{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2022/10/28/crise-esta-a-acelerar-transicao-ecologica-o-que-devera-gerar-crescimento-diz-diretora-do-f" }, "headline": "\u0022Crise est\u00e1 a acelerar transi\u00e7\u00e3o ecol\u00f3gica, o que dever\u00e1 gerar crescimento\u0022, diz diretora do FMI", "description": "A euronews falou com Kristalina Georgieva, diretora do Fundo Monet\u00e1rio Internacional sobre as perspetivas para 2023, um \u0022ano dif\u00edcil\u0022.", "articleBody": "Em entrevista \u00e0 euronews,\u00a0Kristalina Georgieva, diretora do Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) avisa que o ano de 2023 poder\u00e1 ser mais duro que 2022. euronews : \u0022Em que ponto estamos no que toca \u00e0 economia global?\u0022 Kristalina Georgieva : \u201cO horizonte escureceu de forma significativa no \u00faltimo ano. 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Mas estou mais optimista em rela\u00e7\u00e3o ao futuro da Europa porque a crise est\u00e1 a acelerar a transi\u00e7\u00e3o ecol\u00f3gica, o que dever\u00e1 gerar crescimento e oportunidades. Da mesma forma que a Covid-19 acelerou a transi\u00e7\u00e3o digital. Esta crise vai acelerar a transi\u00e7\u00e3o ecol\u00f3gica\u0022. euronews : \u201cAfirmou que \u00e9 preciso apoiar a mudan\u00e7a que est\u00e1 curso na Ucr\u00e2nia, ar de uma fase de gest\u00e3o econ\u00f3mica de emerg\u00eancia para uma fase de recupera\u00e7\u00e3o. Quais s\u00e3o os principais avan\u00e7os em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s medidas implementadas por Kiev, em conjunto com o FMI, que ajudaram a manter esse ritmo? Estamos a falar de uma economia que continua a funcionar em per\u00edodo de guerra\u201d. Kristalina Georgieva : \u201cEm primeiro lugar, devo expressar a minha ira\u00e7\u00e3o pelo governo e pelo povo da Ucr\u00e2nia. A unidade que demonstram \u00e9 uma unidade que n\u00f3s, na Uni\u00e3o Europeia, prezamos. E \u00e9 por isso que a Ucr\u00e2nia est\u00e1 agora no caminho para aderir \u00e0 Uni\u00e3o Europeia. A qualidade de governan\u00e7a na Ucr\u00e2nia \u00e9 impressionante. H\u00e1 uma clareza ao n\u00edvel dos objetivos e disciplina, algo que s\u00f3 posso irar e elogiar. O que fizemos em conjunto com as autoridades ucranianas imediatamente ap\u00f3s o in\u00edcio da guerra? Concentramo-nos em medidas para proteger a economia do colapso. E embora haja uma contra\u00e7\u00e3o de provavelmente 30, 35%, a econimia est\u00e1 muito longe de entrar em colapso. Pelo contr\u00e1rio, uma parte da economia europeia, da economia ucraniana, est\u00e1 a crescer novamente\u201d. euronews : \u201cReferiu que a Ucr\u00e2nia est\u00e1 a caminho da Uni\u00e3o Europeia com uma integra\u00e7\u00e3o o a o da economia da Ucr\u00e2nia e de alguns setores em particular. O processo de integra\u00e7\u00e3o est\u00e1 a avan\u00e7ar mais rapidamente do que seria esperado?\u201d Kristalina Georgieva : \u201cClaro que sim. \u00c9 uma guerra terr\u00edvel, uma trag\u00e9dia para a Ucr\u00e2nia. Mas tornou a na\u00e7\u00e3o ucraniana mais forte e o pa\u00eds muito mais determinado a dar os os necess\u00e1rios para bem do pr\u00f3prio povo e para a entrada na Uni\u00e3o Europeia.\u00a0 Est\u00e1 a ser dada muita aten\u00e7\u00e3o \u00e0s pessoas na Ucr\u00e2nia para manter um estado de esp\u00edrito positivo entre a popula\u00e7\u00e3o, com o fornecimento de pens\u00f5es e servi\u00e7os sociais. Tenho uma pequena hist\u00f3ria para contar. Tenho fam\u00edlia em Kharkiv. Em Maio, tradicionalmente, plantam-se flores e \u00e1rvores. E as pessoas fizeram-no durante a guerra, com bombardeamentos a decorrer na regi\u00e3o.\u00a0 A unidade da na\u00e7\u00e3o deve ar pela perspetiva de ades\u00e3o \u00e0 Uni\u00e3o Europeia. Tenho uma mensagem para a Ucr\u00e2nia. Na Bulg\u00e1ria, temos um ditado. \u2018Apresse-se lentamente\u2019. Fa\u00e7a o que tem de ser feito. Mas seja prudente, tenha cuidado. Se as coisas forem bem feitas n\u00e3o \u00e9 preciso voltar a faz\u00ea-las no futuro\u0022. euronews : \u0022N\u00e3o h\u00e1 sinais de que a invas\u00e3o russa abrande nesta fase. J\u00e1 fal\u00e1mos do que se segue para a economia da Ucr\u00e2nia. E agora, o que se segue para a economia da R\u00fassia?\u0022 Kristalina Georgieva : \u201cA economia russa contraiu-se este ano. Vai contrair-se no pr\u00f3ximo ano. As implica\u00e7\u00f5es para a R\u00fassia v\u00e3o ser mais severas a m\u00e9dio e longo prazo. O \u00eaxodo de russos, especialmente russos altamente qualificados devido \u00e0 guerra, est\u00e1 a prejudicar a R\u00fassia. O pa\u00eds est\u00e1 a perder o seu papel na economia global. A transi\u00e7\u00e3o acelerada para as alternativas ao petr\u00f3leo e ao g\u00e1s vai reduzir o mercado da R\u00fassia. 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"Crise está a acelerar transição ecológica, o que deverá gerar crescimento", diz diretora do FMI

"Crise está a acelerar transição ecológica, o que deverá gerar crescimento", diz diretora do FMI
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A euronews falou com Kristalina Georgieva, diretora do Fundo Monetário Internacional sobre as perspetivas para 2023, um "ano difícil".

Em entrevista à euronews, Kristalina Georgieva, diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI) avisa que o ano de 2023 poderá ser mais duro que 2022.

euronews: "Em que ponto estamos no que toca à economia global?"

Kristalina Georgieva: “O horizonte escureceu de forma significativa no último ano. Há um ano, estávamos a recuperar da Covid-19, e terminámos com um crescimento global superior a 6%. E depois houve dois choques. A variante Omicron e a guerra da Rússia na Ucrânia não só interromperam a recuperação como inverteram a recuperação. Tendo em conta a situação das economias europeias, metade dos países da zona euro deverão registar pelo menos dois trimestres de crescimento negativo. Por outras palavras, uma recessão. Só para dar uma ideia do impacto desta situação na Europa, as nossas projeções anteriores à pandemia e as projeções atuais diferem em meio trilião de euros. Ou seja, a dimensão das perdas para os europeus é dramática em relação ao resto do mundo. A China está a abrandar principalmente devido à política Covid zero. Os Estados Unidos não estão a sofrer os mesmos choques comerciais que a Europa, por isso, estão um pouco melhor do que nós. Em comparação, a Europa encontra-se numa posição mais difícil. Mas a Europa não é a única que enfrenta um ano de 2023 muito difícil".

A questão chave é saber se a Europa pode permanecer unida, com o apoio dos cidadãos neste momento difícil.
Kristalina Georgieva, diretora do FMI

euronews: "Quando começou o chamado problema da inflação, dizia-se que era temporário. Mas, agora vemos que não é assim tão temporário. Quanto tempo vai durar este crescimento negativo?"

Kristalina Georgieva: "Porque é que dissemos que era temporário? Porque ninguém preveu a guerra da Rússia. Quando a guerra começou, as condições mudaram de forma dramática devido à questão energética e ao aumento dos preços dos alimentos, que continua a ser bastante dramático, bastante significativo. Quando olhamos para o futuro, não podemos minimizar o desafio, 2023 poderá ser mais duro do que 2022. O próximo Inverno para a Europa poderá ser ainda mais duro do que este Inverno. Porquê? Porque os decisores políticos europeus agiram muito rapidamente para encher os depósitos de gás. Se a situação atual em relação à Rússia se mantiver e se a Rússia não fornecer gás à Europa, como é que poderemos armazenar gás no próximo ano? A questão chave é saber se a Europa pode permanecer unida, com o apoio dos cidadãos neste momento difícil. Se tiver de fazer um apelo às pessoas diria que é preciso ajudar com medidas de poupança de energia. Todos nós podemos fazer a nossa parte este Inverno. Para chegar à Primavera sem danos dramáticos, é preciso racionar para evitar chegar a esse ponto. Mas estou mais optimista em relação ao futuro da Europa porque a crise está a acelerar a transição ecológica, o que deverá gerar crescimento e oportunidades. Da mesma forma que a Covid-19 acelerou a transição digital. Esta crise vai acelerar a transição ecológica".

A crise está a acelerar a transição ecológica, o que gera deverá gerar crescimento e oportunidades.
Kristalina Georgieva, diretora do FMI

euronews: “Afirmou que é preciso apoiar a mudança que está curso na Ucrânia, ar de uma fase de gestão económica de emergência para uma fase de recuperação. Quais são os principais avanços em relação às medidas implementadas por Kiev, em conjunto com o FMI, que ajudaram a manter esse ritmo? Estamos a falar de uma economia que continua a funcionar em período de guerra”.

Kristalina Georgieva: “Em primeiro lugar, devo expressar a minha iração pelo governo e pelo povo da Ucrânia. A unidade que demonstram é uma unidade que nós, na União Europeia, prezamos. E é por isso que a Ucrânia está agora no caminho para aderir à União Europeia. A qualidade de governança na Ucrânia é impressionante. Há uma clareza ao nível dos objetivos e disciplina, algo que só posso irar e elogiar. O que fizemos em conjunto com as autoridades ucranianas imediatamente após o início da guerra? Concentramo-nos em medidas para proteger a economia do colapso. E embora haja uma contração de provavelmente 30, 35%, a econimia está muito longe de entrar em colapso. Pelo contrário, uma parte da economia europeia, da economia ucraniana, está a crescer novamente”.

A unidade da nação ucraniana deve ar pela perspetiva de adesão à União Europeia
Kristalina Georgieva, diretora do FMI

euronews: “Referiu que a Ucrânia está a caminho da União Europeia com uma integração o a o da economia da Ucrânia e de alguns setores em particular. O processo de integração está a avançar mais rapidamente do que seria esperado"> Notícias relacionadas

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