{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2023/01/09/requerente-de-asilo-no-reino-unido-com-medo-da-deportacao-para-o-ruanda" }, "headline": "Requerente de asilo no Reino Unido com medo da deporta\u00e7\u00e3o para o Ruanda", "description": "Governo brit\u00e2nico anunciou em abril um acordo para deportar requerentes de asilo para \u00c1frica, o processo ainda est\u00e1 parado e n\u00e3o travou as travessias clandestinas", "articleBody": "O plano do Reino Unido para deportar requerentes de asilo para o Ruanda ainda n\u00e3o saiu do papel, mant\u00e9m-se em discuss\u00e3o nos tribunais. Para muitos dos imigrantes que j\u00e1 conseguiram cruzar ilegalmente o canal da Mancha \u00e9 mais um drama com que t\u00eam de viver diariamente, mas n\u00e3o travou as chegadas como previa o governo brit\u00e2nico. Hayat, nome fict\u00edcio, \u00e9 uma imigrante oriunda da Eritreia . Tem 23 anos e chegou ao Reino Unido numa pequena embarca\u00e7\u00e3o em julho de 2021. Como requerente de asilo , n\u00e3o pode trabalhar. Vive h\u00e1 ano e meio no mesmo hotel, numa zona de Londres de que gosta. Recebe 40 libras por semana do governo brit\u00e2nico. S\u00e3o cerca de 45 euros. N\u00e3o lhe d\u00e1 para muito, mas permitia-lhe alguma estabilidade, agora abalada perante a perspetiva de ser obrigada a partir para um novo pa\u00eds. De novo em \u00c1frica. \u201cQuando penso no Ruanda nem consigo dormir porque eu j\u00e1 tinha muitos problemas na minha vida e agora, mais um\u0022, afirma Hayat, em declara\u00e7\u00f5es \u00e0 Press, num parque na zona leste da capital brit\u00e2nica. A requerente de asilo ite n\u00e3o ter conhecimento sobre o pa\u00eds para onde o governo brit\u00e2nica a amea\u00e7a enviar, mas acha que \u0022n\u00e3o \u00e9 um pa\u00eds seguro\u0022. O Portal das Comunidades Portugueses descreve o Ruanda como \u0022 um pa\u00eds geralmente seguro , com baixa incid\u00eancia de criminalidade\u0022, mas os advogados dos imigrantes no Reino Unido, alguns ativistas que os apoiam e diversas ONG alegam ser um perigo para os requerentes de asilo. Aos 23 anos, sete ap\u00f3s ter deixado a Eritreia, em fuga do governo ap\u00f3s ter recebido uma carta a ordenar que se alistasse no ex\u00e9rcito. Tinha 16 anos. \u0022Queria acabar a escola, n\u00e3o queria ser um soldado\u0022, explica. Agora, Hayat diz-se cansada e sem energia para mais uma grande mudan\u00e7a na sua ainda curta vida. \u0022Viajei da Eritreia para o Sud\u00e3o a p\u00e9. Do Sud\u00e3o fui para o Egito. Depois, do Egito para It\u00e1lia. De It\u00e1lia para a Su\u00ed\u00e7a. Segui para Fran\u00e7a e vim para o Reino Unido. Estou cansada. N\u00e3o tenho mais energia para ir para outro pa\u00eds. Para um novo pa\u00eds, uma nova vida\u0022, confessa a jovem nativa da Eritreia. O acordo entre o Reino Unido e o Ruanda foi anunciado em abril. Tem um prazo experimental de cinco anos e um custo para o governo brit\u00e2nico estimado em quase 140 milh\u00f5es de euros, a que se somava a perspetiva do ent\u00e3o executivo de Boris Johnson de que s\u00f3 a amea\u00e7a de deporta\u00e7\u00e3o iria reprimir novas chegadas clandestinas \u00e0 Gr\u00e3-Bretanha. O primeiro avi\u00e3o com requerentes de asilo que deveria dar seguimento ao processo no Ruanda era para ter partido em junho, mas foi cancelado devido ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. A previs\u00e3o do executivo da redu\u00e7\u00e3o de chegadas tamb\u00e9m falhou. Ao longo do ano ado, mais de 45 mil pessoas conseguiram atravessar o Canal da Mancha, a partir da uni\u00e3o Europeia, e entrar de forma clandestina no Reino Unido. Um recorde. Mesmo assim, a sucessora de Boris Johnson, Liz Truss, e o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, mant\u00e9m-se favor\u00e1veis ao controverso plano de deporta\u00e7\u00f5es de requerentes de asilo e, em dezembro, o governo conservador celebrou a decis\u00e3o do Supremo Tribunal do Reino Unido de considerar o plano \u0022legal\u0022 . O organismo judicial deixou ainda assim em aberto alguns processos individuais de requerentes de asilo e a apresenta\u00e7\u00e3o de recursos contra a legalidade do acordo com o Ruanda ainda \u00e9 poss\u00edvel. Tudo junto, o acordo anunciado h\u00e1 nove meses continua sem data para levantar voo. A amea\u00e7a, ainda assim, revela-se mais um peso nos ombros de quem foge h\u00e1 anos em busca de uma vida melhor e pensava que a tinha finalmente encontrado no Reino Unido. ", "dateCreated": "2023-01-06T15:53:13+01:00", "dateModified": "2023-01-09T07:29:11+01:00", "datePublished": "2023-01-09T07:28:22+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F29%2F04%2F16%2F1440x810_cmsv2_256f9602-7ceb-5225-9789-41f437170a58-7290416.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Requerente de asilo no Reino Unido em risco de ser deportada para o Ruanda", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F29%2F04%2F16%2F432x243_cmsv2_256f9602-7ceb-5225-9789-41f437170a58-7290416.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Marques", "givenName": "Francisco", "name": "Francisco Marques", "url": "/perfis/562", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@frmarques4655", "jobTitle": "Journaliste", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Requerente de asilo no Reino Unido com medo da deportação para o Ruanda

Requerente de asilo no Reino Unido em risco de ser deportada para o Ruanda
Requerente de asilo no Reino Unido em risco de ser deportada para o Ruanda Direitos de autor AFP
Direitos de autor AFP
De Francisco Marques
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Governo britânico anunciou em abril um acordo para deportar requerentes de asilo para África, o processo ainda está parado e não travou as travessias clandestinas

PUBLICIDADE

O plano do Reino Unido para deportar requerentes de asilo para o Ruanda ainda não saiu do papel, mantém-se em discussão nos tribunais. Para muitos dos imigrantes que já conseguiram cruzar ilegalmente o canal da Mancha é mais um drama com que têm de viver diariamente, mas não travou as chegadas como previa o governo britânico.

Hayat, nome fictício, é uma imigrante oriunda da Eritreia. Tem 23 anos e chegou ao Reino Unido numa pequena embarcação em julho de 2021. Como requerente de asilo, não pode trabalhar. Vive há ano e meio no mesmo hotel, numa zona de Londres de que gosta.

Recebe 40 libras por semana do governo britânico. São cerca de 45 euros. Não lhe dá para muito, mas permitia-lhe alguma estabilidade, agora abalada perante a perspetiva de ser obrigada a partir para um novo país. De novo em África.

“Quando penso no Ruanda nem consigo dormir porque eu já tinha muitos problemas na minha vida e agora, mais um", afirma Hayat, em declarações à Press, num parque na zona leste da capital britânica.

A requerente de asilo ite não ter conhecimento sobre o país para onde o governo britânica a ameaça enviar, mas acha que "não é um país seguro".

O Portal das Comunidades Portugueses descreve o Ruanda como "um país geralmente seguro, com baixa incidência de criminalidade", mas os advogados dos imigrantes no Reino Unido, alguns ativistas que os apoiam e diversas ONG alegam ser um perigo para os requerentes de asilo.

Aos 23 anos, sete após ter deixado a Eritreia, em fuga do governo após ter recebido uma carta a ordenar que se alistasse no exército. Tinha 16 anos. "Queria acabar a escola, não queria ser um soldado", explica.

Agora, Hayat diz-se cansada e sem energia para mais uma grande mudança na sua ainda curta vida.

"Viajei da Eritreia para o Sudão a pé. Do Sudão fui para o Egito. Depois, do Egito para Itália. De Itália para a Suíça. Segui para França e vim para o Reino Unido. Estou cansada. Não tenho mais energia para ir para outro país. Para um novo país, uma nova vida", confessa a jovem nativa da Eritreia.

O acordo entre o Reino Unido e o Ruanda foi anunciado em abril. Tem um prazo experimental de cinco anos e um custo para o governo britânico estimado em quase 140 milhões de euros, a que se somava a perspetiva do então executivo de Boris Johnson de que só a ameaça de deportação iria reprimir novas chegadas clandestinas à Grã-Bretanha.

O primeiro avião com requerentes de asilo que deveria dar seguimento ao processo no Ruanda era para ter partido em junho, mas foi cancelado devido ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

A previsão do executivo da redução de chegadas também falhou. Ao longo do ano ado, mais de 45 mil pessoas conseguiram atravessar o Canal da Mancha, a partir da união Europeia, e entrar de forma clandestina no Reino Unido. Um recorde.

Mesmo assim, a sucessora de Boris Johnson, Liz Truss, e o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, mantém-se favoráveis ao controverso plano de deportações de requerentes de asilo e, em dezembro, o governo conservador celebrou a decisão do Supremo Tribunal do Reino Unido de considerar o plano "legal".

O organismo judicial deixou ainda assim em aberto alguns processos individuais de requerentes de asilo e a apresentação de recursos contra a legalidade do acordo com o Ruanda ainda é possível. Tudo junto, o acordo anunciado há nove meses continua sem data para levantar voo.

A ameaça, ainda assim, revela-se mais um peso nos ombros de quem foge há anos em busca de uma vida melhor e pensava que a tinha finalmente encontrado no Reino Unido.

Outras fontes • Press

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Aumentou o número de pedidos de asilo na União Europeia

Carro atropela dezenas de pessoas em celebrações do Liverpool FC

Início da contagem de papagaios-do-mar nas Ilhas Farne celebra 100 anos de proteção