Forças israelitas dizem ter atingido cerca de 300 alvos do Hezbollah. Ministério da Saúde libanês fala em mais de 270 mortos e milhares de feridos.
As forças israelitas anunciaram esta segunda-feira que estão a conduzir uma nova vaga de ataques contra alvos do Hezbollah no Líbano e o número de vítimas não para de aumentar.
Segundo o ministério da Saúde libanês, morreram pelo menos 274 pessoas, 21 das quais eram crianças.
Mais de mil pessoas ficaram feridas na sequência dos ataques israelitas.
O Ministério da Saúde do Líbano solicitou a todos os hospitais do sul e do leste do país que “suspendessem todas as intervenções cirúrgicas não essenciais, a fim de criar espaço para o tratamento dos feridos devido à expansão da agressão israelita”.
O Ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, disse numa conferência de imprensa em Beirute que os ataques atingiram hospitais, centros médicos e ambulâncias.
O governo ordenou o encerramento de escolas e universidades na maior parte do país e começou a preparar abrigos para as pessoas deslocadas do sul.
"Estamos a alterar o equilíbrio de forças no Norte" diz Netanyahu
Após os ataques mortifero no sul do Líbano, Benjamin Netanyahu disse que o trabalho das FDI visa "alterar o equilíbrio de forças no Norte", eliminando a ameaça do Hezbolla.
“Para aqueles que ainda não compreenderam, quero esclarecer a política de Israel”, afirmou Netanyahu numa declaração em vídeo. “Não ficamos à espera de uma ameaça, antecipamo-la. Em todo o lado, em todos os teatros, a qualquer momento”.
As declarações aconteceram a partir da sala de comando subterrânea do quartel-general militar de Kirya, em Telavive. O primeiro-ministro israelia disse que o país está a eliminar oficiais superiores, terroristas e esconderijos do grupo, prometendo que a ofensiva não ficará por aqui.
“Quem quer que seja que nos tente magoar, nós iremos magoá-lo ainda mais”, afirmou. “Prometi que iríamos alterar o equilíbrio de segurança, o equilíbrio de poder no Norte. É exatamente isso que estamos a fazer. Estamos a destruir milhares de mísseis e rockets apontados a cidades israelitas e a cidadãos israelitas.”
Israel pede a civis que deixem zonas controladas pelo Hezbollah
Enquanto perpetuavam os ataques, as forças israelitas pediram aos civis na zona sul do país que se retirem das áreas que são bastiões do grupo libanês.
Numa publicação no X, o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, revelou que os militares tinham começado a "atacar alvos terroristas por todo o Líbano" por terem indicações de que o Hezbollah estava "a preparar-se para disparar na direção do território israelita".
"Aconselhamos os civis das localidades libanesas situadas dentro e junto de edifícios e áreas utilizadas pelo Hezbollah para fins militares - como as que são utilizadas para armazenar armas - a saírem imediatamente do caminho do perigo para sua própria segurança", sublinhou Hagari.
As Forças de Defesa de Israel dizem ter atacado "mais de 300 alvos do Hezbollah".
Os ataques israelitas desta segunda-feira surgem um dia depois de o Hezbollah ter disparado mais de 100 rockets, na manhã de domingo, em direção a uma vasta área de Israel, com alguns a aterrarem nas imediações da cidade de Haifa.
A vaga de ataques do grupo libanês veio na sequência dos bombardeamentos israelitas a Beirute na sexta-feira, que mataram pelo menos 45 pessoas, incluindo alguns altos comandantes do Hezbollah.
Naim Qassem, vice-líder do Hezbollah, disse no funeral de um dos comandantes do grupo: "Entrámos numa nova fase, cujo título é a batalha sem fim do ajuste de contas".