Oposição tinha apelado ao boicote contra o autoritarismo do presidente
Confirmaram-se os receios e ainda se agravaram. O número 8,8%, anunciado pela Comissão Eleitoral da Tunísia, indica a taxa de afluência na altura do encerramento das urnas nas eleições legislativas que decorreram este sábado.
Os partidos da oposição tinham apelado ao boicote ao voto, acusando o presidente Kais Saied de autoritarismo no país que viu nascer a Primavera Árabe há precisamente 12 anos.
Saied exonerou o governo e dissolveu o parlamento em julho do ano ado. Entretanto, houve uma reforma constitucional que limita consideravelmente os poderes da assembleia, que a de 217 para 161 deputados, que se deviam candidatar sem filiação a um partido. Outro exemplo concreto: o novo parlamento não vai poder destituir o presidente.
A Tunísia vive uma profunda crise económica, com uma taxa de inflação a rondar os 10%, e carências repetidas de bens essenciais como leite ou arroz.
O país solicitou recentemente um empréstimo de dois mil milhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional.