{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2021/09/07/lembro-me-de-olhar-para-baixo-e-ver-pessoas-mortas" }, "headline": "\u0022Lembro-me de olhar para baixo e ver pessoas mortas\u0022", "description": "Thomas Smette saiu de casa na sexta-feira 13 de novembro de 2015 para ver um concerto dos Eagles of Death Metal no Bataclan, em Paris. Sobreviveu a um dos maiores atentados terroristas na Europa", "articleBody": "O atentado terrorista de novembro de 2015, na capital de Fran\u00e7a, que esta quarta-feira come\u00e7a a ser julgado em Paris, \u00e9 ainda um pesadelo para muitos dos sobreviventes daquele pesadelo tornado realidade a meio de um concerto dos Eagles of Death Metal. irador da banda de Rock norte-americana, Thomas Smette era uma das 1500 pessoas naquela sexta-feira 13 diante do palco, na sla Bataclan. Uma noite dif\u00edcil de esquecer. Smette diz lembrar-se \u0022bem\u0022 das palavras do pol\u00edcia, mas garante que a tentativa de o poupar ao horror \u0022n\u00e3o apagou da mem\u00f3ria o que j\u00e1 tinha visto\u0022. \u0022Depois, recordo-me de estar a tomar um duche e a\u00ed comecei a chorar, no chuveiro. De repente n\u00e3o havia mais ningu\u00e9m \u00e0 minha volta, a olhar, e senti que podia quebrar\u0022, acrescenta o sobrevivente. Seis anos depois, o trauma daquela noite ainda o faz tremer: \u0022Assim que oi\u00e7o certos barulhos ou sirenes da pol\u00edcia ou dos bombeiros, fico em alerta. Nos concertos a que fui depois daquela noite, verifico sempre onde est\u00e3o as sa\u00eddas de emerg\u00eancia.\u0022 O atual contexto pand\u00e9mico tamb\u00e9m n\u00e3o ajuda na aproxima\u00e7\u00e3o do in\u00edcio do julgamento. \u0022Com tudo o que se tem ado devido \u00e0 Covid-19, este \u00e9 um mundo pouco confort\u00e1vel e isso tamb\u00e9m n\u00e3o me ajuda a tranquilizar com a aproxima\u00e7\u00e3o deste julgamento monstruoso. Estou a preparar-me psicologicamente para o julgamento. Vai-me custar muito\u0022, antev\u00ea Thomas Smett. ", "dateCreated": "2021-09-07T15:05:28+02:00", "dateModified": "2021-09-07T22:59:06+02:00", "datePublished": "2021-09-07T22:59:04+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F06%2F03%2F95%2F66%2F1440x810_cmsv2_769f1643-b776-5c03-8f9a-0babe2d2d6a6-6039566.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "A mem\u00f3ria das v\u00edtimas do ataque de 2015 perdura", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F06%2F03%2F95%2F66%2F432x243_cmsv2_769f1643-b776-5c03-8f9a-0babe2d2d6a6-6039566.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Marques", "givenName": "Francisco", "name": "Francisco Marques", "url": "/perfis/562", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@frmarques4655", "jobTitle": "Journaliste", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ] }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

"Lembro-me de olhar para baixo e ver pessoas mortas"

A memória das vítimas do ataque de 2015 perdura
A memória das vítimas do ataque de 2015 perdura Direitos de autor AP Photo/Thibault Camus/Arquivo
Direitos de autor AP Photo/Thibault Camus/Arquivo
De Francisco Marques
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Thomas Smette saiu de casa na sexta-feira 13 de novembro de 2015 para ver um concerto dos Eagles of Death Metal no Bataclan, em Paris. Sobreviveu a um dos maiores atentados terroristas na Europa

PUBLICIDADE

O atentado terrorista de novembro de 2015, na capital de França, que esta quarta-feira começa a ser julgado em Paris, é ainda um pesadelo para muitos dos sobreviventes daquele pesadelo tornado realidade a meio de um concerto dos Eagles of Death Metal.

irador da banda de Rock norte-americana, Thomas Smette era uma das 1500 pessoas naquela sexta-feira 13 diante do palco, na sla Bataclan.

Uma noite difícil de esquecer.

Quando me deitei no chão, o único pensamento que tinha era: ‘quero viver, quero viver, quero viver’.

Lembro-me de olhar para baixo e ver pessoas mortas. De repente, um polícia disse-me: ‘não olhes para ali, olha para os meus olhos.
Thomas Smette
Sobrevivente do ataque no Bataclan, a 13 de novembro de 2015

Smette diz lembrar-se "bem" das palavras do polícia, mas garante que a tentativa de o poupar ao horror "não apagou da memória o que já tinha visto".

"Depois, recordo-me de estar a tomar um duche e aí comecei a chorar, no chuveiro. De repente não havia mais ninguém à minha volta, a olhar, e senti que podia quebrar", acrescenta o sobrevivente.

Seis anos depois, o trauma daquela noite ainda o faz tremer: "Assim que oiço certos barulhos ou sirenes da polícia ou dos bombeiros, fico em alerta. Nos concertos a que fui depois daquela noite, verifico sempre onde estão as saídas de emergência."

O atual contexto pandémico também não ajuda na aproximação do início do julgamento.

"Com tudo o que se tem ado devido à Covid-19, este é um mundo pouco confortável e isso também não me ajuda a tranquilizar com a aproximação deste julgamento monstruoso. Estou a preparar-me psicologicamente para o julgamento. Vai-me custar muito", antevê Thomas Smett.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Segundo dia do processo dos atentados de Paris

Começou julgamento "histórico" dos atentados de Paris

Começou hoje processo dos atentados de Paris