Pedro Sánchez está na cimeira europeia com a recusa da proposta de criação de centros de acolhimento fora do território da União Europeia, para encaminhar as pessoas que atravessaram ilegalmente as fronteiras.
A proposta promovida pelo governo italiano de Giorgia Meloni e que já foi posta em prática com o envio de 16 migrantes do Bangladesh e do Egito para um centro situado na Albânia, foi colocada em cima da mesa pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e conta com o apoio da maioria dos países membros.
No entanto, o governo de Pedro Sánchez garante que não é a favor da medida. A porta-voz do executivo, a ministra Pilar Alegría, garantiu esta semana, em conferência de imprensa, que Espanha continuará a apoiar a aplicação humanitária e solidária do Pacto de Migração e Asilo na Europa, cuja entrada em vigor está prevista para 2026.
Imigração é a principal preocupação dos espanhóis
Tudo isto acontece numa altura em que a imigração se tornou a maior preocupação dos espanhóis, de acordo com o barómetro do Centro de Investigações Sociológicas (CIS) de Espanha.
Há apenas algumas semanas, um em cada três inquiridos afirmou que o principal problema do país é a imigração, uma questão que, no início do verão, ocupava o quarto lugar entre as preocupações dos espanhóis.
A pressão migratória contínua sobre as fronteiras do território espanhol levou o Governo de Pedro Sánchez a alojar temporariamente em hotéis da península, os imigrantes que chegam às Ilhas Canárias. Esta situação levou por vezes a concentrações de cidadãos que rejeitaram a presença de imigrantes nas suas localidades.
Em Sevilha, centenas de imigrantes foram alojados em antigos hotéis da província, como o Hotel Maravique em La Rinconada, graças à colaboração do Centro Espanhol de Assistência aos Refugiados. Recentemente, um grupo de mais de cem subsaarianos chegou a outro hotel na cidade de Alcalá de Guadaíra, onde alguns grupos de vizinhos se manifestaram durante o mês de setembro em rejeição deste alojamento.