{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2023/11/12/crise-no-governo-portugues-ministerio-publico-confunde-antonio-costa-com-ministro-da-econo" }, "headline": "Crise no governo portugu\u00eas: Minist\u00e9rio P\u00fablico confunde Ant\u00f3nio Costa com ministro da Economia", "description": "Lapso do Minist\u00e9rio P\u00fablico atribuiu a Ant\u00f3nio Costa refer\u00eancia ao Ministro da Economia, Ant\u00f3nio Costa Silva, na transcri\u00e7\u00e3o das escutas", "articleBody": "Minist\u00e9rio P\u00fablico \u00a0confundiu nome de Ant\u00f3nio Costa , primeiro-ministro, com o de Ant\u00f3nio Costa Silva , ministro da Economia, na transcri\u00e7\u00e3o das escutas da Opera\u00e7\u00e3o Influencer que levou \u00e0 queda do governo portugu\u00eas , esta semana. A informa\u00e7\u00e3o \u00e9 avan\u00e7ada pelo \u00a0advogado Magalh\u00e3es e Silva. O representante legal de Lacerda Machado, um dos arguidos do processo, revelou que o erro foi detetado durante o interrogat\u00f3rio e que o pr\u00f3prio Minist\u00e9rio P\u00fablico reconheceu o lapso na transcri\u00e7\u00e3o da escuta. \u0022Foi o dr. Lacerda Machado que deu sinal ao Minist\u00e9rio P\u00fablico que havia efetivamente esse lapso e o Minist\u00e9rio P\u00fablico reconheceu\u0022, disse o advogado aos jornalistas \u00e0 entrada para o tribunal, no Campus de Justi\u00e7a, em Lisboa. Em causa est\u00e1 a escuta a uma chamada telef\u00f3nica entre o ex- da Start Campus, Afonso Salema, e Diogo Lacerda Machado, consultor da empresa, em que o primeiro pede que se aborde o Governo para que interceda numa altera\u00e7\u00e3o em mat\u00e9ria de c\u00f3digos de atividade econ\u00f3mica para os centros de dados a instalar em Sines. \u0022O que o dr. Lacerda Machado diz \u00e9 que, se for com o Minist\u00e9rio das Finan\u00e7as, fala com Fernando medina, se for Economia 'arranjarei maneira de falar' - e o que est\u00e1 transcrito - com Ant\u00f3nio Costa. Ora isto \u00e9 absurdo, o dr. Lacerda Machado, se quer falar com o dr. Ant\u00f3nio Costa pega no telem\u00f3vel e liga-lhe, o que estava em causa era falar com o ministro da Economia, Ant\u00f3nio Costa Silva\u0022, explicou o advogado, apontando que na escuta ouve-se o \u0022Silva\u0022. Segundo o advogado, esta era a \u00fanica escuta em que Lacerda Machado fazia referencia direta ao primeiro-ministro, Ant\u00f3nio Costa. N\u00e3o h\u00e1 para j\u00e1 qualquer coment\u00e1rio p\u00fablico da Procuradoria-Geral da Rep\u00fablica ou do Supremo Tribunal de Justi\u00e7a, que tem o processo aut\u00f3nomo de investiga\u00e7\u00e3o do chefe de governo demission\u00e1rio. J\u00e1 este s\u00e1bado, Ant\u00f3nio Costa tinha referido que\u00a0 Lacerda Machado\u00a0 nunca atuou com o seu mandato no projeto para a constru\u00e7\u00e3o do Data Center de Sines. \u00a0Disse que o que quer que \u0022tenha feito ou n\u00e3o tenha feito neste processo\u0022, nunca o fez com a sua autoriza\u00e7\u00e3o, com o seu conhecimento, com a sua interfer\u00eancia.\u00a0 \u0022E nunca por nunca falou comigo sobre este assunto\u0022, refor\u00e7ou. Costa pede desculpa Numa declara\u00e7\u00e3o aos portugueses, este s\u00e1bado \u00e0 noite, Ant\u00f3nio Costa, pediu por duas vezes desculpa.\u00a0 O primeiro-ministro portugu\u00eas afirmou que o dinheiro encontrado em envelopes no escrit\u00f3rio do seu ex-chefe de gabinete V\u00edtor Esc\u00e1ria lhe suscitou\u00a0m\u00e1goa, pela confian\u00e7a tra\u00edda, e vergonha. \u0022Sem me querer substituir \u00e0 justi\u00e7a, em que confio e que respeito, n\u00e3o posso deixar de partilhar com os meus concidad\u00e3os que a apreens\u00e3o de envelopes com dinheiro no gabinete de uma pessoa que escolhi para comigo trabalhar, mais do que me magoar pela confian\u00e7a tra\u00edda, envergonha-me perante aos portugueses e aos portugueses tenho o dever de pedir desculpa\u0022, declarou. V\u00edtor Esc\u00e1ria, que iniciou as fun\u00e7\u00f5es de chefe de gabinete do primeiro-ministro em 2020, foi detido para interrogat\u00f3rio na ter\u00e7a-feira e nas buscas judiciais ao seu gabinete na resid\u00eancia oficial de S\u00e3o Bento foram apreendidos 75.800 euros em numer\u00e1rio. Poucas horas depois, o primeiro-ministro exonerou V\u00edtor Esc\u00e1ria das fun\u00e7\u00f5es de seu chefe de gabinete e nomeou para este lugar o major general Tiago Vasconcelos, at\u00e9 agora assessor militar em S\u00e3o Bento. Ant\u00f3nio Costa considerou relevante sublinhar a import\u00e2ncia da liberdade de a\u00e7\u00e3o pol\u00edtica no momento em que cessa fun\u00e7\u00f5es e numa altura em que \u0022ningu\u00e9m sabe quem ser\u00e1 e de quem ser\u00e1 o pr\u00f3ximo Governo\u0022, com elei\u00e7\u00f5es legislativas agendadas para 10 de mar\u00e7o pelo Presidente da Rep\u00fablica. \u0022\u00c0 justi\u00e7a o que \u00e9 da justi\u00e7a, e \u00e0 pol\u00edtica o que \u00e9 da pol\u00edtica tamb\u00e9m significa que aos futuros Governos de Portugal, quem quer que sejam os primeiros-ministros e quem quer que sejam os seus membros, tem que ser garantida a liberdade de a\u00e7\u00e3o pol\u00edtica para prosseguir uma a\u00e7\u00e3o leg\u00edtima, desde logo a que for sufragada pelos portugueses no pr\u00f3ximo dia 10 de mar\u00e7o\u0022, frisou Portugal vai ter elei\u00e7\u00f5es legislativas antecipadas em 10 de mar\u00e7o de 2024, marcadas pelo Presidente da Rep\u00fablica, na sequ\u00eancia da demiss\u00e3o do primeiro-ministro, na ter\u00e7a-feira. Ant\u00f3nio Costa \u00e9 alvo de uma investiga\u00e7\u00e3o do Minist\u00e9rio P\u00fablico no Supremo Tribunal de Justi\u00e7a, ap\u00f3s suspeitos num processo relacionado com neg\u00f3cios sobre o l\u00edtio, o hidrog\u00e9nio verde e um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos. O Minist\u00e9rio P\u00fablico considera que houve interven\u00e7\u00e3o do primeiro-ministro na aprova\u00e7\u00e3o de um diploma favor\u00e1vel aos interesses da empresa Start Campus, respons\u00e1vel pelo centro de dados, de acordo com a indicia\u00e7\u00e3o, que cont\u00e9m v\u00e1rias outras refer\u00eancias a Ant\u00f3nio Costa. No dia da demiss\u00e3o, Costa recusou a pr\u00e1tica \u0022de qualquer ato il\u00edcito ou censur\u00e1vel\u0022. A opera\u00e7\u00e3o de ter\u00e7a-feira do Minist\u00e9rio P\u00fablico assentou em pelo menos 42 buscas e levou \u00e0 deten\u00e7\u00e3o de cinco pessoas para interrogat\u00f3rio: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, V\u00edtor Esc\u00e1ria, o presidente da C\u00e2mara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois es da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de Ant\u00f3nio Costa. No total, h\u00e1 nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, Jo\u00e3o Galamba, o presidente da Ag\u00eancia Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS Jo\u00e3o Tiago Silveira e a empresa Start Campus. ", "dateCreated": "2023-11-12T13:01:37+01:00", "dateModified": "2023-11-12T14:02:51+01:00", "datePublished": "2023-11-12T14:00:49+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F03%2F42%2F10%2F1440x810_cmsv2_0585e773-6351-58cd-9ef5-2732e91eed5e-8034210.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Ant\u00f3nio Costa, durante a declara\u00e7\u00e3o ao pa\u00eds, este s\u00e1bado, em S\u00e3o Bento", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F03%2F42%2F10%2F432x243_cmsv2_0585e773-6351-58cd-9ef5-2732e91eed5e-8034210.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Crise no governo português: Ministério Público confunde António Costa com ministro da Economia

António Costa, durante a declaração ao país, este sábado, em São Bento
António Costa, durante a declaração ao país, este sábado, em São Bento Direitos de autor Armando Franca/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Armando Franca/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
De Euronews com Lusa
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Lapso do Ministério Público atribuiu a António Costa referência ao Ministro da Economia, António Costa Silva, na transcrição das escutas

PUBLICIDADE

Ministério Público confundiu nome de António Costa, primeiro-ministro, com o de António Costa Silva, ministro da Economia, na transcrição das escutas da Operação Influencer que levou à queda do governo português, esta semana.

A informação é avançada pelo advogado Magalhães e Silva. O representante legal de Lacerda Machado, um dos arguidos do processo, revelou que o erro foi detetado durante o interrogatório e que o próprio Ministério Público reconheceu o lapso na transcrição da escuta.

"Foi o dr. Lacerda Machado que deu sinal ao Ministério Público que havia efetivamente esse lapso e o Ministério Público reconheceu", disse o advogado aos jornalistas à entrada para o tribunal, no Campus de Justiça, em Lisboa.

Em causa está a escuta a uma chamada telefónica entre o ex- da Start Campus, Afonso Salema, e Diogo Lacerda Machado, consultor da empresa, em que o primeiro pede que se aborde o Governo para que interceda numa alteração em matéria de códigos de atividade económica para os centros de dados a instalar em Sines.

"O que o dr. Lacerda Machado diz é que, se for com o Ministério das Finanças, fala com Fernando medina, se for Economia 'arranjarei maneira de falar' - e o que está transcrito - com António Costa. Ora isto é absurdo, o dr. Lacerda Machado, se quer falar com o dr. António Costa pega no telemóvel e liga-lhe, o que estava em causa era falar com o ministro da Economia, António Costa Silva", explicou o advogado, apontando que na escuta ouve-se o "Silva".

Segundo o advogado, esta era a única escuta em que Lacerda Machado fazia referencia direta ao primeiro-ministro, António Costa.

Não há para já qualquer comentário público da Procuradoria-Geral da República ou do Supremo Tribunal de Justiça, que tem o processo autónomo de investigação do chefe de governo demissionário.

Já este sábado, António Costa tinha referido que Lacerda Machado nunca atuou com o seu mandato no projeto para a construção do Data Center de Sines. Disse que o que quer que "tenha feito ou não tenha feito neste processo", nunca o fez com a sua autorização, com o seu conhecimento, com a sua interferência. "E nunca por nunca falou comigo sobre este assunto", reforçou.

Costa pede desculpa

Numa declaração aos portugueses, este sábado à noite, António Costa, pediu por duas vezes desculpa. O primeiro-ministro português afirmou que o dinheiro encontrado em envelopes no escritório do seu ex-chefe de gabinete Vítor Escária lhe suscitou mágoa, pela confiança traída, e vergonha.

"Sem me querer substituir à justiça, em que confio e que respeito, não posso deixar de partilhar com os meus concidadãos que a apreensão de envelopes com dinheiro no gabinete de uma pessoa que escolhi para comigo trabalhar, mais do que me magoar pela confiança traída, envergonha-me perante aos portugueses e aos portugueses tenho o dever de pedir desculpa", declarou.

Vítor Escária, que iniciou as funções de chefe de gabinete do primeiro-ministro em 2020, foi detido para interrogatório na terça-feira e nas buscas judiciais ao seu gabinete na residência oficial de São Bento foram apreendidos 75.800 euros em numerário.

Poucas horas depois, o primeiro-ministro exonerou Vítor Escária das funções de seu chefe de gabinete e nomeou para este lugar o major general Tiago Vasconcelos, até agora assessor militar em São Bento.

António Costa considerou relevante sublinhar a importância da liberdade de ação política no momento em que cessa funções e numa altura em que "ninguém sabe quem será e de quem será o próximo Governo", com eleições legislativas agendadas para 10 de março pelo Presidente da República.

"À justiça o que é da justiça, e à política o que é da política também significa que aos futuros Governos de Portugal, quem quer que sejam os primeiros-ministros e quem quer que sejam os seus membros, tem que ser garantida a liberdade de ação política para prosseguir uma ação legítima, desde logo a que for sufragada pelos portugueses no próximo dia 10 de março", frisou

Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro, na terça-feira.

António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.

O Ministério Público considera que houve intervenção do primeiro-ministro na aprovação de um diploma favorável aos interesses da empresa Start Campus, responsável pelo centro de dados, de acordo com a indiciação, que contém várias outras referências a António Costa.

No dia da demissão, Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável".

A operação de terça-feira do Ministério Público assentou em pelo menos 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas para interrogatório: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois es da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa.

No total, há nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Operação Influencer. Alegações do MP consideradas “vagas” mas há risco de decisões contraditórias

Marques Mendes puxa de galões da experiência no lançamento da candidatura presidencial

Portugal homenageia Mário Soares no centésimo aniversário do nascimento