall Street de uma resolução negociada, o que alimentou a recuperação inicial. Trump anunciou que uma conversa com o presidente interino da Coreia do Sul ajudou a aproximá-los do que ele descreveu como um "grande NEGÓCIO" para ambos os países.
"A sua principal equipa está num avião a caminho dos EUA e as coisas estão a correr bem", publicou Trump no Truth Social. "Estamos também a lidar com muitos outros países, todos eles querem fazer um acordo com os Estados Unidos".
As ações do Japão lideraram os mercados globais em alta depois de o primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, ter nomeado um negociador comercial para as conversações com os EUA, uma decisão alegadamente baseada num acordo com Trump.
Entretanto, a China prometeu "lutar até ao fim" e implementar contramedidas depois de Trump ter ameaçado aumentar ainda mais as tarifas sobre a segunda maior economia do mundo. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou na terça-feira que a ameaça de Trump de aumentar as tarifas ia entrar em vigor após a meia-noite, com as importações da China a serem tributadas a uma taxa de 104%.
Esta nova ronda de tarifas entrou em vigor às 00h01 (hora de Washington). Trump afirmou que não vão ser permitidas isenções ou exclusões, de acordo com o negociador comercial Jamieson Greer.
O representante comercial dos EUA também disse, perante uma comissão do Senado, que cerca de 50 países já entraram em o para discussões sobre o comércio e que os EUA estão abertos a negociações.