As autoridades suecas apreenderam, no domingo, a embarcação Vezhen, que circulava sob a bandeira de Malta e estava registado sob a alçada de uma companhia de navegação búlgara, por suspeita de sabotagem de um cabo submarino.
A guarda costeira sueca abordou e confiscou o navio que alegadamente danificou um cabo submarino de fibra ótica entre a Letónia e a Suécia, no Mar Báltico, em mais um incidente que suscitou novos receios de sabotagem.
Depois de o operador responsável pelo cabo ter afirmado que havia razões para acreditar que os danos podiam ter sido causados por influência externa, os procuradores suecos lançaram uma investigação preliminar com base em suspeitas de sabotagem e apreenderam o navio que se acredita ter estado na origem do ato.
O navio, intitulado Vezhen - um graneleiro de bandeira maltesa registado em nome de uma companhia de navegação búlgara - seguia com oito oficiais búlgaros e nove marinheiros de Myanmar a bordo.
Os meios de comunicação social locais afirmam que, dois dias antes do incidente, o navio abandonou o porto russo de Ust-Luga e navegou em direção à América do Sul, carregado de fertilizantes.
O chefe da empresa de navegação búlgara em causa, a Navigation Maritime Bulgare, Aleksandar Kalchev, disse ser possível que o navio tenha causado a rutura do cabo, mas descartou qualquer possibilidade de sabotagem ou qualquer outra ação por parte da tripulação.
De acordo com Kalchev, o navio lançou acidentalmente a âncora enquanto navegava sob condições meteorológicas extremamente adversas no sábado. A tripulação acordou e viu a âncora a ser arrastada pelo fundo do mar.
Este incidente segue-se a casos semelhantesregistados nos últimos dois meses entre a Lituânia e a Suécia, a Alemanha e a Finlândia e a Estónia e a Finlândia, bem como a receios crescentes de situações de interferência cibernética e híbrida por parte da Rússia.
A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, afirmou que estas notícias não podem ser uma coincidência e acrescentou que, com demasiada frequência, no Mar Báltico, "os sinais GPS são repetidamente interrompidos e as infraestruturas críticas são espiadas com recurso a drones".
Referiu ainda que a União Europeia e a NATO intensificaram o seu trabalho na região, em particular nas últimas semanas, e destacou a existência de planos para que esta coordenação se expanda, com vista a "reforçar a nossa resiliência".