"Somos todos a favor de um cessar-fogo em ambos os cenários (Gaza e Líbano)", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, durante a reunião do G7 em Itália.
O ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, afirmou que os esforços de cessar-fogo no Líbano e em Gaza estão no centro da reunião do Grupo dos Sete em Fiuggi, perto de Roma, que reuniu os ministros dos Negócios Estrangeiros das principais economias do mundo.
Esta é a última vez que os principais diplomatas do Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos se reúnem antes da tomada de posse do presidente eleito Donald Trump.
Pela primeira vez, os ministros da Arábia Saudita, do Egito, da Jordânia, dos Emirados Árabes Unidos, do Qatar e o secretário-geral da Liga Árabe - vulgarmente designado por "Quinteto Árabe" - também se juntaram ao debate.
O Quinteto tem estado a trabalhar em estreita colaboração com os EUA para finalizar um plano para "o dia seguinte" para Gaza. No entanto, existe um sentimento de urgência, uma vez que se espera que Trump implemente uma política que favoreça Israel.
Tajani, juntamente com outros ministros dos Negócios Estrangeiros, parece esperançado em chegar a um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah.
"Estamos talvez perto de um cessar-fogo no Líbano", afirmou. "Esperemos que seja verdade e que não haja recuos à última da hora".
O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano acrescentou que a Itália está disposta a assumir um maior papel de manutenção da paz no Líbano para supervisionar um acordo de cessar-fogo.
"No que diz respeito ao Líbano, a Itália está totalmente disposta a ser protagonista, se houver um acordo dos libaneses para supervisionar a aplicação do acordo", afirmou o chefe da diplomacia italiana.
Tajani referiu ainda que todos os diplomatas condenaram os ataques contra a UNIFIL e propôs a criação de uma dupla zona tampão na fronteira, com "a UNIFIL com diferentes regras de atuação desde a fronteira até ao rio e a norte do rio com tropas libanesas".
O embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Danny Danon, afirmou que Israel está a "avançar" para um cessar-fogo com o Líbano. Danon observou que a mudança não acontecerá da noite para o dia, "haverá algumas etapas, alguns requisitos".
"A condição mais importante para nós é a retirada do Hezbollah a norte do Litani. Dissemos desde o início que esse seria o nosso objetivo nesta guerra. Depois, haverá outras fases do acordo. Relativamente à ONU, tanto quanto sei, a ONU não faz parte do acordo, mas a presença da UNIFIL no local é importante e estamos gratos por isso", acrescentou o embaixador da ONU.
O ministro italiano dos Negócios Estrangeiros referiu que outro ponto importante da agenda do G7 girava em torno dos mandados de captura emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) na semana ada.
"Os ministros precisam de ter uma posição unificada sobre a decisão do Tribunal Internacional de Justiça. Falámos sobre o assunto e vamos ver se no comunicado final haverá uma parte dedicada a esta questão. Estamos a trabalhar para chegar a um acordo", salientou.
Israel e Hezbollah continuam troca de fogo
Israel e o Hezbollah têm trocado fogo desde que os militantes do Hamas atacaram Israel a 7 de outubro de 2023, o que desencadeou a guerra de Israel em Gaza.
No último ano, mais de 3.500 pessoas foram mortas no Líbano, muitas das quais civis, e 1,2 milhões de pessoas foram deslocadas.
Entretanto, mais de 70 pessoas foram mortas em Israel, mais de 40 das quais civis, e dezenas de milhares de israelitas que foram retirados da fronteira estão a pressionar o seu governo para regressarem a casa.
Na segunda-feira, os militares israelitas lançaram vários ataques aéreos em todo o Líbano, matando pelo menos 31 pessoas. Israel visou edifícios comerciais e residenciais em Beirute, bem como na cidade portuária de Tiro, que afirma serem zonas conhecidas como bastiões do Hezbollah.
Alguns dos ataques atingiram zonas do centro de Beirute, bairros cristãos e outros alvos para os quais Israel tinha emitido avisos de evacuação, nomeadamente em Tiro e na província de Nabatiyeh. Os ataques aéreos israelitas atingiram também a região nordeste de Baalbek-Hermel sem aviso prévio.