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Chega conquista eleitorado jovem: os porquês

André Ventura e Rita Matias numa ação de campanha antes das eleições de 10 de março
André Ventura e Rita Matias numa ação de campanha antes das eleições de 10 de março Direitos de autor Armando Franca/AP
Direitos de autor Armando Franca/AP
De Estelle Nilsson-Julien & Ricardo Figueira
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Reportagem da Euronews em Lisboa, em busca das razões por detrás do sucesso do partido de André Ventura junto do eleitorado jovem.

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Os resultados das recentes eleições portuguesas provocaram uma onda de choque em todo o país.

Foi eleito um governo de centro-direita, após oito anos de liderança socialista. O partido de extrema-direita Chega também ganhou popularidade e mais que quadruplicou os resultados em relação às eleições anteriores, conseguindo um sólido terceiro lugar, com 18%.

Na região do Algarve, o partido celebrou uma vitória histórica, onde ficou em primeiro lugar.

O Chega foi criado em 2019 por André Ventura, ando de 12 para 50 deputados nas eleições de março. A ascensão da extrema-direita acontece no momento em que Portugal assinala os 50 anos do derrube da ditadura de direita.

O partido procurou atrair e conseguiu uma forte penetração entre os jovens eleitores. 

Segundo uma sondagem à boca das urnas realizada pelo ISCTE, o Chega ficou em segundo lugar, com 25%, no grupo etário dos 18 aos 34 anos.

Rita Matias, de 25 anos, foi reeleita para o parlamento nas listas do partido de Ventura.

"As pessoas têm um pouco de medo da direita porque têm as suas cicatrizes, e as cicatrizes são justas, mas eu não posso responder por um período que não vivi", diz a jovem deputada. "Estamos cansados de sentir que os jovens em França, em Inglaterra, na Suíça têm mais oportunidades do que nós", acrescenta.

Rita Matias é o rosto da penetração do Chega junto do eleitorado jovem

Uma propaganda eficaz

Para as organizações anti-discriminação, o partido Chega representa uma ameaça à democracia. Tem sido acusado de racismo, islamofobia e de visar a comunidade cigana em Portugal. O partido nega e diz que essas acusações são táticas de medo.

"Eu acho que o Chega é uma forma de propaganda", diz Lou Loução, da SOS Racismo. É uma forma de lavar as ideias racistas. O que as pessoas costumam dizer sobre votar no Chega é que é um voto contra o sistema, porque estão cansadas. Mas não é, é, um voto no racismo. É um voto a favor da discriminação. É um voto contra as minorias.

O voto no Chega é um voto no racismo, a favor da discriminação e contra as minorias.
Lou Loução
SOS Racismo

O cientista político António Costa Pinto explica como é que o Chega se dirigiu aos jovens.

"O Chega inovou de facto em termos de campanhas políticas", diz. "Primeiro porque são o número um na utilização das redes sociais, especialmente do TikTok. As mulheres votaram mais à esquerda, o que está relacionado com a agenda conservadora do Chega. Os jovens com menos educação votaram no Chega, enquanto os mais instruídos votaram na Iniciativa Liberal, um partido liberal de direita. Portanto, sim, há um claro movimento da esquerda para a direita do eleitorado jovem em Portugal".

Há um claro movimento da esquerda para a direita do eleitorado jovem em Portugal
António Costa Pinto
Cientista político
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