{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2023/12/29/a-crise-dos-migrantes-na-fronteira-franco-italiana" }, "headline": "A crise dos migrantes na fronteira franco-italiana", "description": "O que acontece na porta ocidental de It\u00e1lia para o Norte da Europa quando a crise migrat\u00f3ria coloca as fronteiras externas da UE sob press\u00e3o? A rep\u00f3rter Monica Pinna foi a Ventimiglia, na fronteira franco-italiana, para averiguar a resposta.", "articleBody": "A cidade italiana de Ventimiglia, a cerca de oito quil\u00f3metros da fronteira com Fran\u00e7a, tem sido o cen\u00e1rio de uma crise migrat\u00f3ria constante nos \u00faltimos anos.\u00a0 Em 2015, a Fran\u00e7a reintroduziu o controlo das fronteiras internas, transformando sistematicamente Ventimiglia num ponto de estrangulamento para os migrantes que tentam chegar a pa\u00edses europeus mais a norte.\u00a0\u00a0 De acordo com as regras do Acordo Schengen, tal medida deve ser \u0022excecional\u0022 e estritamente \u0022limitada no tempo\u0022. O governo franc\u00eas diz que o controlo foi readotado em resposta \u00e0 \u0022amea\u00e7a de terrorismo\u0022. O Tribunal de Justi\u00e7a Europeu declarou, em setembro, que as expuls\u00f5es s\u00e3o ilegais. Violam as regras da Uni\u00e3o Europeia em mat\u00e9ria de regresso dos migrantes - de acordo com o tribunal de topo da UE - uma vez que a pessoa em causa deve \u0022beneficiar de um determinado per\u00edodo de tempo para abandonar voluntariamente o territ\u00f3rio\u0022. Uma vez por semana, Filippo, um construtor reformado, leva as fam\u00edlias rejeitadas pela pol\u00edcia sa de volta \u00e0 esta\u00e7\u00e3o de Ventimiglia. \u0022Os \u00faltimos 15 quil\u00f3metros s\u00e3o uma viol\u00eancia psicol\u00f3gica e moral, sobretudo por parte da Europa para com as pessoas que agora n\u00e3o podem regressar\u0022, conta.\u00a0 Os ageiros de Filippo v\u00e3o tentar novamente chegar a Fran\u00e7a em busca de emprego, para se reunirem com a fam\u00edlia ou a caminho de outro pa\u00eds do Norte. Filippo mostra-lhes caminhos alternativos para continuarem a sua viagem. Este ano, cerca de 40 mil migrantes foram reenviados para It\u00e1lia. As associa\u00e7\u00f5es dizem que, mais tarde ou mais cedo, 90% dos migrantes consegue sair e que os controlos mais rigorosos apenas tornam a travessia mais perigosa. Desde 2015, cerca de 50 migrantes perderam a vida ao tentar atravessar a fronteira. \u0022\u00c9 um massacre cont\u00ednuo e silencioso que, obviamente, n\u00e3o tem as propor\u00e7\u00f5es do do Mar Mediterr\u00e2neo, mas que, infelizmente, ocorre no centro da Europa\u0022, afirma Jacopo Colomba, consultor jur\u00eddico da organiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o-governamental WeWorld . Outros dez pa\u00edses europeus seguiram Fran\u00e7a recentemente na reintrodu\u00e7\u00e3o dos controlos fronteiri\u00e7os.\u00a0 O aumento da migra\u00e7\u00e3o tem sido acompanhado por vit\u00f3rias dos partidos de extrema-direita em toda a Europa, o que tamb\u00e9m tem contribu\u00eddo para a ado\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas migrat\u00f3rias mais rigorosas.\u00a0 \u00c9 o caso da nova e controversa lei sa sobre a migra\u00e7\u00e3o e tamb\u00e9m do grande acordo europeu para reformar a pol\u00edtica de migra\u00e7\u00e3o do bloco. Este \u00faltimo, que ter\u00e1 ainda de ser ratificado formalmente, surgiu ap\u00f3s tr\u00eas anos de amargo debate.\u00a0 De acordo com a Amnistia Internacional, esta lei far\u00e1 retroceder o direito europeu de asilo e o resultado provavelmente ser\u00e1 um aumento do sofrimento em todas as etapas da viagem de quem procura asilo na UE. ", "dateCreated": "2023-12-05T13:13:34+01:00", "dateModified": "2023-12-29T14:01:32+01:00", "datePublished": "2023-12-29T14:00:30+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F08%2F77%2F26%2F1440x810_cmsv2_cbf505e7-5173-5006-b7f7-84c4ad7663b0-8087726.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "O que acontece na porta ocidental de It\u00e1lia para o Norte da Europa quando a crise migrat\u00f3ria coloca as fronteiras externas da UE sob press\u00e3o? A rep\u00f3rter Monica Pinna foi a Ventimiglia, na fronteira franco-italiana, para averiguar a resposta.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F08%2F77%2F26%2F432x243_cmsv2_cbf505e7-5173-5006-b7f7-84c4ad7663b0-8087726.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Pinna", "givenName": "Monica", "name": "Monica Pinna", "url": "/perfis/107", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@_MonicaPinna", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue italienne" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }

A crise dos migrantes na fronteira franco-italiana

A crise dos migrantes na fronteira franco-italiana
Direitos de autor euronews
Direitos de autor euronews
De Monica Pinna
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O que acontece na porta ocidental de Itália para o Norte da Europa quando a crise migratória coloca as fronteiras externas da UE sob pressão? A repórter Monica Pinna foi a Ventimiglia, na fronteira franco-italiana, para averiguar a resposta.

A cidade italiana de Ventimiglia, a cerca de oito quilómetros da fronteira com França, tem sido o cenário de uma crise migratória constante nos últimos anos. 

Em 2015, a França reintroduziu o controlo das fronteiras internas, transformando sistematicamente Ventimiglia num ponto de estrangulamento para os migrantes que tentam chegar a países europeus mais a norte.  

De acordo com as regras do Acordo Schengen, tal medida deve ser "excecional" e estritamente "limitada no tempo". O governo francês diz que o controlo foi readotado em resposta à "ameaça de terrorismo".

O Tribunal de Justiça Europeu declarou, em setembro, que as expulsões são ilegais. Violam as regras da União Europeia em matéria de regresso dos migrantes - de acordo com o tribunal de topo da UE - uma vez que a pessoa em causa deve "beneficiar de um determinado período de tempo para abandonar voluntariamente o território".

Uma vez por semana, Filippo, um construtor reformado, leva as famílias rejeitadas pela polícia sa de volta à estação de Ventimiglia.

"Os últimos 15 quilómetros são uma violência psicológica e moral, sobretudo por parte da Europa para com as pessoas que agora não podem regressar", conta. 

Os ageiros de Filippo vão tentar novamente chegar a França em busca de emprego, para se reunirem com a família ou a caminho de outro país do Norte. Filippo mostra-lhes caminhos alternativos para continuarem a sua viagem.

Este ano, cerca de 40 mil migrantes foram reenviados para Itália. As associações dizem que, mais tarde ou mais cedo, 90% dos migrantes consegue sair e que os controlos mais rigorosos apenas tornam a travessia mais perigosa. Desde 2015, cerca de 50 migrantes perderam a vida ao tentar atravessar a fronteira.

"É um massacre contínuo e silencioso que, obviamente, não tem as proporções do do Mar Mediterrâneo, mas que, infelizmente, ocorre no centro da Europa", afirma Jacopo Colomba, consultor jurídico da organização não-governamental WeWorld.

Outros dez países europeus seguiram França recentemente na reintrodução dos controlos fronteiriços. 

O aumento da migração tem sido acompanhado por vitórias dos partidos de extrema-direita em toda a Europa, o que também tem contribuído para a adoção de políticas migratórias mais rigorosas. 

É o caso da nova e controversa lei sa sobre a migração e também do grande acordo europeu para reformar a política de migração do bloco. Este último, que terá ainda de ser ratificado formalmente, surgiu após três anos de amargo debate. 

De acordo com a Amnistia Internacional, esta lei fará retroceder o direito europeu de asilo e o resultado provavelmente será um aumento do sofrimento em todas as etapas da viagem de quem procura asilo na UE.

Nome do jornalista • Monica Pinna

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Migrantes: 2023 foi o ano mais letal de que há registo

"Esparguetada indigesta": Boicotes contra empresas funcionam?

Chefe da polícia judiciária líbia detido em Turim: i pede extradição