{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2020/04/13/migrantes-venezuelanos-regressam-a-casa-a-pe" }, "headline": "Migrantes venezuelanos regressam a casa a p\u00e9", "description": "O desemprego e a fome gerados pela crise do coronav\u00edrus leva-os a deixar a Col\u00f4mbia e percorrer as estradas do pa\u00eds a p\u00e9. Reportagem euronews.", "articleBody": "Nas estradas \u00e0 volta de Bogot\u00e1, capital da Col\u00f4mbia , s\u00e3o muitos os imigrantes venezuelano s que swe veem nas bermas a fazer o caminho de regresso a casa. Muitos est\u00e3o dispostos a andar mais de 600 quil\u00f3metros para voltarem \u00e0 Venezuela, j\u00e1 que a crise do coronav\u00edrus os deixou sem trabalho e sem nada. Will Daza trabalhava como mec\u00e2nico: \u0022N\u00e3o temos recursos para nos sustermos em termos de alimenta\u00e7\u00e3o. As contas est\u00e3o sempre a chegar e n\u00e3o temos dinheiro para comer, muito menos para pagar contas ou a renda de casa\u0022, conta. Seguem a p\u00e9, em grupos. Por vezes, v\u00e3o ter de subir desn\u00edveis de mais de 3000 metros, mal cal\u00e7ados. Nem as crian\u00e7as s\u00e3o poupadas. Jovens como Michelle veem nesta a \u00fanica possibilidade de sobreviv\u00eancia: \u0022Trabalhava num restaurante. Uma vez que n\u00e3o pod\u00edamos mais trabalhar, mandaram-nos embora. Os neg\u00f3cios fecharam e o senhorio disse-nos que t\u00ednhamos de continuar a pagar a renda. Como podia pagar, sem trabalho?\u0022, conta. Este grupo ou a noite num posto de gasolina. H\u00e1 tr\u00eas dias que fazem este caminho. Para eles, regressar \u00e0 Venezuela \u00e9 a \u00fanica op\u00e7\u00e3o: \u0022Pelo menos l\u00e1 tenho a minha casa, n\u00e3o tenho de pagar renda, nem \u00e1gua, nem eletricidade. N\u00e3o tenho de pagar nada disso. Tenho comida, porque os meus filhos trabalham. Aqui n\u00e3o tenho nada disso\u0022, conta Maria Caguana, reformada. Coronav\u00edrus e \u0022coronafome\u0022 Ao longo da estrada, encontramos alguns bons samaritanos. Orlando Beltr\u00e1n, da ONG \u0022El banquete del Bronx\u0022, d\u00e1 de comer e beber todos os dias aos migrantes, que v\u00eam n\u00e3o s\u00f3 da Venezuela, como tamb\u00e9m do Chile, do Peru e do Equador: \u0022O maior perigo que correm \u00e9 o coronav\u00edrus, porque fazem tudo muito juntos, como uma grande tribo. Comem juntos, falaam muito diretamente uns com os outros. O inimigo n\u00famero um \u00e9 o coronav\u00edrus e o inimigo n\u00famero dois \u00e9 a coronafome. A coronafome \u00e9 algo horr\u00edvel que lhes est\u00e1 a acontecer nestas estradas\u0022, diz. Um bilhete para um autocarro improvisado pode custar 30 euros, algo que estes homens e mulheres n\u00e3o podem pagar. A fronteira entre a Col\u00f4mbia e a Venezuela est\u00e1 oficialmente fechada, mas as autoridades permitem o regresso destes migrantes. Bogot\u00e1 e o governo de Nicol\u00e1s Maduro cortaram as rela\u00e7\u00f5es diplom\u00e1ticas no ano ado, quando o presidente da Col\u00f4mbia, Iv\u00e1n Duque, reconheceu Juan Guaid\u00f3 como presidente interino da Venezuela. ", "dateCreated": "2020-04-13T04:55:16+02:00", "dateModified": "2020-04-13T19:48:04+02:00", "datePublished": "2020-04-13T19:34:22+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F62%2F76%2F26%2F1440x810_cmsv2_6378a93c-b891-5ba8-a7a8-79a48a722ae2-4627626.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "O desemprego e a fome gerados pela crise do coronav\u00edrus leva-os a deixar a Col\u00f4mbia e percorrer as estradas do pa\u00eds a p\u00e9. Reportagem euronews.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F62%2F76%2F26%2F432x243_cmsv2_6378a93c-b891-5ba8-a7a8-79a48a722ae2-4627626.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Figueira", "givenName": "Ricardo", "name": "Ricardo Figueira", "url": "/perfis/258", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@rfigueira", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Migrantes venezuelanos regressam a casa a pé

Migrantes venezuelanos regressam a casa a pé
Direitos de autor Fernando Vergara/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
Direitos de autor Fernando Vergara/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
De Ricardo FigueiraHéctor Estepa
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O desemprego e a fome gerados pela crise do coronavírus leva-os a deixar a Colômbia e percorrer as estradas do país a pé. Reportagem euronews.

PUBLICIDADE

Nas estradas à volta de Bogotá, capital da Colômbia, são muitos os imigrantes venezuelanos que swe veem nas bermas a fazer o caminho de regresso a casa. Muitos estão dispostos a andar mais de 600 quilómetros para voltarem à Venezuela, já que a crise do coronavírus os deixou sem trabalho e sem nada.

Will Daza trabalhava como mecânico: "Não temos recursos para nos sustermos em termos de alimentação. As contas estão sempre a chegar e não temos dinheiro para comer, muito menos para pagar contas ou a renda de casa", conta.

Seguem a pé, em grupos. Por vezes, vão ter de subir desníveis de mais de 3000 metros, mal calçados. Nem as crianças são poupadas.

Jovens como Michelle veem nesta a única possibilidade de sobrevivência: "Trabalhava num restaurante. Uma vez que não podíamos mais trabalhar, mandaram-nos embora. Os negócios fecharam e o senhorio disse-nos que tínhamos de continuar a pagar a renda. Como podia pagar, sem trabalho?", conta.

Este grupo ou a noite num posto de gasolina. Há três dias que fazem este caminho. Para eles, regressar à Venezuela é a única opção: "Pelo menos lá tenho a minha casa, não tenho de pagar renda, nem água, nem eletricidade. Não tenho de pagar nada disso. Tenho comida, porque os meus filhos trabalham. Aqui não tenho nada disso", conta Maria Caguana, reformada.

Coronavírus e "coronafome"

Ao longo da estrada, encontramos alguns bons samaritanos. Orlando Beltrán, da ONG "El banquete del Bronx", dá de comer e beber todos os dias aos migrantes, que vêm não só da Venezuela, como também do Chile, do Peru e do Equador: "O maior perigo que correm é o coronavírus, porque fazem tudo muito juntos, como uma grande tribo. Comem juntos, falaam muito diretamente uns com os outros. O inimigo número um é o coronavírus e o inimigo número dois é a coronafome. A coronafome é algo horrível que lhes está a acontecer nestas estradas", diz.

O inimigo número um é o coronavírus e o inimigo número dois é a coronafome. A coronafome é algo horrível que lhes está a acontecer nestas estradas.
Orlando Beltrán
Voluntário da ONG "El banquete del Bronx"

Um bilhete para um autocarro improvisado pode custar 30 euros, algo que estes homens e mulheres não podem pagar.

A fronteira entre a Colômbia e a Venezuela está oficialmente fechada, mas as autoridades permitem o regresso destes migrantes. Bogotá e o governo de Nicolás Maduro cortaram as relações diplomáticas no ano ado, quando o presidente da Colômbia, Iván Duque, reconheceu Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Espanha acolhe requerentes de asilo da América Latina para aliviar fluxo migratório para os EUA

Setor da aviação prevê ano histórico em 2024

Oito feridos em acidente na Oktoberfest em Munique