{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2024/05/03/candidata-do-renew-europe-defende-que-e-urgente-dar-armas-a-ucrania" }, "headline": "Candidata do Renew Europe defende que \u00e9 urgente dar armas \u00e0 Ucr\u00e2nia", "description": "A euronews entrevistou Marie-Agnes Zimmerman, \u0022candidata principal\u0022 do Renew Europe \u00e0s elei\u00e7\u00f5es para o parlamento Europeu.", "articleBody": "Euronews : \u0022Gostaria que nos falasse um pouco sobre si. \u00c9 uma pol\u00edtica alem\u00e3. Est\u00e1 a tentar chegar a um cargo de topo na Uni\u00e3o Europeia. \u00c9 a principal candidata do Renew Europe. Fale-nos um pouco das suas ambi\u00e7\u00f5es.\u0022 Marie-Agnes Zimmerman : \u0022Antes de mais, h\u00e1 sempre grandes surpresas na minha vida porque, h\u00e1 sete anos, tornei-me membro do parlamento alem\u00e3o.Sou totalmente europeia, f\u00e3 da Europa. 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E h\u00e1 duas semanas, houve uma discuss\u00e3o na Alemanha sobre o marco alem\u00e3o, porque eles querem-no de volta. Consegue imaginar?\u0022 Pacto Ecol\u00f3gico Europeu: \u0022H\u00e1 muitas regras, cheias de pormenores\u0022 Euronews : \u0022Qual \u00e9 a sua posi\u00e7\u00e3o sobre a import\u00e2ncia de respeitar o Pacto Ecol\u00f3gico Europeu, tal como foi acordado inicialmente, porque vemos que nalgumas \u00e1reas h\u00e1 uma tentativa de diminui-lo. E, de facto, at\u00e9 o seu pr\u00f3prio partido votou contra a elimina\u00e7\u00e3o progressiva dos motores a combust\u00edvel, algo que foi, na verdade, saudado como um grande sucesso. Qual \u00e9 a sua posi\u00e7\u00e3o sobre a necessidade de garantir a integridade do Pacto Ecol\u00f3gico?\u0022 Marie-Agnes Zimmerman : \u0022O termo Pacto Ecol\u00f3gico soa muito bem. E n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas de que os empres\u00e1rios na Alemanha trabalham para um futuro mais verde. Mas, mais uma vez, h\u00e1 a burocracia. Milhares de regras. N\u00e3o \u00e9 apenas uma \u00fanica regra. h\u00e1 uma segunda, uma terceira, uma quarta regra. Para a economia, \u00e9 um verdadeiro problema. Se quisermos que o Pacto Ecol\u00f3gico seja bem sucedido, as empresas t\u00eam de poder trabalhar. H\u00e1 muitas regras, cheias de pormenores. E isso \u00e9 de facto um problema. Quando dizemos Pacto Ecol\u00f3gico, isso soa muito bem. Mas toda a gente diz: vamos ter calma em rela\u00e7\u00e3o ao pacto ecol\u00f3gico porque ele afecta tudo. \u00c9 regras e mais regras. Isso \u00e9 um problema\u0022. \u0022Toda a Uni\u00e3o Europeia tinha de estar ao lado da Ucr\u00e2nia\u0022 Euronews : \u0022No Leste da Ucr\u00e2nia, os ucranianos enfrentam v\u00e1rias dificuldades. Perderam Avdivka em fevereiro e estamos em maio. A Ucr\u00e2nia poder\u00e1 apenas conseguir voltar ao ponto em que estava h\u00e1 seis meses, devido \u00e0 falta de muni\u00e7\u00f5es, de tanques e de sistemas de defesa. Como avalia a forma como a Europa tem gerido esta situa\u00e7\u00e3o?\u0022 Marie-Agnes Zimmerman : \u0022H\u00e1 dois anos fiquei muito feliz porque, pela primeira vez, se compararmos com o primeiro ataque da R\u00fassia contra a Ucr\u00e2nia, h\u00e1 dez anos, em 2014, a Europa esteve pr\u00f3xima da Ucr\u00e2nia. A Europa ajudou a Ucr\u00e2nia nos primeiros meses. ados dois anos, j\u00e1 n\u00e3o tenho a certeza de que a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 um sucesso. Por exemplo, a Sra. von der Leyen anunciou h\u00e1 alguns meses um milh\u00e3o de muni\u00e7\u00f5es. Parece fant\u00e1stico, mas essas muni\u00e7\u00f5es nunca chegaram \u00e0 Ucr\u00e2nia. \u00c9 uma quest\u00e3o de tempo. Se dizemos que vamos entregar muni\u00e7\u00f5es, temos de o fazer. E agora apercebemo-nos de que demos 400 mil, ou 300 mil muni\u00e7\u00f5es, muito longe de 1 milh\u00e3o. Penso que, na verdade, toda a Europa, toda a Uni\u00e3o Europeia tinha de estar ao lado da Ucr\u00e2nia, n\u00e3o apenas alguns pa\u00edses. Os pa\u00edses que est\u00e3o perto da fronteira russa est\u00e3o a fazer tudo o que podem. Os Estados B\u00e1lticos, os Estados do Norte, a Alemanha est\u00e3o a fazer muito mas \u00e9 dif\u00edcil. Alguns pa\u00edses pensam que a guerra \u00e9 algo distante, mas, na verdade, trata-se de um enorme problema para toda a Europa. E temos de fazer mais. Digo-vos que temos de fazer mais. Se a Ucr\u00e2nia perder esta guerra, ent\u00e3o teremos um enorme problema n\u00e3o s\u00f3 na Uni\u00e3o Europeia, mas tamb\u00e9m em todo o mundo. E temos de ver o que acontece nos Estados Unidos em novembro\u0022. \u0022Se quisermos realmente ajudar a Ucr\u00e2nia, podemos faz\u00ea-lo\u0022 Euronews : \u0022 Ser\u00e1 que o Chanceler alem\u00e3o tem raz\u00e3o em continuar a recusar os m\u00edsseis de longo alcance Taurus?\u0022 Marie-Agnes Zimmerman : \u0022N\u00e3o, ele n\u00e3o tem raz\u00e3o. Trata-se de uma discuss\u00e3o muito intensa na Alemanha. Porque n\u00f3s temos este Taurus, poder\u00edamos entreg\u00e1-lo \u00e0 Ucr\u00e2nia. E o problema \u00e9 que esta discuss\u00e3o j\u00e1 dura h\u00e1 quase um ano, \u00e9 inacredit\u00e1vel porque a R\u00fassia v\u00ea o que est\u00e1 a acontecer.\u00a0 N\u00e3o h\u00e1 tempo para discuss\u00f5es. \u00c9 preciso faz\u00ea-lo. Por isso, Scholz n\u00e3o tem raz\u00e3o. Daqui a um ano temos elei\u00e7\u00f5es nacionais na Alemanha? E a ideia dele \u00e9 ser o Chanceler da Paz. Mas toda a gente \u00e9 um pol\u00edtico de paz. Quero dizer, toda a gente quer acabar com esta guerra. Mas da forma certa. N\u00e3o queremos que a R\u00fassia ataque toda a Ucr\u00e2nia. E podemos ver que os rockets n\u00e3o est\u00e3o apenas no leste da Ucr\u00e2nia. Est\u00e3o por todo o lado. Por isso, penso que n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas sobre o facto de que temos de fornecer os m\u00edsseis, e temos de fazer tudo o que pudermos. Todos os pa\u00edses, n\u00e3o apenas a Alemanha. N\u00e3o se trata apenas de uma quest\u00e3o de ajuda bilateral, a ajuda deve vir dos 27 pa\u00edses da Europa. E digo-vos que podemos faz\u00ea-lo. Se quisermos realmente ajudar a Ucr\u00e2nia, podemos faz\u00ea-lo. Mas temos de o fazer, e n\u00e3o temos tempo a perder\u0022. Euronews : \u0022Como \u00e9 que avalia o papel de Ursula von der Leyen nesta situa\u00e7\u00e3o? Porque mencionou que ela prometeu um milh\u00e3o de muni\u00e7\u00f5es, e isso n\u00e3o foi cumprido. O que diria sobre a sua presid\u00eancia da Comiss\u00e3o Europeia?\u0022 Marie-Agnes Zimmerman : \u0022Estou absolutamente desiludida porque durante seis anos, \u00e9 muito tempo, ela foi Ministra da Defesa da Alemanha. E ela sabe o que acontece quando se perde tempo. N\u00e3o fa\u00e7o ideia porque \u00e9 que h\u00e1 cinco anos, antes do segundo ataque, ela n\u00e3o falou sobre seguran\u00e7a. Temos sempre de nos lembrar do primeiro ataque. A indexa\u00e7\u00e3o da Crimeia. Foi h\u00e1 dez anos. N\u00e3o percebo porque \u00e9 que ela n\u00e3o falou sobre seguran\u00e7a militar quando come\u00e7ou o mandato de presidente da comiss\u00e3o europeia, porque ela conhece este assunto. Ela sabe o que aconteceu\u0022. \u0022von der Leyen devia ter abordado a quest\u00e3o das armas\u0022 Euronews : \u0022Os 27 Estados-Membros t\u00eam, muitas vezes, prioridades diferentes, a pandemia, o pacto ecol\u00f3gico. Compreende porque \u00e9 que isto n\u00e3o estava no topo da sua lista, visto que n\u00e3o havia, nessa altura, uma guerra no continente?\u0022 Marie-Agnes Zimmerman : \u0022Eu sei que a situa\u00e7\u00e3o da pandemia foi terr\u00edvel para todos. Mas podiamos ver o que estava a acontecer na R\u00fassia. A quest\u00e3o n\u00e3o era fazer uma coisa ou a outra, mas fazer ambas. Quando se est\u00e1 \u00e0 frente de uma comiss\u00e3o, n\u00e3o existe um s\u00f3 tema. \u00c9 preciso ver o que acontece nas diferentes \u00e1reas. Por isso, n\u00e3o sei. Posso formular uma hip\u00f3tese. Conhe\u00e7o muito bem a Ursula von der Leyen porque estive na comiss\u00e3o de defesa quando ela era ministra. Falar de armas, falar de guerra. N\u00e3o \u00e9 um tema muito sexy. Como diz\u00ea-lo? Soa melhor, \u00e9 mais agrad\u00e1vel falar do Pacto Ecol\u00f3gico. \u00c9 um tema mais suave. Euronews : \u0022Ela escolheu o caminho mais f\u00e1cil. \u00c9 isso que est\u00e1 a dizer? Porque ela tamb\u00e9m teve muitos confrontos em rela\u00e7\u00e3o ao Pacto Ecol\u00f3gico\u0022. Marie-Agnes Zimmerman: \u0022Sim, mas, trata-se da mulher que est\u00e1 na lideran\u00e7a da Europa, por isso todos os dias h\u00e1 confrontos\u0022. Euronews : \u0022Na Alemanha, nessa altura havia muita preocupa\u00e7\u00e3o pelo facto de o pa\u00eds ter muitas rela\u00e7\u00f5es com a R\u00fassia. O g\u00e1s e o petr\u00f3leo russo alimentavam a economia alem\u00e3. Por isso, h\u00e1 responsabilidades do lado dos seus pr\u00f3prios colegas pol\u00edticos. Marie-Agnes Zimmerman : \u0022\u00c9 claro que, para a Alemanha, essa situa\u00e7\u00e3o foi um choque. A quest\u00e3o da depend\u00eancia. Mas, foi h\u00e1 dois anos. Fizemos o nosso trabalho e temos alternativas ao g\u00e1s e ao petr\u00f3leo da R\u00fassia. Por isso, toda a gente est\u00e1 surpreendida com o facto de termos sido muito r\u00e1pidos a procurar diferentes possibilidades de comprar energia. Quando h\u00e1 muita press\u00e3o, as pessoas mexem-se. Mas, de qualquer forma, penso que a Sra. von der Leyen devia ter abordado esta situa\u00e7\u00e3o, a quest\u00e3o das armas. H\u00e1 dois anos e meio atr\u00e1s. E agora temos uma enorme discuss\u00e3o sobre o assunto. Fiquei surpreendida por ela n\u00e3o ter dito que a Europa tinha de fazer mais, porque ela tem a experi\u00eancia. Mesmo sabendo que ele teve conflitos em rela\u00e7\u00e3o ao pacto ecol\u00f3gico, n\u00e3o percebo porque \u00e9 que ela n\u00e3o falou da guerra\u0022. 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Candidata do Renew Europe defende que é urgente dar armas à Ucrânia

Candidata do Renew Europe defende que é urgente dar armas à Ucrânia
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De Shona Murray
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A euronews entrevistou Marie-Agnes Zimmerman, "candidata principal" do Renew Europe às eleições para o parlamento Europeu.

Euronews: "Gostaria que nos falasse um pouco sobre si. É uma política alemã. Está a tentar chegar a um cargo de topo na União Europeia. É a principal candidata do Renew Europe. Fale-nos um pouco das suas ambições."

Marie-Agnes Zimmerman : "Antes de mais, há sempre grandes surpresas na minha vida porque, há sete anos, tornei-me membro do parlamento alemão.Sou totalmente europeia, fã da Europa. Talvez seja uma questão de geração. Tenho 66 anos e venho de Dusseldorf, muito perto da fronteira com os Países Baixos. Quando era estudante em Munique e os meus pais viviam em Dusseldorf, viajei muito para os Países Baixos. Havia fronteiras e era preciso mostrar o aporte. Eu tenho três filhos. Uma filha e dois dois filhos que estudaram nos Países Baixos. E nessa altura apercebi-me de como a Europa é fantástica. Sou presidente da comissão de defesa do parlamento alemão e apercebo-me, não só agora, mas desde há dois anos, quando a Rússia atacou a Ucrânia, que só é possível resolver os problemas de segurança, nos seus vários sentidos, em conjunto com os parceiros europeus. Estou ansiosa por fazer parte do Parlamento Europeu. É um novo momento na minha vida. Tenho de aprender muito. Estou consciente disso e vou fazê-lo".

"Em tempos difícieis muitas pessoas procuram um líder duro"

Euronews: "Os liberais estão a perder terreno nas sondagens. Num dia mau, podem ficar em quinto lugar. Estão em terceiro lugar e podem ficar atrás dos reformistas e conservadores, o grupo da direita e da extrema-direita. Porque é que a mensagem não está a chegar às pessoas para votarem nos liberais?"

Marie-Agnes Zimmerman : “Nestes tempos muito difíceis, não é fácil para as pessoas procurarem um partido que dê às pessoas a oportunidade de decidirem por si próprias. E há muitas pessoas, na Alemanha, que se apercebem dos tempos difíceis e procuram um líder muito duro. Do ponto de vista liberal, pensamos que, mesmo em tempos muito difíceis especiais, devemos ter um pensamento livre e ser responsável pela nossa vida".

Euronews: “Ao ver, na Alemanha, a ascensão de grupos como a AfD, por exemplo, e em toda a Europa, a ascensão da extrema-direita, fica preocupada com as implicações que isso pode ter para a Europa, os valores europeus, a política europeia?"

Marie-Agnes Zimmerman: "Sim, absolutamente. É realmente necessário explicar às pessoas que votar na AfD não é uma brincadeira. É realmente um momento terrível porque sabemos que a AFD fará parte do Parlamento Europeu com a intenção de cortar tudo. A líder do AfD, numa entrevista ao Financial Times, disse que, se fizesse parte do Parlamento Europeu, apoiaria a saída da Alemanha da União Europeia. Ela disse isso. Penso que é muito importante que o tenha dito para que toda a gente perceba que a AfD é um partido nacional e não um partido europeu. E há duas semanas, houve uma discussão na Alemanha sobre o marco alemão, porque eles querem-no de volta. Consegue imaginar?"

Pacto Ecológico Europeu: "Há muitas regras, cheias de pormenores"

Euronews: "Qual é a sua posição sobre a importância de respeitar o Pacto Ecológico Europeu, tal como foi acordado inicialmente, porque vemos que nalgumas áreas há uma tentativa de diminui-lo. E, de facto, até o seu próprio partido votou contra a eliminação progressiva dos motores a combustível, algo que foi, na verdade, saudado como um grande sucesso. Qual é a sua posição sobre a necessidade de garantir a integridade do Pacto Ecológico?"

Marie-Agnes Zimmerman: "O termo Pacto Ecológico soa muito bem. E não há dúvidas de que os empresários na Alemanha trabalham para um futuro mais verde. Mas, mais uma vez, há a burocracia. Milhares de regras. Não é apenas uma única regra. há uma segunda, uma terceira, uma quarta regra. Para a economia, é um verdadeiro problema. Se quisermos que o Pacto Ecológico seja bem sucedido, as empresas têm de poder trabalhar. Há muitas regras, cheias de pormenores. E isso é de facto um problema. Quando dizemos Pacto Ecológico, isso soa muito bem. Mas toda a gente diz: vamos ter calma em relação ao pacto ecológico porque ele afecta tudo. É regras e mais regras. Isso é um problema".

"Toda a União Europeia tinha de estar ao lado da Ucrânia"

Euronews : "No Leste da Ucrânia, os ucranianos enfrentam várias dificuldades. Perderam Avdivka em fevereiro e estamos em maio. A Ucrânia poderá apenas conseguir voltar ao ponto em que estava há seis meses, devido à falta de munições, de tanques e de sistemas de defesa. Como avalia a forma como a Europa tem gerido esta situação?"

Marie-Agnes Zimmerman: "Há dois anos fiquei muito feliz porque, pela primeira vez, se compararmos com o primeiro ataque da Rússia contra a Ucrânia, há dez anos, em 2014, a Europa esteve próxima da Ucrânia. A Europa ajudou a Ucrânia nos primeiros meses. ados dois anos, já não tenho a certeza de que a situação é um sucesso. Por exemplo, a Sra. von der Leyen anunciou há alguns meses um milhão de munições. Parece fantástico, mas essas munições nunca chegaram à Ucrânia. É uma questão de tempo. Se dizemos que vamos entregar munições, temos de o fazer. E agora apercebemo-nos de que demos 400 mil, ou 300 mil munições, muito longe de 1 milhão. Penso que, na verdade, toda a Europa, toda a União Europeia tinha de estar ao lado da Ucrânia, não apenas alguns países. Os países que estão perto da fronteira russa estão a fazer tudo o que podem. Os Estados Bálticos, os Estados do Norte, a Alemanha estão a fazer muito mas é difícil. Alguns países pensam que a guerra é algo distante, mas, na verdade, trata-se de um enorme problema para toda a Europa. E temos de fazer mais. Digo-vos que temos de fazer mais. Se a Ucrânia perder esta guerra, então teremos um enorme problema não só na União Europeia, mas também em todo o mundo. E temos de ver o que acontece nos Estados Unidos em novembro".

"Se quisermos realmente ajudar a Ucrânia, podemos fazê-lo"

Euronews: " Será que o Chanceler alemão tem razão em continuar a recusar os mísseis de longo alcance Taurus?"

Marie-Agnes Zimmerman: "Não, ele não tem razão. Trata-se de uma discussão muito intensa na Alemanha. Porque nós temos este Taurus, poderíamos entregá-lo à Ucrânia. E o problema é que esta discussão já dura há quase um ano, é inacreditável porque a Rússia vê o que está a acontecer.  Não há tempo para discussões. É preciso fazê-lo. Por isso, Scholz não tem razão. Daqui a um ano temos eleições nacionais na Alemanha? E a ideia dele é ser o Chanceler da Paz. Mas toda a gente é um político de paz. Quero dizer, toda a gente quer acabar com esta guerra. Mas da forma certa. Não queremos que a Rússia ataque toda a Ucrânia. E podemos ver que os rockets não estão apenas no leste da Ucrânia. Estão por todo o lado. Por isso, penso que não há dúvidas sobre o facto de que temos de fornecer os mísseis, e temos de fazer tudo o que pudermos. Todos os países, não apenas a Alemanha. Não se trata apenas de uma questão de ajuda bilateral, a ajuda deve vir dos 27 países da Europa. E digo-vos que podemos fazê-lo. Se quisermos realmente ajudar a Ucrânia, podemos fazê-lo. Mas temos de o fazer, e não temos tempo a perder".

Euronews: "Como é que avalia o papel de Ursula von der Leyen nesta situação? Porque mencionou que ela prometeu um milhão de munições, e isso não foi cumprido. O que diria sobre a sua presidência da Comissão Europeia?"

Marie-Agnes Zimmerman : "Estou absolutamente desiludida porque durante seis anos, é muito tempo, ela foi Ministra da Defesa da Alemanha. E ela sabe o que acontece quando se perde tempo. Não faço ideia porque é que há cinco anos, antes do segundo ataque, ela não falou sobre segurança. Temos sempre de nos lembrar do primeiro ataque. A indexação da Crimeia. Foi há dez anos. Não percebo porque é que ela não falou sobre segurança militar quando começou o mandato de presidente da comissão europeia, porque ela conhece este assunto. Ela sabe o que aconteceu".

"von der Leyen devia ter abordado a questão das armas"

Euronews: "Os 27 Estados-Membros têm, muitas vezes, prioridades diferentes, a pandemia, o pacto ecológico. Compreende porque é que isto não estava no topo da sua lista, visto que não havia, nessa altura, uma guerra no continente?"

Marie-Agnes Zimmerman: "Eu sei que a situação da pandemia foi terrível para todos. Mas podiamos ver o que estava a acontecer na Rússia. A questão não era fazer uma coisa ou a outra, mas fazer ambas. Quando se está à frente de uma comissão, não existe um só tema. É preciso ver o que acontece nas diferentes áreas. Por isso, não sei. Posso formular uma hipótese. Conheço muito bem a Ursula von der Leyen porque estive na comissão de defesa quando ela era ministra. Falar de armas, falar de guerra. Não é um tema muito sexy. Como dizê-lo? Soa melhor, é mais agradável falar do Pacto Ecológico. É um tema mais suave.

Euronews: "Ela escolheu o caminho mais fácil. É isso que está a dizer? Porque ela também teve muitos confrontos em relação ao Pacto Ecológico".

Marie-Agnes Zimmerman: "Sim, mas, trata-se da mulher que está na liderança da Europa, por isso todos os dias há confrontos".

Euronews: "Na Alemanha, nessa altura havia muita preocupação pelo facto de o país ter muitas relações com a Rússia. O gás e o petróleo russo alimentavam a economia alemã. Por isso, há responsabilidades do lado dos seus próprios colegas políticos.

Marie-Agnes Zimmerman: "É claro que, para a Alemanha, essa situação foi um choque. A questão da dependência. Mas, foi há dois anos. Fizemos o nosso trabalho e temos alternativas ao gás e ao petróleo da Rússia. Por isso, toda a gente está surpreendida com o facto de termos sido muito rápidos a procurar diferentes possibilidades de comprar energia. Quando há muita pressão, as pessoas mexem-se. Mas, de qualquer forma, penso que a Sra. von der Leyen devia ter abordado esta situação, a questão das armas. Há dois anos e meio atrás. E agora temos uma enorme discussão sobre o assunto. Fiquei surpreendida por ela não ter dito que a Europa tinha de fazer mais, porque ela tem a experiência. Mesmo sabendo que ele teve conflitos em relação ao pacto ecológico, não percebo porque é que ela não falou da guerra".

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