Medida de prevenção da Covid-19 foi já criticada pela Comissão Europeia.
Atravessar a fronteira entre a a Áustria e a Hungria é agora mais difícil, senão impossível. A Hungria tornou-se no primeiro país da zona Schengen a decidir um novo fecho de fronteiras, como medida de prevenção da Covid-19.
"Há poucos minutos, qualquer pessoa poderia ter ado por esta fronteira. Mas, desde a meia-noite, toda a gente é identificada e a temperatura medida. Os estrangeiros só podem entrar no país em trânsito e têm de sair no prazo de um dia", explica o jornalista da euronews Zoltán Siposhegyi.
Já os húngaros de regresso ao país vão ter de apresentar um teste de Covid com resultado negativou ou ficar obrigados a uma quarentena de 14 dias. Para os motoristas obrigados a ar esta fronteira várias vezes por semana, as novas regras significam novas complicações, até porque as regras ainda não são claras, como disseram aos microfones da euronews alguns profissionais da estrada: "A situação muda de meia em meia hora e ninguém sabe nada. Nem a polícia nem o ministério dos negócios estrangeiros sabem responder".
Já os motoristas em trânsito queixam-se do tempo que têm de ar na fronteira, que pode levar várias horas. É o caso de um cidadão romeno, que desespera enquanto espera poder ar a fronteira, já que o caminho para casa a, obrigatoriamente, pela Hungria: "Só quero atravessar o país, porque quero ir para casa, para a Roménia. Mas tenho de esperar duas ou três horas, não é normal", diz.
A decisão do governo de Viktor Orbán já motivou críticas por parte de Bruxelas. Uma porta-voz da Comissão Europeia disse que as medidas de alcance geral, como esta, devem ser substituídas por medidas localizadas e adaptadas à situação de cada país relativamente à Covid-19. O governo de Orbán foi também fortemente criticado por não ter avisado os viajantes e os parceiros da União Europeia antes da implementação destas últimas decisões.