{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2024/08/28/luis-montenegro-propoe-maria-luis-albuquerque-para-comissaria-europeia" }, "headline": "Lu\u00eds Montenegro prop\u00f5e Maria Lu\u00eds Albuquerque para comiss\u00e1ria europeia", "description": "O primeiro-ministro portugu\u00eas anunciou esta manh\u00e3 a sua escolha para o novo col\u00e9gio de comiss\u00e1rios de Ursula von der Leyen.", "articleBody": "Lu\u00eds Montenegro anunciou esta quarta-feira que prop\u00f4s o nome de Maria Lu\u00eds Albuquerque como representante de Portugal no col\u00e9gio de comiss\u00e1rios de Ursula von der Leyen.\u0022\u00c9 uma personalidade de reconhecido m\u00e9rito profissional, pol\u00edtico e c\u00edvico\u0022, disse o primeiro-ministro. \u0022Sei que vai honrar Portugal\u0022, acrescentou.Lu\u00eds Montenegro apresentou a escolha do Governo, numa declara\u00e7\u00e3o a partir de S\u00e3o Bento aberta \u00e0 imprensa, mas sem direito a perguntas.Lu\u00eds Montenegro recordou os cargos de Maria Lu\u00eds Albuquerque como docente universit\u00e1ria, secret\u00e1ria de Estado e ministra de Estado e das Finan\u00e7as, e destacou o \u0022m\u00e9rito acad\u00e9mico, profissional, pol\u00edtico e c\u00edvico\u0022 da antiga governante.Maria Lu\u00eds Albuquerque foi secret\u00e1ria de Estado do Tesouro (entre junho de 2011 e junho de 2013). 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Resta tamb\u00e9m saber que pasta ser\u00e1 atribu\u00edda \u00e0 futura comiss\u00e1ria europeia.O Presidente da Rep\u00fablica, Marcelo Rebelo de Sousa, j\u00e1 \u0022felicitou pessoalmente\u0022 Maria Lu\u00eds Albuquerque \u0022pela sua designa\u00e7\u00e3o pelo Governo portugu\u00eas como candidata a Membro da Comiss\u00e3o Europeia para o mandato 2024-2029\u0022.A informa\u00e7\u00e3o foi divulgada numa nota no site da Presid\u00eancia da Rep\u00fablica, pouco depois de Lu\u00eds Montenegro ter anunciado a nomea\u00e7\u00e3o.Oposi\u00e7\u00e3o recorda papel de Maria Lu\u00eds Albuquerque no tempo da troikaDepois do an\u00fancio do primeiro-ministro, os partidos com assento parlamentar reagiram \u00e0 escolha da ex-ministra das Finan\u00e7as. A oposi\u00e7\u00e3o recordou o papel de Maria Lu\u00eds Albuquerque no per\u00edodo da troika e lamentou a falta de di\u00e1logo e alargamento de consensos no processo de escolha do nome para o cargo.Tanto o PAN como o Livre querem ouvir a ex-ministra na Comiss\u00e3o de Assuntos Europeus do Parlamento sobre a sua vis\u00e3o para o projeto europeu enquanto representante de Portugal.Pelo Partido Socialista, Pedro Delgado Alves criticou o Governo por n\u00e3o ter ouvido os restantes partidos, em particular o PS, sobre a escolha da comiss\u00e1ria europeia, lembrando que os socialistas o fizeram nos processos anteriores, tendo inclusivamente reconduzido Dur\u00e3o Barroso.Segundo o deputado socialista, o secret\u00e1rio-geral do PS, Pedro Nuno Santos, s\u00f3 ter\u00e1 sido informado \u0022minutos antes\u0022 do an\u00fancio p\u00fablico.J\u00e1 quanto \u00e0 escolha, Pedro Delgado Alves disse ainda que \u0022n\u00e3o \u00e9 uma boa not\u00edcia\u0022 pois n\u00e3o traz \u0022boa mem\u00f3ria\u0022, recordando que Albuquerque foi \u0022respons\u00e1vel direta por medidas muito gravosas\u0022 para pensionistas e funcion\u00e1rios p\u00fablicos e tem um \u0022legado que em muitos aspetos ia at\u00e9 para l\u00e1 do que a UE defendia\u0022. Para o socialista, isso pode representar um \u0022regresso ao ado\u0022.O l\u00edder parlamentar do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo, considerou que esta ser\u00e1 uma das \u0022piores representa\u00e7\u00f5es da governa\u00e7\u00e3o\u0022 em Portugal, apontando Maria Lu\u00eds Albuquerque como \u0022sobretudo uma agente da troika no Governo portugu\u00eas\u0022.Fabian Figueiredo apontou qua a atua\u00e7\u00e3o da ex-governante \u0022significou cortes nos sal\u00e1rios, pens\u00f5es e legitimou todas as pol\u00edticas de austeridade\u0022, achando que a crise financeira se resolveria \u0022empobrecendo as pessoas\u0022 e \u0022for\u00e7ando milhares de portugueses \u00e0 emigra\u00e7\u00e3o\u0022.Paula Santos, l\u00edder parlamentar do P, reagiu com \u0022preocupa\u00e7\u00e3o e inquieta\u00e7\u00e3o\u0022 \u00e0 escolha de Maria Lu\u00eds Albuquerque. \u0022As op\u00e7\u00f5es pol\u00edticas que assumiu nas responsabilidades que teve foram sempre contr\u00e1rias ao interesse do nosso pa\u00eds\u0022, criticou.A deputada comunista acusou Albuquerque de ter \u0022responsabilidades s\u00e9rias no corte de sal\u00e1rios e pens\u00f5es\u0022, assim como \u0022na destrui\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os p\u00fablicos\u0022 e no \u0022desvio de recursos p\u00fablicos para tapar o buraco do BES\u0022.Pelo Livre, Jorge Pinto tamb\u00e9m lamentou que o Governo n\u00e3o tenha feito um debate \u0022alargado, plural e democr\u00e1tico sobre os perfis que poderiam representar Portugal\u0022.\u00c0 semelhan\u00e7a do que disseram outras for\u00e7as pol\u00edticas da oposi\u00e7\u00e3o, o deputado do partido ecologista tamb\u00e9m referiu que o nome de Maria Lu\u00eds Albuquerque est\u00e1 associado \u00e0 austeridade europeia. Jorge Pinto indicou ainda que o Livre vai apresentar um requerimento para que Albuquerque v\u00e1 \u00e0 Comiss\u00e3o de Assuntos Europeus do Parlamento para falar sobre a sua \u0022vis\u00e3o para o projeto europeu\u0022.No mesmo registo, a porta-voz do PAN considerou que \u0022Maria Lu\u00eds Albuquerque \u00e9 sin\u00f3nimo de austeridade, \u00e9 sin\u00f3nimo dos tempos da troika\u0022.In\u00eas Sousa Real criticou ainda a \u0022falta de di\u00e1logo\u0022 na escolha do nome, sublinhando que cargos como o de comiss\u00e1ria europeia \u0022devem representar todas as sensibilidades pol\u00edticas e n\u00e3o a sensibilidade de um governo minorit\u00e1rio\u0022.Tal como o Livre, tamb\u00e9m o PAN ir\u00e1 propor que Albuquerque seja ouvida no Parlamento sobre a \u0022vis\u00e3o que vai levar para a UE\u0022.J\u00e1 pela Iniciativa Liberal, a l\u00edder parlamentar Mariana Leit\u00e3o itiu que pelo curr\u00edculo e experi\u00eancia Albuquerque \u0022aparenta ter as compet\u00eancias t\u00e9cnicas necess\u00e1rias para o cargo\u0022. A liberal sublinhou, por\u00e9m, que mais importante do que a pessoa em si, \u00e9 importante que \u0022tenha uma vis\u00e3o reformista\u0022 para a UE.O l\u00edder da bancada do CDS, Paulo N\u00fancio, elogiou a \u0022excelente escolha do Governo\u0022, descrevendo Maria Lu\u00eds Albuquerque como \u0022extremamente profissional, competente e com enorme sentido de Estado\u0022. O centrista recordou a experi\u00eancia pol\u00edtica de Albuquerque \u0022num momento particularmente dif\u00edcil, dos mais dif\u00edceis\u0022 na hist\u00f3ria do pa\u00eds, defendendo que deve ser lembrada como uma \u0022governante que ajudou Portugal a recuperar de uma bancarrota deixada pelos socialistas\u0022.Constitui\u00e7\u00e3o do Col\u00e9gio de comiss\u00e1riosOs governos da UE t\u00eam at\u00e9 30 de agosto para apresentar os nomes dos seus candidatos a von der Leyen, que ter\u00e1 depois a miss\u00e3o de os entrevistar e atribuir as pastas pol\u00edticas. \u00c9 conhecida tamb\u00e9m a miss\u00e3o da presidente da Comiss\u00e3o de assegurar a paridade de g\u00e9nero durante o seu segundo mandato e, por isso, apelou a todos os pa\u00edses que indicassem dois candidatos - um homem e uma mulher - para lhe dar margem de manobra na nomea\u00e7\u00e3o de um col\u00e9gio equilibrado em termos de g\u00e9nero. Tendo em conta esta informa\u00e7\u00e3o, j\u00e1 se esperava que Portugal fosse ao encontro deste pedido.Ainda antes da divulga\u00e7\u00e3o de Lu\u00eds Montenegro, os nomes de Maria Lu\u00eds Albuquerque e Miguel Poiares Maduro, ex-ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, foram avan\u00e7ados pela comunica\u00e7\u00e3o social.Assim, Maria Lu\u00eds Albuquerque - a ser aceite por von der Leyen - substituir\u00e1 Elisa Ferreira que \u00e9 desde 2019 a comiss\u00e1ria portuguesa do col\u00e9gio de von der Leyen, com a pasta da Coes\u00e3o e Reformas. Elisa Ferreira \u00e9, at\u00e9 ent\u00e3o, a \u00fanica mulher portuguesa a exercer as fun\u00e7\u00f5es.A ex-vice-governadora do Banco de Portugal foi proposta em agosto de 2019 por Ant\u00f3nio Costa.Antes de Elisa Ferreira, integraram o col\u00e9gio de comiss\u00e1rios tamb\u00e9m Carlos Moedas (2014-2019), Dur\u00e3o Barroso (presidente 2004-2014), Ant\u00f3nio Vitorino (1999-2004), Jo\u00e3o de Deus Pinheiro (1992\u20131999) e Ant\u00f3nio Cardoso e Cunha (1986-1993).O que \u00e9 o Col\u00e9gio dos comiss\u00e1rios?A Comiss\u00e3o Europeia, presidida por Ursula von der Leyen, reeileita em julho, \u00e9 composta por um col\u00e9gio de comiss\u00e1rios dos 27 Estados-Membros. Cada comiss\u00e1rio \u00e9 respons\u00e1vel por \u00e1reas pol\u00edticas espec\u00edficas que lhes s\u00e3o atribu\u00eddas pela presidente.Por regra geral, o col\u00e9gio re\u00fane-se, pelo menos, uma vez por semana, normalmente todas as quartas-feiras de manh\u00e3, em Bruxelas. 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Luís Montenegro propõe Maria Luís Albuquerque para comissária europeia

  Maria Luís Albuquerque enquanto ministra das Finanças fala aos jornalistas sobre Orçamento do Estado para 2015 no Ministério das Finanças português, em Lisboa, Portugal
Maria Luís Albuquerque enquanto ministra das Finanças fala aos jornalistas sobre Orçamento do Estado para 2015 no Ministério das Finanças português, em Lisboa, Portugal Direitos de autor Francisco Seco/AP
Direitos de autor Francisco Seco/AP
De Joana Mourão CarvalhoEuronews
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O primeiro-ministro português anunciou esta manhã a sua escolha para o novo colégio de comissários de Ursula von der Leyen.

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Luís Montenegro anunciou esta quarta-feira que propôs o nome de Maria Luís Albuquerque como representante de Portugal no colégio de comissários de Ursula von der Leyen.

"É uma personalidade de reconhecido mérito profissional, político e cívico", disse o primeiro-ministro. "Sei que vai honrar Portugal", acrescentou.

Luís Montenegro apresentou a escolha do Governo, numa declaração a partir de São Bento aberta à imprensa, mas sem direito a perguntas.

Luís Montenegro recordou os cargos de Maria Luís Albuquerque como docente universitária, secretária de Estado e ministra de Estado e das Finanças, e destacou o "mérito académico, profissional, político e cívico" da antiga governante.

Maria Luís Albuquerque foi secretária de Estado do Tesouro (entre junho de 2011 e junho de 2013). Em julho de 2013 é indigitada ministra de Estado e das Finanças, funções nas quais foi reconduzida no segundo Governo de Pedro os Coelho e que ocupou até outubro de 2015.

O nome seguiu para Bruxelas, mas terá ainda de ser validado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Resta também saber que pasta será atribuída à futura comissária europeia.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já "felicitou pessoalmente" Maria Luís Albuquerque "pela sua designação pelo Governo português como candidata a Membro da Comissão Europeia para o mandato 2024-2029".

A informação foi divulgada numa nota no site da Presidência da República, pouco depois de Luís Montenegro ter anunciado a nomeação.

Oposição recorda papel de Maria Luís Albuquerque no tempo da troika

Depois do anúncio do primeiro-ministro, os partidos com assento parlamentar reagiram à escolha da ex-ministra das Finanças. A oposição recordou o papel de Maria Luís Albuquerque no período da troika e lamentou a falta de diálogo e alargamento de consensos no processo de escolha do nome para o cargo.

Tanto o PAN como o Livre querem ouvir a ex-ministra na Comissão de Assuntos Europeus do Parlamento sobre a sua visão para o projeto europeu enquanto representante de Portugal.

Pelo Partido Socialista, Pedro Delgado Alves criticou o Governo por não ter ouvido os restantes partidos, em particular o PS, sobre a escolha da comissária europeia, lembrando que os socialistas o fizeram nos processos anteriores, tendo inclusivamente reconduzido Durão Barroso.

Segundo o deputado socialista, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, só terá sido informado "minutos antes" do anúncio público.

Já quanto à escolha, Pedro Delgado Alves disse ainda que "não é uma boa notícia" pois não traz "boa memória", recordando que Albuquerque foi "responsável direta por medidas muito gravosas" para pensionistas e funcionários públicos e tem um "legado que em muitos aspetos ia até para lá do que a UE defendia". Para o socialista, isso pode representar um "regresso ao ado".

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo, considerou que esta será uma das "piores representações da governação" em Portugal, apontando Maria Luís Albuquerque como "sobretudo uma agente da troika no Governo português".

Fabian Figueiredo apontou qua a atuação da ex-governante "significou cortes nos salários, pensões e legitimou todas as políticas de austeridade", achando que a crise financeira se resolveria "empobrecendo as pessoas" e "forçando milhares de portugueses à emigração".

Paula Santos, líder parlamentar do P, reagiu com "preocupação e inquietação" à escolha de Maria Luís Albuquerque. "As opções políticas que assumiu nas responsabilidades que teve foram sempre contrárias ao interesse do nosso país", criticou.

A deputada comunista acusou Albuquerque de ter "responsabilidades sérias no corte de salários e pensões", assim como "na destruição de serviços públicos" e no "desvio de recursos públicos para tapar o buraco do BES".

Pelo Livre, Jorge Pinto também lamentou que o Governo não tenha feito um debate "alargado, plural e democrático sobre os perfis que poderiam representar Portugal".

À semelhança do que disseram outras forças políticas da oposição, o deputado do partido ecologista também referiu que o nome de Maria Luís Albuquerque está associado à austeridade europeia.

Jorge Pinto indicou ainda que o Livre vai apresentar um requerimento para que Albuquerque vá à Comissão de Assuntos Europeus do Parlamento para falar sobre a sua "visão para o projeto europeu".

No mesmo registo, a porta-voz do PAN considerou que "Maria Luís Albuquerque é sinónimo de austeridade, é sinónimo dos tempos da troika".

Inês Sousa Real criticou ainda a "falta de diálogo" na escolha do nome, sublinhando que cargos como o de comissária europeia "devem representar todas as sensibilidades políticas e não a sensibilidade de um governo minoritário".

Tal como o Livre, também o PAN irá propor que Albuquerque seja ouvida no Parlamento sobre a "visão que vai levar para a UE".

Já pela Iniciativa Liberal, a líder parlamentar Mariana Leitão itiu que pelo currículo e experiência Albuquerque "aparenta ter as competências técnicas necessárias para o cargo".

A liberal sublinhou, porém, que mais importante do que a pessoa em si, é importante que "tenha uma visão reformista" para a UE.

O líder da bancada do CDS, Paulo Núncio, elogiou a "excelente escolha do Governo", descrevendo Maria Luís Albuquerque como "extremamente profissional, competente e com enorme sentido de Estado".

O centrista recordou a experiência política de Albuquerque "num momento particularmente difícil, dos mais difíceis" na história do país, defendendo que deve ser lembrada como uma "governante que ajudou Portugal a recuperar de uma bancarrota deixada pelos socialistas".

Constituição do Colégio de comissários

Os governos da UE têm até 30 de agosto para apresentar os nomes dos seus candidatos a von der Leyen, que terá depois a missão de os entrevistar e atribuir as pastas políticas.

É conhecida também a missão da presidente da Comissão de assegurar a paridade de género durante o seu segundo mandato e, por isso, apelou a todos os países que indicassem dois candidatos - um homem e uma mulher - para lhe dar margem de manobra na nomeação de um colégio equilibrado em termos de género.

Tendo em conta esta informação, já se esperava que Portugal fosse ao encontro deste pedido.

Ainda antes da divulgação de Luís Montenegro, os nomes de Maria Luís Albuquerque e Miguel Poiares Maduro, ex-ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, foram avançados pela comunicação social.

Assim, Maria Luís Albuquerque - a ser aceite por von der Leyen - substituirá Elisa Ferreira que é desde 2019 a comissária portuguesa do colégio de von der Leyen, com a pasta da Coesão e Reformas. Elisa Ferreira é, até então, a única mulher portuguesa a exercer as funções.

A ex-vice-governadora do Banco de Portugal foi proposta em agosto de 2019 por António Costa.

Elisa Ferreira discursa durante uma sessão plenária no Parlamento Europeu em Estrasburgo, no leste de França, na terça-feira, 14 de setembro de 2021
Elisa Ferreira discursa durante uma sessão plenária no Parlamento Europeu em Estrasburgo, no leste de França, na terça-feira, 14 de setembro de 2021Julien Warnand/AP

Antes de Elisa Ferreira, integraram o colégio de comissários também Carlos Moedas (2014-2019), Durão Barroso (presidente 2004-2014), António Vitorino (1999-2004), João de Deus Pinheiro (1992–1999) e António Cardoso e Cunha (1986-1993).

O que é o Colégio dos comissários?

A Comissão Europeia, presidida por Ursula von der Leyen, reeileita em julho, é composta por um colégio de comissários dos 27 Estados-Membros.

Cada comissário é responsável por áreas políticas específicas que lhes são atribuídas pela presidente.

Por regra geral, o colégio reúne-se, pelo menos, uma vez por semana, normalmente todas as quartas-feiras de manhã, em Bruxelas.

Além destas reuniões semanais, os comissários podem ser convocados para reuniões extraordinárias.

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