Durante uma entrevista, Donald Trump voltou a reforçar a intenção de se apoderar da Gronelândia. O recém-empossado, Jens-Frederik Nielsen, garantiu que os EUA não irão conseguir anexar o território. "Não pertencemos a ninguém", afirmou.
Os Estados Unidos não vão ficar com a Gronelândia, afirmou no domingo o novo primeiro-ministro da ilha ártica, Jens Frederik Nielsen, em resposta às ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de querer controlar o vasto território.
"O presidente Trump diz que os Estados Unidos 'vão ficar com a Gronelândia'. Deixem-me ser claro: os Estados Unidos não vão ficar com a Gronelândia. Não pertencemos a ninguém. Nós decidimos o nosso próprio futuro", afirmou Jens-Frederik Nielsen, numa publicação no Facebook.
Trump repetiu o seu desejo de assumir o controlo da Gronelândia numa entrevista à NBC News no ado sábado, dizendo ao seu anfitrião: "Vamos ficar com a Gronelândia. Sim, 100%". O presidente norte-americano disse ainda que há uma boa possibilidade de os EUA poderem tomar a ilha "sem força militar" garantindo, no entanto, que nenhum cenário está excluído.
"Não retiro nada da mesa", concluiu.
Nielsen, um antigo ministro de 33 anos, tomou posse na sexta-feira, depois do seu partido de centro-direita, Demokraatit, ter vencido as eleições que aconteceram no início de março.
Na sua primeira conferência de imprensa como líder do território, apelou à unidade política para combater as pressões externas.
Nielsen tem feito campanha para que a Gronelândia alcance lentamente a independência da Dinamarca, que detém o semi-controlo do território, através da autossuficiência económica da ilha.
O novo primeiro-ministro tomou posse na ada sexta-feira, poucas horas antes da visita ao país de uma delegação norte-americana de alto nível, chefiada pelo vice-presidente, JD Vance.
Durante a sua visita ao posto avançado Pituffik da Força Espacial dos EUA, Vance criticou a Dinamarca por não estar a fazer um "bom trabalho" pelo povo da Gronelândia.
"Investiram pouco no povo da Gronelândia e na arquitetura de segurança desta incrível e bela massa de terra", afirmou Vance.
Os seus comentários foram recebidos com críticas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca, Lars Løkke Rasmussen, que disse no sábado que o país estava "aberto a críticas" mas "para ser sincero, não gostamos do tom com que estão a ser feitas".
"Não é assim que se fala com os nossos aliados próximos e eu continuo a considerar a Dinamarca e os Estados Unidos como aliados próximos", afirmou Rasmussen.