O ex-futebolista de 53 anos, que jogou no Manchester City, foi cofundador de um movimento com discurso anti-Ocidente.
O partido no poder na Geórgia, o Sonho Georgiano, escolheu na quarta-feira um antigo futebolista para candidato à presidência, após uma vitória eleitoral controversa que gerou protestos e um boicote dos partidos da oposição ao parlamento.
O escolhido foi Mikheil Kavelashvili, ex-jogador de 53 anos da Premier League e da seleção georgiana. Espera-se que Kavelashvili conquiste os votos necessários do colégio eleitoral georgiano, controlado pelo Sonho Georgiano, no dia 14 de dezembro.
Segundo uma recente alteração constitucional, a eleição do presidente da Geórgia deixará de ser feita por sufrágio universal e ará a ser realizada por um colégio eleitoral com 300 membros.
A data da eleição foi decidida por unanimidade com os votos dos deputados do partido no poder, uma vez que os 61 deputados da oposição se recusam a participar nas sessões parlamentares por considerarem fraudulentos os resultados das eleições legislativas de outubro ado.
O Sonho Georgiano manteve o controlo do parlamento nas eleições de 26 de outubro, que a oposição disse terem sido manipuladas e influenciadas pela Rússia. Observadores eleitorais europeus defendem que a votação decorreu numa atmosfera "divisiva" e pautada por incidentes de suborno, votação dupla e violência.
Kavelashvili, um ex-avançado que jogou no Manchester City, foi eleito ao parlamento em 2016, representando o Sonho Georgiano. Em 2022, co-fundou o movimento Poder Popular, que ficou conhecido pela sua retórica contra o Ocidente.
"A nossa sociedade está dividida", disse Kavelashvili no parlamento, acrescentando que a "radicalização" e a "polarização" se deviam a influências estrangeiras. Também acusou a atual presidente Zourabichvili de violar a Constituição e declarou que iria "restaurar a presidência aos seus moldes constitucionais".