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A barragem de Kakhovka e a central hidroelétrica devem ser recuperadas?

Fotografia aérea da barragem de Kakhovskaya destruída
Fotografia aérea da barragem de Kakhovskaya destruída Direitos de autor AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Knarik Papoyan
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"Em vez de restaurar a central hidroelétrica de Kakhovskaya", perito sugere "uma investigação intensiva e acções que ajudem as pessoas a adaptar-se à nova realidade e a satisfazer as necessidades através de outros meios mais modernos."

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ou pouco mais de um mês desde a explosão na central hidroelétrica de Kakhovka (HPP). Durante a invasão russa da Ucrânia, na noite de 6 de junho, a barragem foi destruída e dezenas de povoações foram inundadas.

OLEKSII FILIPPOV/AFP or licensors
Местные жители толкают морозильник для мороженого по затопленной территории Херсона 12 июня 2023 года после повреждения плотины Каховской ГЭС.OLEKSII FILIPPOV/AFP or licensors

Dezenas de pessoas morreram e a catástrofe mudou milhares de vidas para sempre. O ambiente e a agricultura sofreram muitos danos. Este ecossistema foi criado artificialmente há 70 anos. Mas agora já não existe.

"(...) Basicamente, todo o ecossistema da albufeira foi destruído e há uma pré-condição específica para reavivar o ecossistema do rio, mais caudaloso. No entanto, isso está associado a uma mudança catastrófica para todas as espécies nativas, com uma nova espécie que se vai estabelecer ali, e que está mais adaptada ao rio, não à albufeira. E isso é uma catástrofe para as pessoas que estão habituadas a ambientes diferentes", explicava Yevgeny Simonov, perito do Grupo de Trabalho sobre as Consequências Ambientais da Guerra na Ucrânia.

ANATOLII STEPANOV/AFP or licensors
Колодец в селе Афанасьева Николаевской области, пострадавший в результате наводнения после повреждения плотины Каховской ГЭС 4 июля 2023 года.ANATOLII STEPANOV/AFP or licensors

O reservatório de Kakhovka perdeu cerca de 70% do seu volume. Pode e deve ser restaurado? 

Yevgeny Simonov acredita que, de facto, existe agora ainda mais água na área, porque não se evapora da superfície do reservatório. É tudo uma questão de reconstruir os seus sistemas e utilizar a água de forma mais eficiente.

"A ideia de que alguém virá recuperar esta albufeira ineficiente parece-me, enquanto ecologista, muito estranha no século XXI, porque se tratava de uma estrutura técnica muito ineficaz que, basicamente, gerava água de muito má qualidade e com muita poluição, evaporava mais água do que fornecia, produtivamente, à agricultura, (...) mais de dois quilómetros cúbicos por ano, em média, o que é muito. E ocupava 2.000 e tal quilómetros quadrados de terra que poderiam ser utilizados para muitos outros fins ecológicos e económicos, de forma muito mais produtiva. Por isso, enquanto ecologista, não apoiaria nem aconselharia a recuperação da albufeira, mas apoiaria uma investigação e ações muito intensivas para ajudar as pessoas a adaptarem-se a uma nova realidade e a suprir as necessidades por outros meios mais modernos, mais ecológicos e mais sustentáveis a longo prazo", adianta o cientista.

GENYA SAVILOV/AFP or licensors
Коровы стоят в воде во время эвакуации из села Афанасьевка Николаевской области 9 июня 2023 годаGENYA SAVILOV/AFP or licensors

Estas escolhas são difíceis de fazer, e ainda mais difíceis de implementar numa situação de guerra. Requerem investigação e desenvolvimento de formas melhores e alternativas de utilização sustentável dos solos. E, neste momento, os esforços centram-se sobretudo na prestação de ajuda de emergência às populações locais. No entanto, este é o caminho que Eugene Simonov acredita ser o correto:

_"A ideia de renascimento, após a guerra, deve ar por pensar em como fazer as coisas melhor. Não se deve pensar-se em como voltar à situação anterior à guerra, porque isso pode ser a pior coisa a fazer. Na verdade, não é algo único, não é endémico dessa área. É uma ideia geral sobre a forma como se pensa na recuperação. Queremos modernização e uma vida ecologicamente mais sustentável após a recuperação. Caso contrário, estamos em apuros",_referia Eugene Simonov.

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