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Mudança de nome do infantário "Anne Frank" causa indignação na Alemanha

Inauguração da exposição "Anne Frank, uma história para hoje" no Centro de Memória de Westerbork, em Hooghalen, no nordeste dos Países Baixos, sexta-feira, 12 de junho de 2009\.
Inauguração da exposição "Anne Frank, uma história para hoje" no Centro de Memória de Westerbork, em Hooghalen, no nordeste dos Países Baixos, sexta-feira, 12 de junho de 2009\. Direitos de autor BAS CZERWINSKI/AP2009
Direitos de autor BAS CZERWINSKI/AP2009
De Euronews com EFE, AFP
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Os organizadores dos protestos contra a alteração afirmam que a mudança de nome seria um "mau sinal", numa altura em que "o antissemitismo e o extremismo de direita estão a aumentar".

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Os planos de uma cidade no leste da Alemanha para retirar o nome "Anne Frank" de um infantário foram alvo de protestos no país.

Em comunicado divulgado na segunda-feira, as autoridades de Tangerhütte afirmaram que a ideia faz parte de uma série de mudanças planeadas, mas sublinharam que não foram tomadas decisões definitivas.

O presidente da Sociedade Germano-Israelita de Magdeburgo, Tobias Krull, afirmou que uma mudança de nome seria um sinal errado numa altura de crescente antissemitismo.

O presidente do Comité de Auschwitz, Christoph Heubner, escreveu uma carta aberta à cidade em que afirmava que a remoção do nome de Anne Frank era algo que "só pode causar receios quanto ao futuro da cultura da memória".

Difícil de explicar às crianças

De acordo com um jornal local, a diretora do jardim de infância, Linda Schichor, afirmou que a história de Anne Frank como jovem judia vítima do Holocausto era algo difícil de transmitir às crianças.

De acordo com os meios de comunicação social locais, Linda Schichor considera que os pais de origem migrante não compreendiam o nome. "Queríamos algo que não tivesse conotações políticas", afirmou.

O Presidente da Câmara da cidade, Andreas Bröhm, disse que se os pais e os funcionários quisessem outros nomes, isso deveria sobrepor-se a considerações políticas.

Um jornal regional escreveu que foi decidido mudar o nome de Anne Frank para "Weltendecker" (Descobridores do Mundo), mas Bröhm negou a informação. Afirmou ainda que a discussão não tem nada a ver com a situação no Médio Oriente e que já tinha começado no início do ano.

O plano de mudar o nome da escola foi criticado pelo Comité de Auschwitz em particular, com o seu vice-presidente executivo, Christoph Heubner, a descrever os argumentos apresentados como "idiotas" numa carta aberta ao presidente da câmara e à direção do jardim de infância.

"Se as pessoas estão dispostas a pôr de lado a sua própria história tão facilmente, precisamente numa altura em que o antissemitismo e o extremismo de direita estão a aumentar, e se o nome Anne Frank é visto como inapropriado na arena pública, não podemos deixar de estar preocupados com a cultura da memória no nosso país", afirmou.

A história de Anne Frank

Anne Frank nasceu em Frankfurt, no seio de uma família judia. Em 1933, após a chegada dos nazis ao poder, a família fugiu para os Países Baixos onde, após a invasão alemã, Anne Frank se escondeu entre 1942 e 1944.

Durante esses anos, escreveu um diário que viria a tornar-se um dos livros mais lidos em todo o mundo.

Anne Frank morreu em 1945 no campo de extermínio de Bergen-Belsen. O seu pai sobreviveu ao Holocausto e publicou o seu diário depois da guerra. Anne Frank foi considerada um símbolo da resistência judaica nos tempos da Alemanha nazi.

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