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Longe da capital Manaus, os sintomas s\u00e3o muitas vezes tratados com rem\u00e9dios caseiros. Apesar da relut\u00e2ncia da popula\u00e7\u00e3o, a chegada dos testes \u00e0 regi\u00e3o \u00e9 felicitada por Neurilene Cruz da Silva, enfermeira do Distrito Sanit\u00e1rio\u00a0Especial Ind\u00edgena de Manaus.\u00a0 \u0022\u00c9 muito importante (termos) esses testes, porque ainda infelizmente existem pessoas que n\u00e3o acreditam que esse v\u00edrus pode estar contaminando aqui, n\u00e3o s\u00f3 nessa aldeia mas como nas outras aldeias. E quando algu\u00e9m aparecer com os sintomas (de Covid-19), a gente tem o teste\u0022, conta. Covid-19 vitima cacique Aritana O cacique Aritana , um dos mais reconhecidos chefes ind\u00edgenas do Brasil , morreu esta quarta-feira v\u00edtima do novo coronav\u00edrus . \u0022A morte est\u00e1 confirmada\u0022, disse \u00e0 AFP Iano Yawalapiti, sobrinho do cacique. Aritana Yawalapiti tinha cerca de 70 anos e estava internado h\u00e1 duas semanas numa unidade de cuidados intensivos e respirava com a ajuda de um ventilador, em Goi\u00e2nia, capital do estado de Goi\u00e1s. Defensor fervoroso dos direitos ind\u00edgenas e da preserva\u00e7\u00e3o da floresta amaz\u00f3nica, o cacique era l\u00edder da regi\u00e3o do Parque Nacional do Xingu, no Mato Grosso, no sul da Amaz\u00f3nia, de onde tamb\u00e9m \u00e9 origin\u00e1rio o chefe emblem\u00e1tico Raoni Metuktire. \u0022Um dia negro\u0022 \u0022Foi um grande defensor da luta para preservar e perpetuar a cultura de seu povo para as gera\u00e7\u00f5es futuras e um incans\u00e1vel ativista contra o desmatamento\u0022, disse a fam\u00edlia em comunicado. 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Covid-19 mata cacique e ameaça povos indígenas no Brasil

Aritana Yawalapiti, um dos grandes chefes indígenas do Brasil
Aritana Yawalapiti, um dos grandes chefes indígenas do Brasil Direitos de autor EVARISTO SA/AFP
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Aritana Yawalapiti estava internado há duas semanas numa unidade de cuidados intensivos e respirava com a ajuda de um ventilador, em Goiânia, capital do estado de Goiás

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Guardado entre sete países, o Amazonas é uma gigante autoestrada de água doce por onde circulam ageiros, mercadorias e mais recentemente o novo coronavírus.

Fonte de vida da qual dependem milhões de pessoas, o rio é hoje também fonte de doença.

A pandemia não poupou os povos indígenas. De acordo com o Comitê Nacional de Vida e Memória Indígena da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, até 1 de agosto, tinham morrido, entre as populações nativas do país, 338 pessoas.

O isolamento dos povos locais está a provar não ser suficiente para afastar o vírus, é antes mais um fator a contribuir para a vulnerabilidade da população amazónica.

Vanda Ortega é indígena e cuidadora. Aos 32 anos, percorre, porta a porta, a comunidade, para dar a assistência possível, quando o Estado falha. 

"Estamos sem assistência nenhuma sou eu que estou fazendo esse trabalho, de dar apoio aos nossos parentes. Aqui tem pessoas com pressão alta, diabetes, que não está podendo ir nas unidades básicas", lamenta.

No Brasil, o estado do Amazonas tem sido dos mais afetados pela covid-19. Longe da capital Manaus, os sintomas são muitas vezes tratados com remédios caseiros.

Apesar da relutância da população, a chegada dos testes à região é felicitada por Neurilene Cruz da Silva, enfermeira do Distrito Sanitário Especial Indígena de Manaus. 

"É muito importante (termos) esses testes, porque ainda infelizmente existem pessoas que não acreditam que esse vírus pode estar contaminando aqui, não só nessa aldeia mas como nas outras aldeias. E quando alguém aparecer com os sintomas (de Covid-19), a gente tem o teste", conta.

Covid-19 vitima cacique Aritana

O cacique Aritana, um dos mais reconhecidos chefes indígenas do Brasil, morreu esta quarta-feira vítima do novo coronavírus. "A morte está confirmada", disse à AFP Iano Yawalapiti, sobrinho do cacique.

Aritana Yawalapiti tinha cerca de 70 anos e estava internado há duas semanas numa unidade de cuidados intensivos e respirava com a ajuda de um ventilador, em Goiânia, capital do estado de Goiás.

Defensor fervoroso dos direitos indígenas e da preservação da floresta amazónica, o cacique era líder da região do Parque Nacional do Xingu, no Mato Grosso, no sul da Amazónia, de onde também é originário o chefe emblemático Raoni Metuktire.

"Um dia negro"

"Foi um grande defensor da luta para preservar e perpetuar a cultura de seu povo para as gerações futuras e um incansável ativista contra o desmatamento", disse a família em comunicado.

A morte desencadeou várias mensagens e manifestações de pesar. "É um dia negro, um dia de luto pela humanidade", escreveu a ONG sa Planète Amazone no Facebook. "Uma grande figura nova na luta indígena está morrendo com o desaparecimento do cacique Aritana (...) considerado a autoridade máxima em Haut-Xingu, onde residem 16 povos indígenas", lê-se também na mensagem publicada.

UNE PAGE SE TOURNE AVEC LA PERTE TRAGIQUE DU CHEF ARITANA YAWALAPITI >> 📭 Postez vos messages de condoléances sur cette...

Publiée par Planète Amazone sur Mercredi 5 août 2020

Antes de adoecer, Aritana lançou uma campanha de arrecadação de fundos para promover o o à saúde a membros da sua tribo.

As vítimas mortais de COVID-19 no Brasil devem ultraar a barreira dos 100 mil mortos nos próximos dias. A doença atingiu pos povos indígenas com grande intensidade, devido à menor imunidade e dificuldade de o à assistência médica.

De acordo com a APIB, Associação dos Povos Indígenas do Brasil, mais de 22 mil foram infectados com o novo coronavírus; 633 morreram.

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