O Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, disse que o Hamas estava a ser desgastado, mas que a perseguição ao grupo "vai continuar durante anos".
Pelo menos 17 pessoas morreram e dezenas de outras ficaram feridas num ataque israelita que atingiu a escola Abu Ariban, no campo de refugiados de Nuseirat, na noite de domingo.
A escola, gerida pela UNRWA - Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente - estava a ser utilizada como abrigo para as pessoas deslocadas devido à continuação da guerra em Gaza.
As forças armadas israelitas afirmaram, em comunicado, que tinham atingido "terroristas que, alegadamente, operavam na zona e estavam instalados na escola da UNRWA".
"Só queremos estar em segurança, mas agora nem a escola, nem a casa, nem lugar nenhum é seguro. Estão a atacar tudo", disse Um Fadi Al-Zeer, uma das mulheres deslocadas que trabalhava no local atingido.
Não foi só este refúgio a ser atacado durante a noite. Aviões de guerra e drones israelitas continuam a bombardear a Faixa de Gaza e foram registados ataques mortíferos em az-Zawayda e Rafah, segundo a agência noticiosa Wafa.
O Ministro da Defesa Yoav Gallant reuniu-se com as tropas na base aérea de Nevatim e elogiou o pessoal militar pelos seus esforços para derrotar o Hamas, mas avisou que a perseguição ao grupo "continuará durante anos."
"Esta manhã, na base da força aérea em Nabatim, juntamente com os pilotos de caça e as equipas técnicas que participaram no ataque aos altos funcionários na zona de Khan Yunis. Continuamos a desgastar o Hamas e a desmantelar as suas capacidades. Em todos os lugares e em todos os escalões - desde o terrorista mais graduado até ao mais jovem, continuaremos a eliminar todos aqueles que se levantaram para nos matar em 7 de outubro", pode ler-se na publicação.
O ministro adiantou ainda que estão a fechar o cerco em Rafah onde estão a atingir "os seus postos de comando, os armazéns de armas, as salas de comunicação, todos os locais onde são produzidas armas."
No norte da Faixa de Gaza, as instituições de caridade criaram cozinhas onde preparam sopa, numa tentativa de manter a população alimentada, uma vez que a ajuda continua a chegar ao enclave a um ritmo lento e os abastecimentos escasseiam.
Mais de 80% dos 2,3 milhões de habitantes do território foram deslocados pelos combates, com muitas pessoas a serem obrigadas a mudar de local várias vezes.
Muitos vivem atualmente em campos de tendas improvisados e miseráveis, com o limitado a alimentos, água potável e produtos sanitários.
Os peritos internacionais afirmam que centenas de milhares de pessoas em Gaza estão à beira da fome.