Segundo a Amnistia Internacional, em 2024 foram levadas a cabo 1.518 execuções em todo o mundo, o que representa um aumento de 32% em relação ao ano anterior.
Em 2024, as execuções a nível mundial atingiram os níveis mais elevados em quase uma década, de acordo com um novo relatório divulgado pela Amnistia Internacional.
Segundo a Amnistia Internacional, foram levadas a cabo 1.518 execuções em todo o mundo em 2024, o que representa um aumento de 32% em relação às 1.153 execuções do ano anterior.
A pena de morte é ilegal na Europa, com a assinalável exceção da Bielorrússia, que continua a realizar execuções.
A China, o Irão, a Arábia Saudita, o Iraque e o Iémen ocupam os primeiros lugares do relatório, sendo que três desses países - Irão, Iraque e Arábia Saudita - são responsáveis por 91% das execuções conhecidas.
"Aqueles que ousam desafiar as autoridades enfrentam os castigos mais cruéis, particularmente no Irão e na Arábia Saudita, onde a pena de morte é utilizada para silenciar os que têm coragem de falar", afirmou Agnès Callamard, secretária-geral da Amnistia Internacional.
Os números conhecidos não incluem os milhares de pessoas que se crê terem sido executadas na China, que continua a ser o líder mundial das execuções, bem como na Coreia do Norte e no Vietname, que também se crê recorrerem extensivamente à pena de morte.
Para além das execuções serem utilizadas para silenciar a dissidência, 40% das penas de morte foram executadas ilegalmente por delitos relacionados com a droga.
De acordo com o direito internacional, a pena de morte só deve ser aplicada aos "crimes mais graves" - um limiar que os crimes relacionados com a droga não atingem.
Embora o número de execuções a nível mundial tenha aumentado em 2024, sabe-se que apenas 15 países aplicaram estas penas - o número mais baixo de que há registo pelo segundo ano consecutivo.
"Embora o secretismo tenha continuado a encobrir o escrutínio em alguns países que acreditamos serem responsáveis por milhares de execuções, é evidente que os Estados que mantêm a pena de morte são uma minoria isolada", afirmou Callamard.
Embora a pena de morte tenha sido abolida, na lei ou na prática, em 70% dos países, algumas nações contrariaram esta tendência em 2024.
Em março, a República Democrática do Congo anunciou que tencionava retomar as execuções, enquanto as autoridades militares do Burkina Faso afirmaram, em novembro, que estavam a trabalhar na reintrodução da pena de morte para crimes comuns.