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Fronteira de Gaza com o Egito começa a ferver e a revelar sinas de desespero

Palestinianos, alguns com aporte estrangeiro, aguardam para entrar no Egito
Palestinianos, alguns com aporte estrangeiro, aguardam para entrar no Egito Direitos de autor Mohammed ABED / AFP
Direitos de autor Mohammed ABED / AFP
De Francisco Marques
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Centenas de palestinianos, incluindo crianças, e muitos com aportes estrangeiros continuam a concentrar-se em Rafah, à espera de poderem fugir da contraofensiva israelita ao Hamas

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Centenas de palestinianos na Faixa de Gaza, muitos com aportes estrangeiros, continuam a aguardar junto ao posto de fronteira de Rafah a autorização para entrarem no Egito e fugir da anunciada contraofensiva de Israel contra o Hamas, grupo considerado terrorista pela União Europeia.

O desespero aumenta e o ambiente começa a ferver.

Do lado do egípcio, muitos camiões com ajuda humanitária enviada de diversos países começam também a amontoar-se, à espera da autorização para entrar na Faixa de Gaza e distribuir os bens essenciais que são cada vez mais escassos num território sem abastecimentos nem eletricidade há uma semana, e também sem água na larga maioria desta faixa litoral palestiniana sob bloqueio de Israel.

Os palestinianos que deixaram as respetivas casas estão a procurar abrigo em escolas e hospitais geridos pela ONU, mas em especial nas instalações de saúde as condições de ajuda estão a deteriorar-se rapidamente. 

Alguns hospitais asseguram mesmo já estar à beira do colapso, com os respetivos geradores de eletricidade com menos de um dia de combustível para funcionar e os medicamentos armazenados perto do fim.

Um cessar-fogo e a abertura da fronteira chegaram a ser anunciadas esta segunda-feira pela manhã, mas foram desmentidos tanto por Israel como pelo Hamas. Mais tarde, o Egito disse estar ainda a aguardar o acordo de Israel para abrir a fronteira, fechada há uma semana devido ao agravar do conflito.

O posto fronteiriço de Rafah foi alvejado diversas vezes pela artilharia israelita depois do ataque de 7 de outubro do Hamas, que terá feito só nesse sábado mais de mil mortos e despertado de imediato uma sede vingança no governo de Benjamin Netanyahu, um dos maiores defensores da política de colonatos na Cisjordânia.

A contraofensiva, aliás, foi quase imediata e fez-se sentir em centenas de bombardeamentos sobre a Faixa de Gaza, onde vivem 2,4 milhões de pessoas e onde o movimento paramilitar palestiniano se encontra barricado e fortemente armado.

Perante a pressão internacional, e nomeadamente do maior aliado, os Estados Unidos, Israel tem protelado a anunciada contraofensiva "coordenada entre terra, ar e mar" sobre Gaza.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, está de novo em Israel após um périplo pela região, reiterou o apoio da Casa Branca ao Estado hebraico e ao direito, "aliás, a obrigação de se defender a si e ao seu povo", mas não só.

"Os Estados Unidos esto ativamente a trabalhar para garantir que o povo de Gaza possa fugir do perigo e para que a ajuda necessária, comida, água e medicamentos, possa entrar [em Gaza]", expressou Blinken pelas redes sociais.

O Hamas não se importa com o sofrimento dos palestinianos.
Antony Blinken
Secretário de Estado dos Estados Unidos da América

Até a Rússia, que mantém a invasão na Ucrânia e o bombardeamento diário de zonas civis, apelou a um cessar fogo. Vladimir Putin é um conhecido aliado do Irão e, por arrasto, do Hamas, grupo protegido há anos pela República islâmica.

Para mitigar eventuais vítimas civis e uma calamidade humanitária, prevista pela ONU, o governo hebraico tem vindo a prolongar o prazo concedido para os residentes da Cidade de Gaza, no norte do território, se desloquem para o sul, tendo inclusive reaberto o fornecimento de água a partes da região de Khan Younis para tentar atrair o máximo de civis para aquela zona mais próxima do Egito.

O habitual fornecimento de água, eletricidade e combustíveis para a Faixa de Gaza, sob um bloqueio israelita há mais de 15 anos, foi cortado logo no início da invasão para tentar reduzir a capacidade de resposta do Hamas à prometida contraofensiva.

Mais de um milhão de pessoas já se terão deslocado do norte para o sul enclave palestiniano, estimam as Nações Unidas, e o número de pessoas que pretendem mesmo deixar a Faixa de Gaza, e se encontram bloqueadas, tem vindo a aumentar junto às grades da fronteira de Rafah. Entre eles, há muitas crianças.

Terceira luso-israelita morta pelo Hamas

A Comunidade Judaica do Porto confirmou a morte de uma terceira cidadã com aporte português. Em comunicado divulgado no domingo, aquele organismo confirmou a morte de Tair Bira, de 21 anos, que estava desaparecida desde o ataque do Hamas, a 7 de outubro.

A mãe, Orin Bira, de 53 anos, ficou incontatável no mesmo dia e ainda se encontra na lista dos desaparecidos, que inclui, de acordo com a Comunidade Judaica do Porto, cinco luso-israelitas: Moshe Saasyan, de 26; Gilad Bem Yehuda, de 28; Idan Shtivi, de 28, Liraz Assulin, de 38; e Orin.

Três deles já tinham sido anteriormente também revelados pela Embaixada de Israel em Lisboa.

Tair Bira junta-se assim à trágica lista onde já figuravam Rotem Neumann, de 25 anos, e Dorin Attas, de 22, que participavam no festival Supernova.

O ataque do Hamas a Israel e a consequente contraofensiva sobre a Faixa de Gaza já provocaram a morte de mais de quatro mil pessoas. 

Pelo menos 1.300 pessoas morreram do lado israelita e mais de 2.700 vítimas dos bombardeamentos indiscriminados sobre Gaza. Tudo em 10 dias.

Outras fontes • AFP, Times of Israel, Haaretz, Wafa

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