O centro de Wiesbaden irá planear e coordenar a assistência em matéria de segurança a Kiev, que continua a lutar contra a guerra de agressão de Moscovo.
A cidade de Wiesbaden, no sul da Alemanha, conhecida pelos seus banhos termais, será agora palco dos esforços da NATO para apoiar as forças armadas ucranianas.
O novo centro de comando, localizado numa antiga base do exército dos EUA, coordenará a formação e as doações de equipamento à Ucrânia e será dirigido por um general de três estrelas. Servirá para planear, coordenar e organizar a assistência à segurança da Ucrânia.
Esta é a peça central do plano de Formação e Assistência à Segurança da NATO para a Ucrânia, anunciado na cimeira realizada em Washington na semana ada. A base contará com cerca de 700 elementos das nações aliadas e de parceiros específicos.
A NATO afirma que o centro de comando na Alemanha irá reforçar o seu apoio à Ucrânia, mas isto não significa que a aliança fará parte do conflito.
Um deputado ucraniano do partido do presidente Volodymyr Zelenskyy, que também está a combater no exército, disse que o centro de comando é extremamente bem-vindo.
"Temos de nos encontrar com as pessoas que produziram essas munições e que tentam treinar-nos", disse Sviatoslav Yurash, do partido "Servo do Povo", explicando como a formação da NATO tem sido precioso na linha da frente.
Rearmar a Alemanha
A novidade foi discutida na cimeira da NATO, que se realizou na semana ada, em Washington, na qual a aliança declarou que a Ucrânia estava num caminho irreversível para se tornar membro da organização.
Um perito em política externa advertiu que, embora positivo, existem limites potenciais para a entrada da Ucrânia.
"Espera-se que esta decisão inspire confiança no apoio da NATO à Ucrânia, mas, ao mesmo tempo, todos sabem, incluindo os políticos ucranianos, que a política interna dos EUA irá decidir a adesão da Ucrânia à Aliança", afirmou Leonard Schuette, investigador principal da Conferência de Segurança de Munique.
As autoridades afirmaram que a Ucrânia só poderia aderir à Aliança quando a guerra com a Rússia estivesse terminada.
Durante a cimeira, os EUA também anunciaram que iriam instalar mísseis de longo alcance na Alemanha.
Quando estiverem totalmente desenvolvidas, estas unidades de fogo convencionais incluirão SM-6, Tomahawk e armas hipersónicas em desenvolvimento, que têm alcances significativamente mais longos do que os atuais sistemas baseados em terra na Europa.
O deputado alemão Sebastian Schaefer, que faz parte da comissão parlamentar de defesa, disse à Euronews que a Alemanha deve concentrar-se no seu rearmamento.
"Esta é uma das realidades do século XXI. Não é uma coisa muito boa de se ver, mas é necessária. Seria muito mais sensato se vivêssemos juntos em paz neste planeta. Mas não é esse o caso, pelo que temos de nos preparar", afirmou Schaefer.
Apesar disso, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, afirmou que a coligação no poder aprovou menos de um quinto do aumento que tinha pedido para as suas forças armadas.