Gülen tinha 83 anos e vivia no exílio nos EUA desde 1999.
Fethullah Gülen, o líder religioso muçulmano que Ancara acusou de estar por trás do golpe de Estado falhado de 2016, morreu nos Estados Unidos, avança a imprensa turca e o site Herkul, que divulgava os sermões de Gülen.
No X, o Herkul publicou que Fethullah Gülen morreu no domingo, no hospital onde estava a receber tratamento. Segundo os meios de comunicação social, o clérigo turco, que vivia exilado nos EUA desde 1999, sofria de insuficiência renal, diabetes e demência.
Gülen, que chegou a ser aliado de Erdogan, foi acusado pelo presidente turco de ser responsável pelo golpe de Estado de 2016 na Turquia, que levou à morte de 250 pessoas.
Erdogan acusou o imã de ter criado um Estado paralelo para o tentar derrubar. O Governo da Turquia utiliza o acrónimo FETO para designar o movimento liderado por Gülen, que classifica um grupo terrorista.
Gülen, que vivia num exílio autoimposto nos EUA desde 1999, negou o seu envolvimento no golpe de Estado, afirmando que o movimento que liderava, denominado Hizmet (serviço em turco), era apenas uma rede de insituições de caridade e empresas.
Em 1959, Gulen foi nomeado imã de uma mesquita na cidade de Edirne, no noroeste do país, e tornou-se proeminente como pregador na década de 1960, na província ocidental de Esmirna, onde instalou dormitórios para estudantes e ia pregar a casas de chá, tornando-se conhecido por promover um Islão tolerante, que dava ênfase ao altruísmo, à modéstia e ao trabalho árduo.
Após o episódio de 2016, a Turquia solicitou a extradição de Gülen para este ser julgado, mas os Estados Unidos recusaram, dzendo que precisavam de provas do seu envolvimento na tentativa de golpe de Estado, com o turco a permanecer no país até à sua morte.