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Pemba é agora o porto de abrigo perante o terrorismo em Palma

Uma mulher com uma criança ao colo é levada de avião de Palma para Pemba, em Moçambique
Uma mulher com uma criança ao colo é levada de avião de Palma para Pemba, em Moçambique Direitos de autor Dave LePoidevin, MAF via AP
Direitos de autor Dave LePoidevin, MAF via AP
De Francisco Marques
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Milhares de pessoas estão a ser acolhidas na capital da província de Cabo Delgado, em fuga dos combates entre o exército e terroristas no norte de Moçambique

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Estão a ser acomodados na cidade Pemba os primeiros deslocados, vítimas dos ataques terroristas da semana ada na vila de Palma, 200km a norte, ainda na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Traumatizadas e em choque, pouco mais de mil pessoas desembarcaram quarta-feira de um "ferry" que as transportou para a segurança da capital da província, onde muitos se reencontraram com familiares, mas outros, cerca de uma centena, necessitaram de um abrigo improvisado para descansar.

A recebe-los esteve a chefe de gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a portuguesa Margarida Loureiro, atualmente destacada no norte de Moçambique.

"As populações que estão a chegar agora estão altamente traumatizadas, em estado de choque. Muitas delas, nós vimos algumas, vêm aparentemente com uma cara iva e a partir do momento que se sentem a salvo aqui na cidade de Pemba começam a extravasar as emoções", descreveu a representante do ACNUR.

Margarida Loureiro espera "que cheguem mais pessoas, obviamente", diz ter conhecimento de que "há muita gente ainda escondida, à espera de conseguir fugir". "Temos pessoas que não sabemos onde estão, se vêm a caminho ou se alguma coisa lhes aconteceu", acrescentou, em declarações ao correspondente da Agência Lusa, em Pemba.

Outras pessoas em fuga, nomeadamente mulheres e crianças mais frágeis, estão a ser transportados de Palma para Pemba ou para abrigos no território da vizinha Tanzânia de avião.

Ao mesmo tempo que estas pessoas são acolhidas em abrigos seguros, os relatos oriundos da vila Palma dão conta de que os combates prosseguem entre as forças armadas de Moçambique e os rebeldes, identificados como um grupo terrorista denominado Al-Shabab (termo árabe para "juventude"), com ligação sugerida aos terroristas do autoproclamado Estado Islâmico (ISIL/Daesh).

A agência Associated Press publicou um artigo sobre este grupo terrorista ativo pelo menos desde 2017 no norte de Moçambique e que desde 2019 tem os ataques reivindicados pelo Daesh, que definiu este suposto braço moçambicano como Estado Islâmico da Província Centro Africana.

No início de março, o Departamento de Estado norte-americano decretou oficialmente o "ISIS-Mozambique" como uma "organização terrorista estrangeira", abrindo espaço legal para confiscar quaisquer ativos ou interesses do grupo sujeitos à jurisdição dos Estados Unidos.

A AP diz tratar-se de um grupo maioritariamente composto por jovens muçulmanos desempregados de Cabo delgado, uma província rica em recursos naturais, mas pobre em desenvolvimento, sublinha a agência de notícias.

Alguns destes jovens islâmicos terão ido estudar para o estrangeiro, em organizações muçulmanas, e terão regressado a Moçambique radicalizados.

É ainda prematuro falar-se num número exato de vítimas deste último ataque terrorista no norte de Moçambique.

Mesmo em Pemba, 200 km a sul de Palma, aguardam-se informações oficiais mais concretas sobre ocorrido e a operação militar em curso.

De acordo com o portal ACLED, desde outubro de 2017 até 26 de março deste ano, houve mais de 800 ataques em Cabo Delgado, dos quais resultaram quase 2700 mortes, metade delas civis.

Antes do ataque de 24 de março, que terá feito dezenas de mortos e milhares de deslocados, o ACNUR estimava que mais de 670 mil pessoas já teriam sido obrigadas a fugir devido à violência terrorista que eclodiu em 2017 no norte de Moçambique, em Cabo Delgado, uma região onde importantes investimentos estrangeiros estão projetados, nomeadamente uma exploração de gás natural pela petrolífera sa Total, junto a Palma, um projeto entretanto suspenso devido ao recente ataque.

O Programa Alimentar Mundial (PAM/WFP, na sigla inglesa) alega estar a dar apoio a mais de 50 mil pessoas, vítimas da violência em curso em Palma e diz ter transportado mais de 280 das mais vulneráveis para longe do conflito.

No global, o PAM estima serem já mais de 900 mil as pessoas a necessitar de ajuda devido à violência registada desde 2017 no norte de Moçambique.

Outras fontes • AP, AFP e Lusa

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