{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2020/01/30/idai-um-cilcone-que-continua-a-sentir-se-no-pais" }, "headline": "Idai um ciclone que continua a \u0022sentir-se\u0022 por terras mo\u00e7ambicanas", "description": "A agem dos ciclones Idai e Kenneth, em Mo\u00e7ambique, deixaram marcas profundas no pa\u00eds que precisam de tempo, mais do que o esperado, para \u0022sarar\u0022.", "articleBody": "O Idai e o Kenneth invadiram Mo\u00e7ambique em mar\u00e7o e abril de 2019, respetivamente. Foi a primeira vez na hist\u00f3ria que dois grandes ciclones atingiram o pa\u00eds na mesma \u00e9poca. O mais destruidor, o Idai de categoria quatro, matou cerca de 600 pessoas e fez mais de 140.000 deslocados. Juntos, os dois ciclones deixaram 2,2 milh\u00f5es de pessoas a precisar de assist\u00eancia humanit\u00e1ria urgente. Quase um ano ap\u00f3s o ciclone varrer a cidade e as suas \u00e1reas rurais a Beira ainda mant\u00e9m as marcas do Idai. 240.000 casas foram destru\u00eddas ou ficaram fortemente danificadas. Dezenas de milhares de pessoas ainda vivem em abrigos tempor\u00e1rios ou inseguros e os que tiveram a sorte de ver as suas casas poupadas pela intemp\u00e9rie lutam para fazer as repara\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias. O Idai mudou a vida a muitos. Paulo Hau \u00e9 um dos sobreviventes mas a sua hist\u00f3ria \u00e9 triste de contar. Estava em casa quando tudo aconteceu. Uma \u00e1rvore, conta, caiu em cima da sua casa \u0022no dia 14, dia em que aconteceu o ciclone\u0022 . Ele e a mulher, que estava gr\u00e1vida de oito meses, estavam a dormir, no quarto, quando \u0022a \u00e1rvore, de repente, caiu em cima do teto\u0022 . Um susto para a mulher, gr\u00e1vida, \u0022ficou assustada com aquilo que aconteceu, de repente\u0022 . Um susto que lhe valeria a vida, \u0022ent\u00e3o lev\u00e1mo-la para o hospital e ela e o beb\u00e9 acabaram por perder a vida\u0022 , conta este jovem mo\u00e7ambicano. _Refazer a vida depois do desastre e da perda_ A Organiza\u00e7\u00e3o Internacional para Migra\u00e7\u00f5es distribuir\u00e1 2.300 kits para ajudar \u00e0 reconstru\u00e7\u00e3o. Durante a primeira fase de resposta a esta calamidade 20.000 kits de emerg\u00eancia foram distribu\u00eddos. Agora entrou-se na fase de recupera\u00e7\u00e3o. Jessica Mamo, gestora deste abrigo, constru\u00eddo pela Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Migra\u00e7\u00f5es, explicou \u00e0 euronews que depois da primeira fase, de apoio imediato, se est\u00e1 agora a \u0022distribuir materiais de constru\u00e7\u00e3o mais duradouros, como telas para o telhado, madeira, ferramentas e cimento para ajudar as fam\u00edlias, particularmente, nas suas comunidades de origem. Pessoas que n\u00e3o foram deslocadas, para que possam consertar os seus telhados\u0022 e come\u00e7ar a renascer \u00abdas cinzas\u00bb. Paulo est\u00e1 entre as 1300 fam\u00edlias que receberam os kits no local de distribui\u00e7\u00e3o de Nhaconjo, nos arredores da cidade da Beira. Este material ajud\u00e1-lo-\u00e1 a continuar as obras na sua nova casa, constru\u00edda ao lado da antiga que ficou destru\u00edda. J\u00e1 tem bambu com o qual vai \u0022fazer uma pequena tenda na casa que est\u00e1 muito m\u00e1\u0022 e vai tamb\u00e9m aproveit\u00e1-lo para dar estabilidade ao que est\u00e1 a construir. Em rela\u00e7\u00e3o ao cimento, vai \u0022aguardar at\u00e9 ter um pouco de dinheiro para comprar blocos\u0022 e com continuar a construir a sua nova vida. _A import\u00e2ncia da ajuda do Programa Alimentar Mundial aos deslocados_ O Idai destruiu 715.000 hectares de planta\u00e7\u00f5es num pa\u00eds onde quase dois milh\u00f5es de pessoas viviam j\u00e1 a inseguran\u00e7a alimentar. No acampamento de Ndedja o Programa Alimentar Mundial d\u00e1 apoio e ajuda alimentar as pessoas deslocadas. Am\u00e2ndio Fumane, que trabalha para esta organiza\u00e7\u00e3o, explica que d\u00e3o \u0022uma ra\u00e7\u00e3o mensal de 40 quilos de cereais, seis quilos de legumes e 4 litros de \u00f3leo\u0022 e cada fam\u00edlias continuar\u00e1 a receber alimentos at\u00e9 a pr\u00f3xima safra. Uma ajuda que permite continuar a viver mas n\u00e3o faz esquecer aquilo que o Idai levou. Teresa Naene perdeu a casa, o sustento e alguns dos seus entes queridos: \u0022Quando o ciclone chegou subi a uma \u00e1rvore. Eu estava com a minha irm\u00e3 e os seus dois filhos. Ficamos l\u00e1 dois dias sem nada para comer. A corrente era t\u00e3o forte que parte da \u00e1rvore partiu. A minha irm\u00e3 e os filhos foram levados\u0022 , conta. _Ajudar mas, fundamentalmente, evitar futuras cat\u00e1strofes_ Ambos os projetos sobre os quais fal\u00e1mos, sobre reconstru\u00e7\u00e3o e distribui\u00e7\u00e3o de alimentos, s\u00e3o parcialmente financiados pela Ajuda Humanit\u00e1ria da Uni\u00e3o Europeia. A UE prometeu 200 milh\u00f5es de euros na confer\u00eancia internacional de doadores para ajudar o pa\u00eds a fortalecer a sua resist\u00eancia a desastres naturais. Metade dessa verba sai do Fundo Europeu para o Desenvolvimento e os outros 100 milh\u00f5es s\u00e3o disponibilizados na forma de empr\u00e9stimos do Banco Europeu de Investimento. Parte desta verba serve para tentar evitar que cat\u00e1strofes como estas se produzam no pa\u00eds. Mathias Eick, da Ajuda Humanit\u00e1ria da Uni\u00e3o Europeia, explica como se fez a ajuda no seio do bloco forte europeu: \u0022A redu\u00e7\u00e3o do risco de desastres e a prepara\u00e7\u00e3o para desastres s\u00e3o parte integrante da nossa resposta. (...) Por exemplo, transferimos (...) pessoas de um local perigoso para um local mais seguro. E, obviamente, continuaremos a ajudar as autoridades locais neste trabalho abastecendo, antecipadamente, os seus armaz\u00e9ns com bens de assist\u00eancia, com melhores sistemas para prevenir sobre a chegada de furac\u00f5es\u0022 . As prioridades iniciais de salvar vidas adiaram as metas de desenvolvimento de longo prazo, com o objetivo de tornar autossuficientes e mais resilientes, para futuras situa\u00e7\u00f5es, as fam\u00edlias. ", "dateCreated": "2019-12-10T11:44:23+01:00", "dateModified": "2020-01-30T17:10:39+01:00", "datePublished": "2020-01-30T16:30:04+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F35%2F61%2F68%2F1440x810_cmsv2_2f191c78-7ce4-5e0a-8d61-864d0f99a870-4356168.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "A agem dos ciclones Idai e Kenneth, em Mo\u00e7ambique, deixaram marcas profundas no pa\u00eds que precisam de tempo, mais do que o esperado, para \u0022sarar\u0022.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F35%2F61%2F68%2F432x243_cmsv2_2f191c78-7ce4-5e0a-8d61-864d0f99a870-4356168.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Pinna", "givenName": "Monica", "name": "Monica Pinna", "url": "/perfis/107", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@_MonicaPinna", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue italienne" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ] }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Idai um ciclone que continua a "sentir-se" por terras moçambicanas

Em parceria comThe European Commission
Idai um ciclone que continua a "sentir-se" por terras moçambicanas
Direitos de autor Monica Pinna
Direitos de autor Monica Pinna
De Monica Pinna
Publicado a
Partilhe esta notícia
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A agem dos ciclones Idai e Kenneth, em Moçambique, deixaram marcas profundas no país que precisam de tempo, mais do que o esperado, para "sarar".

PUBLICIDADE

O Idai e o Kenneth invadiram Moçambique em março e abril de 2019, respetivamente. Foi a primeira vez na história que dois grandes ciclones atingiram o país na mesma época.

O mais destruidor, o Idai de categoria quatro, matou cerca de 600 pessoas e fez mais de 140.000 deslocados.

Juntos, os dois ciclones deixaram 2,2 milhões de pessoas a precisar de assistência humanitária urgente.

Quase um ano após o ciclone varrer a cidade e as suas áreas rurais a Beira ainda mantém as marcas do Idai. 240.000 casas foram destruídas ou ficaram fortemente danificadas. Dezenas de milhares de pessoas ainda vivem em abrigos temporários ou inseguros e os que tiveram a sorte de ver as suas casas poupadas pela intempérie lutam para fazer as reparações necessárias. O Idai mudou a vida a muitos.

Paulo Hau é um dos sobreviventes mas a sua história é triste de contar. Estava em casa quando tudo aconteceu. Uma árvore, conta, caiu em cima da sua casa "no dia 14, dia em que aconteceu o ciclone". Ele e a mulher, que estava grávida de oito meses, estavam a dormir, no quarto, quando "a árvore, de repente, caiu em cima do teto". Um susto para a mulher, grávida, "ficou assustada com aquilo que aconteceu, de repente". Um susto que lhe valeria a vida, "então levámo-la para o hospital e ela e o bebé acabaram por perder a vida", conta este jovem moçambicano.

_Refazer a vida depois do desastre e da perda_

A Organização Internacional para Migrações distribuirá 2.300 kits para ajudar à reconstrução. Durante a primeira fase de resposta a esta calamidade 20.000 kits de emergência foram distribuídos. Agora entrou-se na fase de recuperação.

Jessica Mamo, gestora deste abrigo, construído pela Organização Mundial de Migrações, explicou à euronews que depois da primeira fase, de apoio imediato, se está agora a "distribuir materiais de construção mais duradouros, como telas para o telhado, madeira, ferramentas e cimento para ajudar as famílias, particularmente, nas suas comunidades de origem. Pessoas que não foram deslocadas, para que possam consertar os seus telhados" e começar a renascer «das cinzas».

Paulo está entre as 1300 famílias que receberam os kits no local de distribuição de Nhaconjo, nos arredores da cidade da Beira. Este material ajudá-lo-á a continuar as obras na sua nova casa, construída ao lado da antiga que ficou destruída. Já tem bambu com o qual vai "fazer uma pequena tenda na casa que está muito má" e vai também aproveitá-lo para dar estabilidade ao que está a construir. Em relação ao cimento, vai "aguardar até ter um pouco de dinheiro para comprar blocos" e com continuar a construir a sua nova vida.

_A importância da ajuda do Programa Alimentar Mundial aos deslocados_

O Idai destruiu 715.000 hectares de plantações num país onde quase dois milhões de pessoas viviam já a insegurança alimentar.

No acampamento de Ndedja o Programa Alimentar Mundial dá apoio e ajuda alimentar as pessoas deslocadas. Amândio Fumane, que trabalha para esta organização, explica que dão "uma ração mensal de 40 quilos de cereais, seis quilos de legumes e 4 litros de óleo" e cada famílias continuará a receber alimentos até a próxima safra. Uma ajuda que permite continuar a viver mas não faz esquecer aquilo que o Idai levou. Teresa Naene perdeu a casa, o sustento e alguns dos seus entes queridos:

"Quando o ciclone chegou subi a uma árvore. Eu estava com a minha irmã e os seus dois filhos. Ficamos lá dois dias sem nada para comer. A corrente era tão forte que parte da árvore partiu. A minha irmã e os filhos foram levados", conta.

_Ajudar mas, fundamentalmente, evitar futuras catástrofes_

Ambos os projetos sobre os quais falámos, sobre reconstrução e distribuição de alimentos, são parcialmente financiados pela Ajuda Humanitária da União Europeia. A UE prometeu 200 milhões de euros na conferência internacional de doadores para ajudar o país a fortalecer a sua resistência a desastres naturais. Metade dessa verba sai do Fundo Europeu para o Desenvolvimento e os outros 100 milhões são disponibilizados na forma de empréstimos do Banco Europeu de Investimento. Parte desta verba serve para tentar evitar que catástrofes como estas se produzam no país.

Mathias Eick, da Ajuda Humanitária da União Europeia, explica como se fez a ajuda no seio do bloco forte europeu:

"A redução do risco de desastres e a preparação para desastres são parte integrante da nossa resposta. (...) Por exemplo, transferimos (...) pessoas de um local perigoso para um local mais seguro. E, obviamente, continuaremos a ajudar as autoridades locais neste trabalho abastecendo, antecipadamente, os seus armazéns com bens de assistência, com melhores sistemas para prevenir sobre a chegada de furacões".

As prioridades iniciais de salvar vidas adiaram as metas de desenvolvimento de longo prazo, com o objetivo de tornar autossuficientes e mais resilientes, para futuras situações, as famílias.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notícia

Notícias relacionadas

Ciclone "Eloise" devasta Beira

Ciclone Amphan desaloja 3 milhões na Índia e no Bangladesh

UIm ano após ciclones, apenas 23% da ajuda chegou ao norte do país