Sambódromo do Rio de Janeiro transformou-se este ano em centro de vacinas, muitos brasileiros enfrentaram o tempo cinzento nas praias e alguns grupos levaram avante a tradição apesar da pandemia
PUBLICIDADEO Brasil vive este ano um mês de fevereiro bem diferente do habitual. Em particular no Rio de Janeiro, onde, por exemplo, o "sambódromo".
Habitualmente cheio de música e animação nestes três dias de Carnaval, o recinto do desfile de Carnaval mais famosos do Mundo foi transformado recentemente em centro de vacinação e as únicas luzes acesas são, desde sexta-feira, as de homenagem às vítimas da Covid-19.
Não muito longe, no areal de Copacabana, apesar do tempo cinzento deste fim de emana, só se veem praticamente cariocas e o comércio ressente-se.
Erika Priscila tem um negócio na cidade carioca e lamenta que, comparando com outros anos, o Rio "está totalmente parado".
"A gente está rezando e com o pouco que ainda está entrando a gente está agradecendo. Mas sem carnaval, não tem movimento", reforça.
Poderia dizer-se que este é o preço a pagar por uma média de mais de mil mortes diárias só nas últimas duas semanas e quase 10 milhões de casos de confirmados neste que é o terceiro país mais afetado do mundo pela pandemia.
Ainda assim e apesar da proibição de celebrar o Carnaval na rua, para evitar grandes aglomerações e conter o vírus, alguns grupos não deixaram ar em claro o arranque dos tradicionais três dias de folia antes da Quarta-feira de Cinzas.
Foi o caso, este sábado, do grupo carioca de "bate bolas", com a polícia a apreender inclusive armas num alegado miliciano infiltrado nos festejos clandestinos.
Esta tradição já centenária no Carnaval carioca dos "bate bolas" terá sido inspirada nos caretos portugueses de Trás os Montes e este fim de semana foi uma das muitas celebrações clandestinas que decorreram um pouco por todo o Brasil, num ano ensombrado pela trágica pandemia de Covid-19.