{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2024/04/25/crise-no-medio-oriente-que-futuro-para-a-defesa-comum-europeia" }, "headline": "Crise no M\u00e9dio Oriente: que futuro para a defesa comum europeia", "description": "A tens\u00e3o na regi\u00e3o tornou-se um dos principais temas da campanha. Fala-se cada vez mais de um aumento das despesas militares e de uma defesa europeia comum. sco Petronella, analista do Ispi, explica por que raz\u00e3o a UE pode desempenhar um papel de lideran\u00e7a no desanuviamento da situa\u00e7\u00e3o.", "articleBody": "A situa\u00e7\u00e3o no M\u00e9dio Oriente continua a ser preocupante, embora a escalada esteja atualmente congelada. Israel continua a bombardear Gaza e a entrar em conflito com o Hezbollah no L\u00edbano, mas a tens\u00e3o com o Ir\u00e3o parece ter diminu\u00eddo. A UE pode desempenhar um papel fundamental no desanuviamento da situa\u00e7\u00e3o na regi\u00e3o, mas muito depender\u00e1 tamb\u00e9m do resultado das elei\u00e7\u00f5es de junho. \u0022A Uni\u00e3o Europeia ser\u00e1 chamada a responder a este desafio a longo prazo e, se poss\u00edvel, com uma maioria no Parlamento Europeu e um governo na Comiss\u00e3o Europeia capaz de tomar decis\u00f5es fortes e com o maior impacto poss\u00edvel sobre a realidade\u0022, explica o jornalista e analista do Ispi sco Petronella. \u0022N\u00e3o s\u00f3 agora, com a guerra, mas tamb\u00e9m depois, para encontrar uma solu\u00e7\u00e3o para o conflito israelo-palestiniano no seu conjunto\u0022, disse Petronella aos microfones da Euronews. O papel da UE na crise do Mar Vermelho A miss\u00e3o Aspides \u00e9 uma demonstra\u00e7\u00e3o da coopera\u00e7\u00e3o entre os pa\u00edses da UE em situa\u00e7\u00f5es de emerg\u00eancia, mas a defesa comum europeia, ap\u00f3s a guerra na Ucr\u00e2nia e em Gaza, est\u00e1 a tornar-se cada vez mais um foco da campanha. \u0022Aspides foi um bom exemplo do que pode ser a defesa comum europeia. 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Porque \u00e9 que falamos de defesa europeia comum A defesa comum europeia \u00e9 um daqueles temas que periodicamente fazem as manchetes, especialmente quando h\u00e1 problemas na outra arquitetura de defesa euro-atl\u00e2ntica que \u00e9 a NATO. Com a aproxima\u00e7\u00e3o das elei\u00e7\u00f5es nos EUA, com a possibilidade de Trump regressar \u00e0 Casa Branca, \u00e9 claro que o tema da defesa europeia volta a ser not\u00edcia\u0022, explica Petronella.\u00a0 \u0022Trump j\u00e1 disse v\u00e1rias vezes durante o seu primeiro mandato que a Alian\u00e7a Atl\u00e2ntica, tal como est\u00e1, n\u00e3o \u00e9 boa. 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Entre eles, Pequim, que est\u00e1 a expandir cada vez mais a sua influ\u00eancia no M\u00e9dio Oriente. \u0022Vimos isso especialmente no ano ado, em mar\u00e7o de 2023, quando Pequim atuou como mediador na aproxima\u00e7\u00e3o diplom\u00e1tica entre a Ar\u00e1bia Saudita e o Ir\u00e3o, que s\u00e3o historicamente considerados os dois maiores rivais regionais, excluindo Israel, claro, e que est\u00e3o de certa forma a competir no campo isl\u00e2mico. De um lado est\u00e1 um verdadeiro pa\u00eds \u00e1rabe, guardi\u00e3o dos lugares santos do Isl\u00e3o. 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A influ\u00eancia de Roma na Europa ap\u00f3s as elei\u00e7\u00f5es \u0022A It\u00e1lia tem, historicamente e tradicionalmente, uma rela\u00e7\u00e3o privilegiada, tamb\u00e9m do ponto de vista geogr\u00e1fico, com o Mediterr\u00e2neo e com todas as quest\u00f5es que dizem respeito ao Mediterr\u00e2neo pr\u00f3ximo, mas tamb\u00e9m ao Mediterr\u00e2neo alargado\u0022, afirma Petronella, comentando o poss\u00edvel maior peso de Roma na pol\u00edtica europeia ap\u00f3s as elei\u00e7\u00f5es de junho.\u00a0 \u0022Com um aumento da presen\u00e7a e da import\u00e2ncia da It\u00e1lia, a Uni\u00e3o Europeia poder\u00e1 arrastar consigo o resto da UE, porque, do ponto de vista da Europa Central, uma organiza\u00e7\u00e3o que re\u00fane pa\u00edses que tamb\u00e9m fazem parte da Escandin\u00e1via, que est\u00e3o completa e geograficamente distantes do Mediterr\u00e2neo, A It\u00e1lia tem a tarefa de reavivar estas sensibilidades e, consequentemente, propor a\u00e7\u00f5es decisivas, porque a Uni\u00e3o Europeia, muitas vezes, sendo a voz de v\u00e1rias vozes, exprime-se por vezes de uma forma demasiado interlocutora, demasiado oficial, sem que isso afete verdadeiramente as decis\u00f5es\u0022. 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Crise no Médio Oriente: que futuro para a defesa comum europeia

Parlamento Europeu Estrangeiro
Parlamento Europeu Estrangeiro Direitos de autor Jean-Francois Badias/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
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De Fortunato Pinto
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A tensão na região tornou-se um dos principais temas da campanha. Fala-se cada vez mais de um aumento das despesas militares e de uma defesa europeia comum. sco Petronella, analista do Ispi, explica por que razão a UE pode desempenhar um papel de liderança no desanuviamento da situação.

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A situação no Médio Oriente continua a ser preocupante, embora a escalada esteja atualmente congelada. Israel continua a bombardear Gaza e a entrar em conflito com o Hezbollah no Líbano, mas a tensão com o Irão parece ter diminuído. A UE pode desempenhar um papel fundamental no desanuviamento da situação na região, mas muito dependerá também do resultado das eleições de junho.

"A União Europeia será chamada a responder a este desafio a longo prazo e, se possível, com uma maioria no Parlamento Europeu e um governo na Comissão Europeia capaz de tomar decisões fortes e com o maior impacto possível sobre a realidade", explica o jornalista e analista do Ispi sco Petronella. "Não só agora, com a guerra, mas também depois, para encontrar uma solução para o conflito israelo-palestiniano no seu conjunto", disse Petronella aos microfones da Euronews.

O papel da UE na crise do Mar Vermelho

A missão Aspides é uma demonstração da cooperação entre os países da UE em situações de emergência, mas a defesa comum europeia, após a guerra na Ucrânia e em Gaza, está a tornar-se cada vez mais um foco da campanha.

"Aspides foi um bom exemplo do que pode ser a defesa comum europeia. Entre outras coisas, não é a primeira missão que a União Europeia envia em cenários de crise, muitos dos quais no Médio Oriente e no Norte de África, em alguns aspectos diferente da que os Estados Unidos enviaram, uma iniciativa multilateral também baseada em intervenções no próprio território do Iémen", diz o analista do Ispi. "Não devemos esquecer, no entanto, que a Aspides tem simplesmente a tarefa de escoltar navios e embarcações mercantes através das águas do Mar Vermelho, enquanto os Estados Unidos e o Reino Unido realizaram ataques aéreos no território do Iémen. Estamos, portanto, a falar de operações, se assim podemos dizer, que são complementares e, ao mesmo tempo, muito diferentes umas das outras".

Porque é que falamos de defesa europeia comum

A defesa comum europeia é um daqueles temas que periodicamente fazem as manchetes, especialmente quando há problemas na outra arquitetura de defesa euro-atlântica que é a NATO. Com a aproximação das eleições nos EUA, com a possibilidade de Trump regressar à Casa Branca, é claro que o tema da defesa europeia volta a ser notícia", explica Petronella. 

"Trump já disse várias vezes durante o seu primeiro mandato que a Aliança Atlântica, tal como está, não é boa. Os aliados, especialmente alguns deles, deveriam gastar mais em defesa em função do PIB e, portanto, apenas a ideia, a possibilidade", continua o analista. "De certa forma, o receio de que Trump possa regressar à Casa Branca faz ressurgir este tipo de raciocínio e perguntamo-nos, no entanto, como é que uma defesa que é complementar, e não concorrente, em relação à NATO poderia realmente ser formada.

Relações entre a UE e o Médio Oriente, sem esquecer a China

Numa região onde as sensibilidades dos atores são numerosas, há cada vez mais os que intervêm e podem beneficiar. Entre eles, Pequim, que está a expandir cada vez mais a sua influência no Médio Oriente. "Vimos isso especialmente no ano ado, em março de 2023, quando Pequim atuou como mediador na aproximação diplomática entre a Arábia Saudita e o Irão, que são historicamente considerados os dois maiores rivais regionais, excluindo Israel, claro, e que estão de certa forma a competir no campo islâmico. De um lado está um verdadeiro país árabe, guardião dos lugares santos do Islão. Do outro lado está o Irão, com a República Islâmica".

"Os Emirados Árabes são então um daqueles países que não é fácil enquadrar em esquemas muito rígidos de diplomacia e política internacional, porque são free-riders e sentem-se livres para estabelecer relações com Israel, com os acordos abraâmicos em 2020, mas ao mesmo tempo podem ter boas relações, quando necessário, com o Irão. Não se deixam enclausurar nestas categorias", comenta Petronella, acrescentando: "A União Europeia faria bem em tomar nota destas grandes diversidades que existem a nível regional, porque é o pragmatismo que reina em certos cenários e é com pragmatismo que se deve abordar e lidar com este tipo de dinâmicas.

A influência de Roma na Europa após as eleições

"A Itália tem, historicamente e tradicionalmente, uma relação privilegiada, também do ponto de vista geográfico, com o Mediterrâneo e com todas as questões que dizem respeito ao Mediterrâneo próximo, mas também ao Mediterrâneo alargado", afirma Petronella, comentando o possível maior peso de Roma na política europeia após as eleições de junho. 

"Com um aumento da presença e da importância da Itália, a União Europeia poderá arrastar consigo o resto da UE, porque, do ponto de vista da Europa Central, uma organização que reúne países que também fazem parte da Escandinávia, que estão completa e geograficamente distantes do Mediterrâneo, A Itália tem a tarefa de reavivar estas sensibilidades e, consequentemente, propor ações decisivas, porque a União Europeia, muitas vezes, sendo a voz de várias vozes, exprime-se por vezes de uma forma demasiado interlocutora, demasiado oficial, sem que isso afete verdadeiramente as decisões".

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