{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2022/07/24/rugulopteryx-okamurae-a-invasora-japonesa-ataca-agora-no-algarve" }, "headline": "\u0022Rugulopteryx Okamurae\u0022: a invasora japonesa ataca agora no Algarve", "description": "Foi detetada em Fran\u00e7a em 2009. Seis anos depois ganhou for\u00e7a em Espanha e j\u00e1 est\u00e1 na lista da Uni\u00e3o Europeia. A propagar-se h\u00e1 tr\u00eas anos pelos A\u00e7ores, est\u00e1 agora tamb\u00e9m a afetar as praias e a pesca no barlavento algarvio", "articleBody": "H\u00e1 um invasor a conquistar territ\u00f3rio na Uni\u00e3o Europeia desde 2015. Depois de se ter instalado tamb\u00e9m nos A\u00e7ores em 2019, a japonesa Rugulopteryx Okamurae acaba de invadir tamb\u00e9m o Algarve, no sul de Portugal continental. Inclu\u00edda h\u00e1 poucos dias na lista de \u0022esp\u00e9cies ex\u00f3ticas invasoras\u0022 da Uni\u00e3o Europeia , a alga japonesa est\u00e1 j\u00e1 a alterar a biodiversidade e inclusive a afetar a pesca no barlavento algarvio, repetindo o que tamb\u00e9m j\u00e1 havia provocado no sul de Espanha, onde a carater\u00edstica invasora desta esp\u00e9cie foi pela primeira vez detetada, motivando diversos estudos no pa\u00eds vizinho e preocupa\u00e7\u00e3o na Uni\u00e3o Europeia. \u0022[Estas] algas conseguem infiltrar-se nas redes e fazem com que n\u00e3o atraia o pescado e n\u00e3o pesque\u0022, lamentou F\u00e1bio Matos, da Associa\u00e7\u00e3o de Pescadores do Barlavento algarvio, em declara\u00e7\u00f5es \u00e0 RTP. A Rugulopteryx Okamurae come\u00e7ou por ser detetada em 2009 em Fran\u00e7a, mas s\u00f3 quando voltou a ser detetada no Estreito de Gibraltar come\u00e7ou a preocupar. Presume-se que tenha chegado \u00e0 Europa agarrada ao casco de navios ou atrav\u00e9s das chamadas \u00e1guas de lastro. \u0022A zona de Gibraltar tem um porto muito importante e , no que diz respeito aos A\u00e7ores, foi precisamente junto ao porto de Ponta Delgada que encontr\u00e1mos a esp\u00e9cie\u0022, contou h\u00e1 algumas semanas ao jornal P\u00fablico o investigador Jo\u00e3o Faria, do polo a\u00e7oriano do Centro de Investiga\u00e7\u00e3o em Biodiversidade e Recursos Gen\u00e9ticos (Cibio-A\u00e7ores), dando for\u00e7a \u00e0 teoria de que a alga invasora japonesa chegou \u00e0 Europa atrav\u00e9s dos navios. Rapidamente se instalou e proliferou pela costa espanhola, entre Tarifa e Algeciras, come\u00e7ando logo ali a revelar-se um problema para os pescadores e h\u00e1 quem esteja a estudar formas naturais de reduzir a presen\u00e7a da esp\u00e9cie asi\u00e1tica atrav\u00e9s de herb\u00edvoros marinhos. Em M\u00e1laga, estima-se que a Rugulopteryx Okamurae seja respons\u00e1vel por uma redu\u00e7\u00e3o de 25% no volume de pesca na costa ocidental daquela cidade espanhola. Aos A\u00e7ores, chegou em 2019 e a propaga\u00e7\u00e3o manteve-se r\u00e1pida . \u0022Veio mudar profundamente o habitat costeiro, nas zonas onde j\u00e1 se estabeleceu\u0022, contou \u00e0 televis\u00e3o p\u00fablica portuguesa Jos\u00e9 Nuno Pereira, da Associa\u00e7\u00e3o Naturalistas do Atl\u00e2ntico. Numa \u00e9poca em que a alimenta\u00e7\u00e3o humana procura alternativas mais sustent\u00e1veis, como as algas, esta esp\u00e9cie japonesa n\u00e3o se revela t\u00f3xica mas tamb\u00e9m n\u00e3o apresenta qualidades gastron\u00f3micas. A Rugulopteryx Okamurae mostra, sim, ser um problema para os ecossistemas marinhos e amea\u00e7a tornar-se uma mancha castanha nas recorda\u00e7\u00f5es dos turistas nestas f\u00e9rias de ver\u00e3o pelo barlavento algarvio. ", "dateCreated": "2022-07-24T14:18:15+02:00", "dateModified": "2022-07-24T17:56:46+02:00", "datePublished": "2022-07-24T17:15:15+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F06%2F87%2F63%2F20%2F1440x810_cmsv2_4a08f582-91a0-5a54-b43f-713d22dac282-6876320.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Praga de \u0022Rugulopteryx Okamurae\u0022 j\u00e1 invadiram tamb\u00e9m as calanques de Marselha", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F06%2F87%2F63%2F20%2F432x243_cmsv2_4a08f582-91a0-5a54-b43f-713d22dac282-6876320.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Marques", "givenName": "Francisco", "name": "Francisco Marques", "url": "/perfis/562", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@frmarques4655", "jobTitle": "Journaliste", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

"Rugulopteryx Okamurae": a invasora japonesa ataca agora no Algarve

Praga de "Rugulopteryx Okamurae" já invadiram também as calanques de Marselha
Praga de "Rugulopteryx Okamurae" já invadiram também as calanques de Marselha Direitos de autor Christophe SIMON / AFP
Direitos de autor Christophe SIMON / AFP
De Francisco Marques
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Foi detetada em França em 2009. Seis anos depois ganhou força em Espanha e já está na lista da União Europeia. A propagar-se há três anos pelos Açores, está agora também a afetar as praias e a pesca no barlavento algarvio

PUBLICIDADE

Há um invasor a conquistar território na União Europeia desde 2015. Depois de se ter instalado também nos Açores em 2019, a japonesa Rugulopteryx Okamurae acaba de invadir também o Algarve, no sul de Portugal continental.

Incluída há poucos dias na lista de "espécies exóticas invasoras" da União Europeia, a alga japonesa está já a alterar a biodiversidade e inclusive a afetar a pesca no barlavento algarvio, repetindo o que também já havia provocado no sul de Espanha, onde a caraterística invasora desta espécie foi pela primeira vez detetada, motivando diversos estudos no país vizinho e preocupação na União Europeia.

"[Estas] algas conseguem infiltrar-se nas redes e fazem com que não atraia o pescado e não pesque", lamentou Fábio Matos, da Associação de Pescadores do Barlavento algarvio, em declarações à RTP.

A Rugulopteryx Okamurae começou por ser detetada em 2009 em França, mas só quando voltou a ser detetada no Estreito de Gibraltar começou a preocupar.

Presume-se que tenha chegado à Europa agarrada ao casco de navios ou através das chamadas águas de lastro.

"A zona de Gibraltar tem um porto muito importante e , no que diz respeito aos Açores, foi precisamente junto ao porto de Ponta Delgada que encontrámos a espécie", contou há algumas semanas ao jornal Público o investigador João Faria, do polo açoriano do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (Cibio-Açores), dando força à teoria de que a alga invasora japonesa chegou à Europa através dos navios.

Rapidamente se instalou e proliferou pela costa espanhola, entre Tarifa e Algeciras, começando logo ali a revelar-se um problema para os pescadores e há quem esteja a estudar formas naturais de reduzir a presença da espécie asiática através de herbívoros marinhos.

Em Málaga, estima-se que a Rugulopteryx Okamurae seja responsável por uma redução de 25% no volume de pesca na costa ocidental daquela cidade espanhola.

Aos Açores, chegou em 2019 e a propagação manteve-se rápida. "Veio mudar profundamente o habitat costeiro, nas zonas onde já se estabeleceu", contou à televisão pública portuguesa José Nuno Pereira, da Associação Naturalistas do Atlântico.

Em apenas dois anos, [a 'Rugulopteryx Okamurae'] conseguiu ser a espécie dominante da zona entre marés.
José Nuno Pereira
Associação Naturalistas do Atlântico

Numa época em que a alimentação humana procura alternativas mais sustentáveis, como as algas, esta espécie japonesa não se revela tóxica mas também não apresenta qualidades gastronómicas.

A Rugulopteryx Okamurae mostra, sim, ser um problema para os ecossistemas marinhos e ameaça tornar-se uma mancha castanha nas recordações dos turistas nestas férias de verão pelo barlavento algarvio.

Outras fontes • RTP, Universidade dos Açores,

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

A segunda vida dos animais marinhos no Algarve

Caranguejo azul da América dizima espécies autóctones na Catalunha

Bretanha luta para combater "marés verdes"