O antigo presidente da Bolívia acusou o atual líder do país, o presidente Luis Arce, seu herdeiro político, de tentar assassiná-lo.
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales denunciou este domingo que quatro homens encapuzados dispararam contra o seu carro quando se dirigia para o programa de rádio que apresenta.
"Como todos os domingos, estávamos a caminho de Lauca Ñ para fazer o nosso programa dominical, quando fomos intercetados por dois veículos, aparentemente Tundras, dos quais saíram quatro homens encapuzados vestidos de preto, com armas nas mãos, que começaram a disparar", disse o ex-presidente na sua página do Facebook.
Morales também disse no programa que os assaltantes tentaram emboscá-lo e que dispararam contra o carro pelo menos 14 vezes sem causar nenhum ferimento. O motorista, no entanto, ficou ferido.
O antigo presidente acusou imediatamente o seu herdeiro político e sucessor, Luis Arce, de ter ordenado o ataque. "Arce vai ser o pior presidente da história, meter uma bala num ex-presidente é a última gota", disse Morales.
Perseguição política?
Há duas semanas, a Procuradoria-Geral da República emitiu uma ordem de prisão contra Morales, depois de este se ter recusado a testemunhar sobre acusações de alegado abuso de um menor em 2017. Na altura, Morales afirmou que a ordem fazia parte de uma "perseguição política" por parte de Arce.
O presidente boliviano e Morales estão em desacordo sobre o controlo do Movimento para o Socialismo (MAS), partido no poder, antes das eleições presidenciais de 2025.
Morales acusou Arce de conduzir o país a um "desastre económico" e de "construir" um processo judicial para o tirar da corrida presidencial. Por seu lado, Arce acusa o seu mentor político de "boicotar" a istração para encurtar o seu mandato por "interesses pessoais". O governo boliviano ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.