O porta-voz militar israelita, Avichay Adraee, disse que as tropas dispararam contra homens armados que as atacaram, antes de lançarem um ataque com drones.
Pelo menos seis pessoas foram mortas num ataque israelita no sudoeste da Síria, quando as tropas israelitas que ocupam a zona entraram em confronto com os residentes locais, informaram o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síria e um observador de guerra.
“Apelamos também ao povo sírio para que se agarre às suas terras e rejeite quaisquer tentativas de deslocação ou de imposição de uma nova realidade pela força, sublinhando que estes ataques não dissuadirão os sírios de defenderem os seus direitos e as suas terras”, afirmou um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, declarando que Israel estava em ‘flagrante violação da soberania nacional e das leis internacionais’.
O ministério disse que as seis vítimas mortais eram todas civis, enquanto várias pessoas ficaram feridas, de acordo com relatos.
O porta-voz das forças armadas israelitas, Avichay Adraee, disse que as tropas ripostaram contra os homens armados que as atacaram, antes de lançarem um ataque com drones.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, organização de controlo da guerra sediada no Reino Unido, calculou em sete o número de mortos.
O Observatório e um residente da aldeia disseram que os confrontos eclodiram entre as tropas israelitas e os residentes depois de as forças israelitas terem tentado entrar na aldeia e terem sido confrontadas por civis armados.
Os habitantes da aldeia fugiram dos bombardeamentos e refugiaram-se nos colonatos vizinhos e nos olivais.
Israel assumiu o controlo de uma zona-tampão patrulhada pela ONU no interior da Síria, depois de os insurgentes terem derrubado o presidente Bashar al-Assad e tomado o poder em dezembro, tendo os responsáveis israelitas afirmado que iriam impedir quaisquer ameaças contra Israel.
As autoridades israelitas também afirmaram que não permitirão que os novos militares sírios operem a sul da capital Damasco, alegando que o seu objetivo é proteger os drusos, uma comunidade minoritária presente tanto na Síria como em Israel.
As novas autoridades sírias e os funcionários da ONU afirmaram que Israel está a violar o acordo de 1974, que estabeleceu a zona tampão ao longo da fronteira e exigiu a sua retirada.
Confrontos na zona costeira investigados
O porta-voz da comissão de investigação encarregada de investigar os dias de confrontos e ataques de vingança na região costeira da Síria, que mataram centenas de civis, disse ter ouvido quase 100 testemunhos e recebido dezenas de declarações escritas e gravadas de civis e militares.
“Há zonas perigosas onde os acontecimentos tiveram lugar e algumas testemunhas e residentes têm medo de comunicar com a comissão”, disse Yasser al-Farhan, numa conferência de imprensa.
O porta-voz recusou-se a entrar em pormenores sobre as conclusões do comité até à data.
Os confrontos eclodiram após os partidários de Assad terem atacado uma patrulha de segurança na cidade costeira de Latakia, o que levou a v´rias mortes por vingança que visaram amplamente a comunidade alauíta, minoritária do antigo presidente sírio.
Os dois dias de violência constituíram um grande revés nos esforços de Damasco para melhorar a sua imagem e convencer a Europa e os EUA a levantar as sanções económicas após mais de uma década de conflito.
A agência noticiosa estatal SANA afirmou também que dois cabos de Internet foram cortados num ato de sabotagem, impedindo o o à Internet em grande parte do país durante cerca de 12 horas.