O movimento da República Islâmica para a construção de uma arma nuclear está entre as possibilidades que estão a ser consideradas, ao mesmo tempo que aumentam as tensões entre o Irão e Israel.
PUBLICIDADEO jornal norte-americano “The New York Times” examinou numa reportagem o período de tempo que o Irão precisaria para construir uma arma nuclear, se fossem tomadas decisões a este respeito a níveis elevados. As autoridades iranianas sublinharam até agora que o programa nuclear do país tem um aspeto “pacífico” e que Teerão não está a procurar construir uma arma nuclear.
Ainda assim, as ameaças sobre a possibilidade de uma mudança na doutrina nuclear do Irão surgem a partir de funcionários governamentais ou meios de comunicação social.
Muitos dos meios de comunicação social norte-americanos estimam agora que o Irão está “apenas a algumas semanas” da construção de uma arma nuclear. A proposta também foi ecoada esta semana pelo moderador do debate dos candidatos à vice-presidência dos Estados Unidos.
Especialistas nucleares disseram ao “The New York Times” que a distância do Irão de construir uma arma nuclear não é apenas de “algumas semanas” e que Teerão, provavelmente, precisaria de “meses ou até de um ano” para construir tal arma.
Houston J. Wood, professor emérito da Universidade da Virgínia disse ao “The New York Times” que, na sua opinião, não há perigo de o Irão começar a testar uma arma nuclear este ano.
O académico acredita que a República Islâmica precisará de cerca de um ano, depois de ter produzido combustível nuclear suficiente, antes de poder construir uma arma nuclear.
Siegfried Hecker, ex-diretor do laboratório militar de Los Alamos na América, também disse à publicação que a construção de uma arma nuclear pelo Irão provavelmente levaria “longos meses”.
Os peritos disseram ao jornal norte-americano que os membros dos meios de comunicação confundem, muitas vezes, fabricar bombas com urânio enriquecido com todo o processo de os transformar numa arma nuclear.
O relatório do “New York Times” afirmou que os meios de comunicação social muitas vezes dão conta do tempo necessário para produzir o combustível preciso para a bomba atómica, mas a produção de armas nucleares, em última análise, implica também outros aspetos, incluindo o trabalho de purificação nuclear, engenharia, fabrico e testes.
Segundo Siegfried Hecker, o processo de construção de armas nucleares requer grandes progressos nos domínios da metalurgia e da engenharia.