Numa carta interna, o General Hubert Bonneau avisou o seu pessoal da "possibilidade de um compromisso importante" num contexto de crescentes tensões geopolíticas.
Numa carta interna enviada a todos os gendarmes a 19 de janeiro, o chefe da Gendarmeria Nacional, Hubert Bonneau, qualificou de grave "a possibilidade de um conflito armado" em França. O general advertiu também que "um ataque ao santuário nacional deve ser seriamente considerado".
"A hipótese de um grande confronto
Revelada pelo jornal Le Monde e pela Intelligence Online, esta missiva aponta ainvasão da Ucrânia e os "desenvolvimentos políticos nos Estados Unidos com as suas possíveis consequências para a NATO" como razões para considerar "a hipótese de um grande empenhamento" e a possibilidade de "a Europa se empenhar mais na sua própria defesa". O diretor-geral da Gendarmeria Nacional considera que é dever das suas tropas prepararem-se para isso.
A carta de Hubert Bonneau foi recebida com reservas por alguns dirigentes da Gendarmeria, que consideram que a defesa operacional do território não é uma questão prioritária e apontam a falta de meios para a levar a cabo.
Luta contra a criminalidade organizada e o tráfico de droga
Sublinhando a necessidade de lutar contra a criminalidade organizada e o tráfico de droga, o General Bonneau anunciou a criação da Unidade Nacional de Polícia Judiciária da Gendarmerie e a nomeação do general Sylvain Noyau como seu chefe.
O chefe da Gendarmeria considera igualmente necessário "reforçar a eficácia da ação da gendarmeria no domínio das informações, preservando absolutamente o equilíbrio institucional que prevalece em matéria de informações".
Sobre o orçamento, o general adverte que "será necessário fazer escolhas e aceitar prioridades" e recomenda o regresso ao projeto de orçamento elaborado pelo anterior governo para 2025.