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Otimismo e ceticismo no adeus dos líderes à COP26

Otimismo e ceticismo no adeus dos líderes à COP26
Direitos de autor Alberto Pezzali/The Associated Press
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De Francisco Marques
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Cimeira de Líderes pelo clima termina em Glasgow com o anúncio de dois importantes acordos. Falta agora negociar e colocar em prática, mas ecologistas desconfiam

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Otimismo e até um pouco de alívio marcaram a despedida dos líderes mundiais da Conferência das Partes (COP), a cimeira das Nações Unidas pelo clima, que decorre em Glasgow, na Escócia.

Após dois dias de discursos e debates, mais de uma centena de líderes políticos estabeleceram as bases de alguns compromissos importantes para tentarem travar o aquecimento global até 2050, um objetivo já definido no Acordo de Paris, de 2015, mas ainda fora de trilho devido à ividade de muitos dos principais intervenientes.

Os cientistas dizem ainda haver tempo para recuperar o tempo perdido e o Presidente dos Estados Unidos, por exemplo, assume-se otimista de que o mundo vai conseguir vencer este desafio de limitar o aquecimento global a 1,5°C até 2050 face aos níveis de temperatura pré-industriais.

Os líderes acordaram dois importantes documentos: um destinado à proteção das florestas e outro na redução das emissões poluentes.

As promessas de alterar comportamentos para controlar o aumento da temperatura do planeta foram também ratificadas pelo Brasil, um dos principais países integrantes de florestas do mundo, mas o ceticismo mantém-se em torno das palavras de Jair Bolsonaro.

Embora estivesse na Europa (deve chegar hoje a Brasília, oriundo de Itália), o Presidente do Brasil optou pela ausência nesta COP26, enviando apenas um vídeo onde garantia ser parte da solução para travar o aquecimento global.

Também à distância, o ministro do Ambiente do Brasil, Joaquim Leite, prometeu ainda cortar para metade as emissões poluentes até 2030, similar à promessa de Dilma Rousseff em 2015.

Foi também aprovada a proposta de Estados Unidos e União Europeia para um Compromisso Global do Metano.

Os signatários deste compromisso comprometem-se a reduzir em 30% até 2030 as emissões de metano, um gás com uma pegada 80% mais pesada do que o CO2 no aquecimento global, mas também de permanência mais curta na atmosfera (pouco mais de 10 anos).

Investir em tecnologias de baixo impacto carbónico é outro dos compromissos anunciados para reduzir as emissões.

Promessas vs. ação

A questão agora é se estes compromissos anunciados serão de facto cumpridos e, mesmo que sejam, quando e por quem, sabendo-se que China e Rússia, dois dos maiores poluentes do mundo estiveram um pouco à margem desta COP, com ambos os líderes ausentes.

O anfitrião da cimeira, Boris Johnson, ou entretanto a responsabilidade para os diversos negociadores de cada delegação, que ao longo dos próximos dias vão continuar a afinar os documentos que irão integrar o que deverá receber o nome de Acordo de Glasgow.

"Devemos ter o cuidado de nos precavermos contra a falsa esperança e não pensar, de todo, que o trabalho está feito. Porque não está. Ainda há muito por fazer", afirmou o primeiro-ministro do Reino Unido.

A minha mensagem para os negociadores é muito simples: Os líderes mundiais podem estar de saída, mas posso garantir-vos que os olhos do mundo, os olhos das populações por todo o mundo, os olhos do governo britânico e de todos os outros governos que se preocupam estão sobre os nossos negociadores.
Boris Johnson
Primeiro-ministro do Reino Unido

Aos dois dias de cimeira de líderes, seguem-se as reuniões entre as várias delegações e negociadores, a começar já pela setor financeiro, de onde se pretende extrair apoios para mitigar impactos das alterações climáticas e desenvolver meios de adaptação à nova realidade.

O ministro Ambiente do Brasil, por exemplo, tem viagem marcada para Glasgow nos próximos dias. Joaquim Leite vai chefiar a delegação do Governo Federal na COP26 entre os dias 7 e 12 de novembro, com diversas reuniões bilaterais na agenda.

Esta quinta-feira, o governo brasileiro já estará representado na cimeira pelo ministro de Minas e Energia. Bento Albuquerque participa no em que será negociada a transição global para as energias renováveis.

Na sexta-feira, vai dar-se voz à juventude para sublinhar a importância do envolvimento civil nas soluções necessárias para garantir a sustentabilidade do planeta e a educação em torno da ação climática.

A primeira semana de trabalho fecha no sábado com o foco sobre a natureza e na sustentabilidade do uso dos solos no processo de travagem do aquecimento global.

A Conferência das Partes das Nações Unidas para tratar dos problemas do clima vai prosseguir até 12 de novembro e à porta devem também continuar os protestos ecologistas.

Greta Thunberg já antecipou o fracasso desta COP. Os ativistas estão cansados de tanta conversa e da falta de ação.

Cabe agora aos governos provar que a sueca está errada e colocar em prática os compromissos estabelecidos primeiro em Paris e agora em Glasgow , onde também não esteve o primeiro-ministro português António Costa, mas para onde irá uma delegação liderada pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, para reuniões na segunda semana de trabalhos nesta COP26.

O Acordo de Paris

O Acordo de Paris estabelecido em 2015 é um tratado internacional juridicamente vinculativo sobre as alterações climáticas. Foi adotado por 196 entidades no decorrer da COP21, em Paris, a 12 de dezembro de 2015 e entrou em vigor a 4 de novembro de 2016

O compromisso estabelecido foi o de reduzir o aquecimento global abaixo dos 2°C, preferencialmente no limite de 1,5°C, tendo por base os níveis pré-industriais.

Para atingir esse objetivo no longo prazo, os países propõe-se a alcançar o mais rápido possível o teto máximo estabelecido para as emissões de gases de efeito de estufa de forma a conseguir-se um clima neutro no planeta em meados do século XXI.


Fonte: Portal da ONU para as Alterações Climáticas (UNFCCC)

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