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China - UE: Duas potências divididas por três pontos de discórdia

Emmanuel Macron, presidente francês, com homólogo chinês, Xi Jinping, e presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Pequim, China
Emmanuel Macron, presidente francês, com homólogo chinês, Xi Jinping, e presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Pequim, China Direitos de autor Ludovic Marin/AP
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O presidente francês e a presidente da Comissão Europeia estão em Pequim para uma reaproximação à China. Mas três questões permanecem um desafio para as relações diplomáticas.

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Independência comercial, Ucrânia e direitos humanos: eis os três pontos de discórdia entre a União Europeia e a China

Pequim voltou a abrir as portas aos negócios com a União Europeia e convidou a Presidente da Comissão Ursula Von der Leyen, e o Presidente francês Emmanuel Macron, a sentar-se à mesa das negociações.

Mas enquanto a China procura reforçar os laços comerciais, Bruxelas quer romper gradualmente com a dependência.

Reduzir os riscos sem um corte definitivo é o principal desafio que as duas potências têm em mãos neste encontro tripartido, sobretudo para a UE, cujo "défice comercial mais que triplicou", atingindo "quase 400 mil milhões de euros no ano ado", numa "trajetória" que, segundo Von der Leyen "não é sustentável".

Mas a independência comercial não será fácil. Em 2022, a China era o terceiro maior parceiro da Uniâo Europeia na exportação de mercadorias e o maior em importações. Um volume de comércio segundo Von der Leyen atinge os 2,3 mil milhões de euros por dia.

Já do lado chinês, o investigador Andrew Small acredita que "a verdadeira preocupação é precisamente a visão que a Europa tem da China, dada a evolução política e de segurança a que a Europa está a assistir" e que poderá significar "um conjunto de restrições mais rigorosas, sobretudo no o à tecnologia".

Segundo ponto de discórdia; Rússia.

Esta visita está claramente marcada por uma agenda comercial, mas também diplomática. Após vários anos de isolamento do mundo como resultado da política "covid-zero", há um esforço coletivo para começar a envolver de novo a China nas mais altas esferas da geopolítica.

E para a Europa é indispensável que a China desempenhe um papel mais construtivo na guerra na Ucrânia, tentando "encorajar as conversações de paz" e "agir como uma influência moderadora sobre a Rússia", defende Small.

Ou, pelo menos, que a China se comprometa a não contribuir para o conflito, o que, nas palavras de Macron, a por garantir que "as armas nucleares sejam completamente excluídas deste conflito, que todos os tratados internacionais sobre o assunto sejam respeitados e que em circunstância alguma as armas nucleares sejam utilizadas fora do território dos Estados. Sobretudo na Europa".

Terceiro ponto de discórdia direitos humanos.

A questão levou já a uma troca de sanções, depois de a União Europeia ter sancionado a China pelos abusos de minorias étnicas e religiosas na região ocidental, em especial os milhões de Uyghurs de Xinjiang, de maioria muçulmana.

 "Também nos dirigimos aos direitos humanos. Manifestei a nossa profunda preocupação com a deterioração da situação dos direitos humanos na China. A situação em Xinjiang é particularmente preocupante. É importante que continuemos a discutir estas questões e por isso congratulo-me por já termos retomado o diálogo UE-China sobre os direitos humanos", afirmou a presidente da Comissão Europeia.

Cooperação (ainda) possível

Apesar de ainda ser mais o que as separa do que aquilo que as une, as duas potências parecem começar convergir em algumas áreas, como é o caso do clima.

Para Macron as diferenças não são necessariamente um obstáculo intransponível. "Não é por termos diferenças que não podemos falar primeiro sobre elas, partilhá-las de uma forma muito franca, mas fazê-lo de uma forma respeitosa, considerando que de alguma forma podemos aprender um com o outro".

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