Governador de Jenin, onde aconteceu a investida israelita, fala em "invasão" do campo de refugiados. Por outro lado, o primeiro-ministro de Israel afirma que se tratou de uma operação antiterrorista contra o "eixo iraniano".
Pelo menos oito pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas num ataque israelita ao campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, segundo o ministério da Saúde palestiniano.
Em declarações à AFP, o governador de Jenin, Kamal Abu al-Rub, fala numa "invasão do campo”.
“Chegou rapidamente, [helicópteros] Apache no céu e veículos militares israelitas por todo o lado”, adiantou.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que a operação, chamada "Muro de Ferro", tinha como objetivo “erradicar o terrorismo”.
“Estamos a agir metodicamente e com determinação contra o eixo iraniano onde quer que ele chegue: em Gaza, no Líbano, na Síria, no Iémen e [na Cisjordânia] - e continuamos ativos”, acrescentou.
Jenin tem sido um alvo frequente dos ataques israelitas durante os 15 meses de guerra entre Israel e o Hamas.
A violência na Cisjordânia aumentou significativamente desde o início do conflito, com mais de 800 palestinianos mortos em operações israelitas, segundo as autoridades palestinianas.
Regresso a uma Gaza em ruínas
Entretanto, na Faixa de Gaza, o cessar-fogo mantém-se pelo terceiro dia, o que tem proporcionado alívio aos habitantes do enclave.
Ainda assim, ao regressarem a casa, muitos residentes encontram os seus bairros em ruínas.
Cerca de 90% da população da Faixa de Gaza foi deslocada das suas casas, forçada a viver em campos de tendas ou em antigas escolas para evitar as operações militares israelitas.
“Foi transformado num monte de tijolos e betão. Demoraria dois anos a limpar todos os destroços. Nem sequer podemos montar uma tenda aqui. Está tudo completamente destruído”", conta uma mulher palestiniana.
As Nações Unidas dão conta de um aumento significativo das entregas de ajuda, com mais de 900 camiões a entrarem em Gaza desde o início da trégua. O Programa Alimentar Mundial (PAM) pretende que entrem no enclave palestiniano pelo menos 150 camiões por dia, se as condições o permitirem.
O PAManunciou que tem capacidade para fornecer alimentos suficientes para mais de um milhão de pessoas, tendo a guerra deixado mais de 2 milhões de pessoas totalmente dependentes da assistência alimentar, sem abrigo e sem qualquer rendimento.