O diretor executivo do Gabinete das Nações Unidas para os Serviços de Apoio a Projectos (UNOPS), Jorge Moreira da Silva, fez o apelo durante uma visita a Gaza esta quinta-feira.
O diretor executivo do Gabinete das Nações Unidas para o Apoio a Projetos (UNOPS) disse à Euronews que o cessar-fogo tem de se manter em Gaza, uma vez que o território palestiniano continua no meio de uma catástrofe humanitária.
A agência da ONU está a fornecer combustível a Gaza, que é a única fonte de energia, e agora também facilita a entrada de toda a ajuda no território, depois de Israel ter declarado ilegal a anterior agência que fazia o trabalho, a UNRWA.
"70% de todas as infra-estruturas estão destruídas", afirma Jorge Moreira da Silva. "É fundamental levar toda a ajuda humanitária que é necessária em termos de emergência. Mas é fundamental preparar uma recuperação rápida. Uma recuperação ordenada significa remover os escombros, reabilitar as estradas, levar eletricidade, levar saneamento, construir hospitais e escolas. Isto é uma responsabilidade enorme e requer a mobilização da comunidade internacional", explica.
A Euronews perguntou ao alto responsável português sobre a decisão de Donald Trump de congelar a ajuda a Gaza e qual o papel que a UE pode agora desempenhar na sua reabilitação: "Prefiro não comentar qualquer decisão específica de um Estado-membro", diz. "Gostaria apenas de dizer que este é um momento em que a solidariedade é necessária no Médio Oriente. Temos a obrigação de prestar apoio às pessoas no Líbano, na Síria, em Gaza e na Cisjordânia", acrescenta.
A Comissão Europeia anunciou no mês ado um novo pacote de ajuda humanitária à Faixa de Gaza no valor de 120 milhões de euros, o que eleva o total da assistência humanitária da UE ao território para mais de 450 milhões de euros desde 2023. Além disso, os voos da ponte aérea da UE já entregaram mais de 3800 toneladas de ajuda.
O chefe do UNOPS diz estar confiante de que a UE está empenhada em ajudar os palestinianos: "Não tenho dúvidas de que a União Europeia irá desempenhar um papel importante. Conheço a União Europeia. Fui deputado no Parlamento Europeu, fui ministro em Portugal. Por isso, conheço a política da UE e sei o seu empenhamento", afirmou.