Presidente iraniano tem promovido uma aproximação à Rússia desde que foi eleito em julho do ano ado. Parceria entre Teerão e Moscovo é assinada, de forma simbólica, poucos dias antes da tomada de posse de Trump, que não exclui a possibilidade de ataques às instalações nucleares do Irão.
O presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, ão um acordo de parceria estratégica global entre os dois países. A terá lugar a 17 de janeiro, confirmou o serviço de imprensa do Kremlin.
Rússia e Irão estão a enviar sinal a Donald Trump
O Tratado de Parceria Estratégica Global substituirá o ultraado pacto de 2001 e reforçará as relações entre Moscovo e Teerão, num contexto de conflito agudo com o Ocidente. Fontes diplomáticas iranianas disseram ao jornal russo Kommersant que a cooperação em matéria de segurança e defesa com Moscovo será uma prioridade. A Rússia e o Irão vão dar um o decisivo para a aproximação na véspera da tomada de posse do presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, que não exclui a possibilidade de guerra com o Irão e de ataques às instalações nucleares da República Islâmica.
O momento da do novo pacto e os objectivos comuns dos dois países foram anteriormente noticiados pelo The Tehran Times. Eleito presidente em julho ado, após a morte do seu antecessor Ebrahim Raisi num acidente de avião, o chefe do novo governo iraniano, desde os primeiros dias no poder, fez uma forte aproximação a Moscovo e intensificou os os pessoais com os principais dirigentes russos.
Masoud Pezeshkian garantiu à delegação liderada por Shoigu que o recém-formado governo iraniano “continuará a trabalhar seriamente para elevar o nível das relações bilaterais com a Rússia”. Na sequência das conversações com Shoigu, a página web do presidente iraniano emitiu uma declaração: “As relações entre Teerão e Moscovo vão desenvolver-se numa base permanente e contínua e contribuirão para reduzir a pressão das sanções exercidas pelo Ocidente sobre o Irão e a Rússia”.
Em outubro, Massoud Pezeshkian participou na cimeira dos BRICS em Kazan, onde se encontrou com o presidente russo, tendo tendo-se referido a Putin como o “seu amigo”.
Simbolismo na data de do Tratado
É altamente simbólico, segundo os meios de comunicação social russos, que Moscovo e Teerão, que durante muitos meses negociaram o momento da do novo tratado e permaneceram indecisos sobre a data de efetivação, tenham finalmente decidido assiná-lo na véspera da tomada de posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump (20 de janeiro). Durante o seu primeiro mandato presidencial, em maio de 2018, Trump decidiu retirar-se unilateralmente do “acordo nuclear” de 2015 com o Irão. A sua istração reforçou a pressão das sanções contra Teerão. Na véspera do seu regresso à Casa Branca, Donald Trump deixou claro que tomaria uma posição muito mais dura em relação ao Irão do que o presidente cessante Joe Biden. Assim, na sua última entrevista à revista Time, o presidente eleito dos EUA não excluiu a possibilidade de uma guerra com o Irão.
Por sua vez, o jornal norte-americano The Wall Street Journal, citando fontes informadas, noticiou que Donald Trump, após a tomada de posse, está a considerar a possibilidade de realizar ataques aéreos preventivos contra o Irão, a fim de impedir que a República Islâmica desenvolva armas nucleares
Drones em troca de tecnologia nuclear
O que esperar de uma cooperação mais estreita entre Teerão e Moscovo? É sabido que, no período que antecedeu a do Tratado, um conselheiro do líder supremo do Irão visitou secretamente a Rússia em várias ocasiões para pedir ajuda na implementação do programa nuclear. Não é segredo que o Irão foi duramente atingido recentemente pelas ações de Israel e pelo derrube do regime de Bashar al-Assad na Síria.
Ali Larijani, um conselheiro sénior do líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, deslocou-se várias vezes à Rússia para se encontrar com altos funcionários do Kremlin, numa tentativa de obter ajuda para implementar o programa nuclear e reforçar as defesas aéreas, refere o The Times. Teerão pretende reforçar a cooperação no domínio nuclear, sendo que a Rússia, até agora, apenas ajudou a assegurar o funcionamento das centrais nucleares, disseram ao jornal fontes dos serviços secretos ocidentais. “À medida que as suas relações estratégicas se aprofundam e a Rússia depende do fornecimento de mísseis e drones iranianos, receia-se que Moscovo esteja disponível para ultraar as linhas vermelhas que estabeleceu anteriormente em relação ao programa nuclear iraniano”, disse um funcionário dos serviços secretos ocidentais ao The Times.