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Os desafios do novo presidente-eleito Ebrahim Raisi

Os desafios do novo presidente-eleito Ebrahim Raisi
Direitos de autor Ebrahim Noroozi/Copyright 2021 The Associated Press. All rights reserved.
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De Francisco MarquesAnelise Borges com AP
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A Euronews está em Teerão, onde leu e ouviu o que os cidadãos iranianos têm a dizer sobre o sucessor ultraconservador do moderado Hassan Rouhani

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Os jornais deste domingo no Irão dão natural destaque ao presidente-eleito Ebrahim Raisi, vencedor de umas eleições marcadas pela primeira vez por uma maioria de abstenção na ida às urnas.

Apenas 28,9% dos mais de 59 milhões de eleitores registados exerceram este sábado o direito de voto.

Num dos jornais a que a enviada especial da Euronews a Teerão, Anelise Borges, teve o podia ler-se, por exemplo, que Raisi "vai ser o presidente de todas as pessoas, tenham ou não votado nele" e que "ele vai liderar o país nos próximos quatro anos”.

O ultraconservador Ebrahim Raisi beneficiou do apoio do Líder Supremo iraniano, o aiatola Al Khameini, para vencer umas eleições em que, além de uma abstenção recorde acima dos 70%, também os votos nulos, acidentais ou intencionais, terão sido cerca de 3,7 milhões, o maior valor alguma vez registado.

A divisão entre o eleitorado e a elite política ficou bem expressa sexta-feira nas urnas e sábado no escrutínio. Nas ruas de Teerão, Anelise Borges ouviu um iraniano pedir ao novo presidente para simplesmente "fazer alguma coisa" porque toda a gente esta desempregada e os jovens estão debater-se com um alto custo de vida".

Uma iraniana manifestou à nossa jornalista a descrença nos líderes políticos: "Não esperamos muitos dos presidentes que são eleitos porque eles falam e prometem muito, mas não fazem nada pelo povo. Eu vou fazer o meu filho emigrar porque aqui não há nada para ele."

A eleição de Ebrahim Raisi não deixa de ser controversa também no plano internacional.

O antigo juiz foi já colocado no alvo pela Amnistia Internacional que o pretende ver investigado pelas alegadas execuções de presos políticos em 1988, quando foi procurador-adjunto em Teerão.

Essa ligação de Raisi às alegadas execuções já custaram sanções por parte dos Estados Unidos ao agora presidente-eleito, num caso que poderá ter agora também reflexos nas negociações em curso, em Viena, para tentar recuperar a Casa Branca para o Acordo Nuclear assinado em 2015 pelo grupo P5+1, do qual Donald Trump retirou unilateralmente o governo americano.

Raisi acabou por vencer num sufrágio em que viu as autoridades eleitorais iranianas neutralizar uma série de candidaturas rivais que poderiam ter-lhe feito frente no escrutínio, como aconteceu, por exemplo, com o antigo presidente Mahmoud Ahmadinejad.

A enviada especial da Euronews à capital iraniana diz-nos ainda que "o executivo de Ebrahim Raisi vai ter uma longa lista de problemas para resolver, incluindo o desemprego, estimado em 20%, e a inflação, prevista atingir este ano os 39%".

"Quando o novo presidente tomar posse em agosto deverá também tentar recuperar a confiança dos iranianos. Muitos deles frustrados após anos de afastamento entre o povo e as elites no poder", conclui Anelise Borges.

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