Atenas já começou a construção de uma nova vedação metálica na região do rio Evros
Já começou a construção de uma vedação de aço nas zonas húmidas do nordeste de Evros, a fronteira fluvial da Grécia com a Turquia. Estende-se por vinte e sete quilómetros e atinge cinco metros de altura. É ali que o governo de Atenas vai instalar um novo arsenal de medidas anti-migração, incluindo câmaras, radares e dispositivos acústicos de longo alcance, também conhecidos como canhões de som. Para além da construção da nova vedação, está a ser reforçada a que existe na área de Kastanies.
Segundo as autoridades, mais de 170 requerentes de asilo e 40 alegados contrabandistas foram detidos na zona de Evros, nas últimas três semanas. O ministério das Migrações grego insiste que as políticas mais duras do país em matéria de migração trouxeram uma queda dramática dos novos fluxos. "Os recém-chegados desceram 73% nos primeiros quatro meses do ano em comparação com o período equivalente do ano ado", disse o ministério em maio. Mas a redução coincidiu com a pandemia do coronavírus, e poucos a vêem como sustentável.
Entretanto, a Comissão Europeia manifestou preocupação com a nova vedação. O porta-voz da Comissão, Adalbert Jahnz, afirmou esta semana que Bruxelas está "em o com as autoridades gregas" para procurar mais informações.
Porta de entrada na Europa
Dezenas de milhares de migrantes aproximaram-se da Grécia depois do presidente turco ter dito, em fevereiro de 2020, que deixaria ar os migrantes que querem chegar à União Europeia. Na altura, Recep Tayyip Erdogan disse que a Turquia não podia acolher mais refugiados do conflito sírio, uma vez que já acolhia mais de 3,5 milhões de pessoas.