{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2019/11/07/winfried-freudenberg-um-heroi-da-resistencia-a-alemanha-dividida" }, "headline": "Winfried Freudenberg, um her\u00f3i da resist\u00eancia \u00e0 Alemanha dividida", "description": "O jovem engenheiro com esp\u00edrito de aventura teve a ideia de fugir num bal\u00e3o de g\u00e1s constru\u00eddo por ele pr\u00f3prio para transpor o Muro de Berlim. Perdeu a vida e deixou para tr\u00e1s a esposa. A hist\u00f3ria inspiradora \u00e9 relatada por Caroline Labusch no livro \u0022Ich hatte gehofft, wir k\u00f6nnen fliegen\u0022", "articleBody": "Atualmente, as partes que restam do Muro de Berlim s\u00e3o uma atra\u00e7\u00e3o tur\u00edstica que espelha o triunfo da reunifica\u00e7\u00e3o, mas h\u00e1 tr\u00eas d\u00e9cadas a hist\u00f3ria de um jovem casal que arriscou tudo para fugir da Alemanha Oriental para Berlim Ocidental teve um final menos feliz. Winfried Freudenberg, um jovem engenheiro com esp\u00edrito de aventura, teve a ideia de fugir num bal\u00e3o de g\u00e1s constru\u00eddo por ele pr\u00f3prio. Em mar\u00e7o de 1989, depois de meses de prepara\u00e7\u00e3o, Winfried e a mulher Sabine estavam preparados para arriscar tudo. Durante a noite come\u00e7aram a encher o bal\u00e3o com g\u00e1s at\u00e9 que algu\u00e9m se apercebeu e chamou a pol\u00edcia. \u0022Os pol\u00edcias avistaram o bal\u00e3o, que j\u00e1 estava inclinado para o oeste e pronto para levantar, mas n\u00e3o viram ningu\u00e9m. Suspeitaram o que se estava a ar. Tinham armas de fogo com eles, mas n\u00e3o se atreveram a disparar, porque cheirava a g\u00e1s e temeram que a casa pr\u00f3xima explodisse\u0022, explicou, em entrevista \u00e0 Euronews, Caroline Labusch, autora do livro \u0022Ich hatte gehofft, wir k\u00f6nnen fliegen.\u0022 Winfried e a mulher Sabine, juntamente com um bal\u00e3o que n\u00e3o estava completamente cheio, s\u00f3 tinham alguns segundos para decidir, como contou Caroline Labusch no livro que escreveu relatando a fuga: \u0022Tinham 30 segundos para decidir o que fazer. Decidiram que Winfried voaria primeiro e que Sabine ficaria para tr\u00e1s. Sabine escondeu-se entre os arbustos e acompanhou a partida.\u0022 Com uma partida t\u00e3o apressada, Winfried ficou \u00e0 merc\u00ea da vontade dos ventos. Sem controlo no bal\u00e3o voou durante cinco horas, sentado numa vassoura cortada presa ao bal\u00e3o. Subiu cinco mil metros, sentindo o frio cortante de 20 graus negativos. O voo terminou na parte Ocidental da cidade, em Berlim Zehlendorf. \u0022Ficou completamente gelado e provavelmente estaria exausto. F\u00edsica e psicologicamente. Tent\u00e1mos calcular como \u00e9 que este voo pode ter corrido e conclu\u00edmos que provavelmente o bal\u00e3o caiu, que Winfried perdeu as for\u00e7as e n\u00e3o aguentou mais. O corpo foi depois encontrado num dos jardins \u00e0 beira do lago\u0022, relatou Caroline Labusch. Com todos os ossos partidos, o sonho de Winfried, de uma nova vida na Alemanha Ocidental, esfumou-se. Lena Roche, Euronews - Se as coisas tivessem corrido bem, de acordo com o planeado, o que \u00e9 que Winfried esperava? \u0022Esperava vender a hist\u00f3ria \u00e0 imprensa, contando o plano de fuga rom\u00e2ntica de um jovem casal com recurso a um bal\u00e3o\u0022, explicou Caroline Labusch. A hist\u00f3ria acabaria por fazer manchetes na Alemanha Ocidental, mas por motivos tr\u00e1gicos. Em Berlim leste, Sabine, a mulher de Winfried, foi presa e interrogada pela Stasi, a pol\u00edcia secreta alem\u00e3 oriental. Ao fim de algumas semanas estava em liberdade. Meses mais tarde, a 9 de novembro, um milagre aconteceu. Caiu o Muro de Berlim. Milhares de alem\u00e3es do leste juntam-se na agem de fronteira Bornholmer Strasse e atravessam a ponte. Ainda em choque, Sabine atravessou finalmente a ponte hist\u00f3rica apenas semanas mais tarde. Lena Roche, Euronews - Pensou em Winfried naquele momento? \u0022Sim. Pensei nele a todo o instante. Foi o que me impediu de ir at\u00e9 l\u00e1. Porque estava morto de certeza, desde que tinha partido em mar\u00e7o. Est\u00e1vamos em novembro. Morreu porque o Muro estava fechado. Penso que ainda estaria vivo se tiv\u00e9ssemos esperado mais alguns meses. Foi muito triste para mim. O que seria se estiv\u00e9ssemos aqui e pud\u00e9ssemos testemunhar o momento-chave? Agora j\u00e1 n\u00e3o pode v\u00ea-lo. Resta a dor e o pesar\u0022, recordou, com tristeza, Sabine Freudenberg, a vi\u00fava do her\u00f3i Winfried Freudenberg. ", "dateCreated": "2019-10-14T15:42:16+02:00", "dateModified": "2019-11-07T17:00:19+01:00", "datePublished": "2019-11-07T17:00:14+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F23%2F10%2F26%2F1440x810_cmsv2_ce4dd208-99f4-5227-8958-a3f706f686d5-4231026.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "O jovem engenheiro com esp\u00edrito de aventura teve a ideia de fugir num bal\u00e3o de g\u00e1s constru\u00eddo por ele pr\u00f3prio para transpor o Muro de Berlim. Perdeu a vida e deixou para tr\u00e1s a esposa. A hist\u00f3ria inspiradora \u00e9 relatada por Caroline Labusch no livro \u0022Ich hatte gehofft, wir k\u00f6nnen fliegen\u0022", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F23%2F10%2F26%2F432x243_cmsv2_ce4dd208-99f4-5227-8958-a3f706f686d5-4231026.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Winfried Freudenberg, um herói da resistência à Alemanha dividida

Winfried Freudenberg, um herói da resistência à Alemanha dividida
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O jovem engenheiro com espírito de aventura teve a ideia de fugir num balão de gás construído por ele próprio para transpor o Muro de Berlim. Perdeu a vida e deixou para trás a esposa. A história inspiradora é relatada por Caroline Labusch no livro "Ich hatte gehofft, wir können fliegen"

PUBLICIDADE

Atualmente, as partes que restam do Muro de Berlim são uma atração turística que espelha o triunfo da reunificação, mas há três décadas a história de um jovem casal que arriscou tudo para fugir da Alemanha Oriental para Berlim Ocidental teve um final menos feliz.

Winfried Freudenberg, um jovem engenheiro com espírito de aventura, teve a ideia de fugir num balão de gás construído por ele próprio.

Em março de 1989, depois de meses de preparação, Winfried e a mulher Sabine estavam preparados para arriscar tudo.

Durante a noite começaram a encher o balão com gás até que alguém se apercebeu e chamou a polícia.

"Os polícias avistaram o balão, que já estava inclinado para o oeste e pronto para levantar, mas não viram ninguém. Suspeitaram o que se estava a ar. Tinham armas de fogo com eles, mas não se atreveram a disparar, porque cheirava a gás e temeram que a casa próxima explodisse", explicou, em entrevista à Euronews, Caroline Labusch, autora do livro "Ich hatte gehofft, wir können fliegen."

Winfried e a mulher Sabine, juntamente com um balão que não estava completamente cheio, só tinham alguns segundos para decidir, como contou Caroline Labusch no livro que escreveu relatando a fuga: "Tinham 30 segundos para decidir o que fazer. Decidiram que Winfried voaria primeiro e que Sabine ficaria para trás. Sabine escondeu-se entre os arbustos e acompanhou a partida."

Com uma partida tão apressada, Winfried ficou à mercê da vontade dos ventos. Sem controlo no balão voou durante cinco horas, sentado numa vassoura cortada presa ao balão. Subiu cinco mil metros, sentindo o frio cortante de 20 graus negativos. O voo terminou na parte Ocidental da cidade, em Berlim Zehlendorf.

"Ficou completamente gelado e provavelmente estaria exausto. Física e psicologicamente. Tentámos calcular como é que este voo pode ter corrido e concluímos que provavelmente o balão caiu, que Winfried perdeu as forças e não aguentou mais. O corpo foi depois encontrado num dos jardins à beira do lago", relatou Caroline Labusch.

Com todos os ossos partidos, o sonho de Winfried, de uma nova vida na Alemanha Ocidental, esfumou-se.

Lena Roche, Euronews - Se as coisas tivessem corrido bem, de acordo com o planeado, o que é que Winfried esperava?

"Esperava vender a história à imprensa, contando o plano de fuga romântica de um jovem casal com recurso a um balão", explicou Caroline Labusch.

A história acabaria por fazer manchetes na Alemanha Ocidental, mas por motivos trágicos. Em Berlim leste, Sabine, a mulher de Winfried, foi presa e interrogada pela Stasi, a polícia secreta alemã oriental.

Ao fim de algumas semanas estava em liberdade. Meses mais tarde, a 9 de novembro, um milagre aconteceu. Caiu o Muro de Berlim. Milhares de alemães do leste juntam-se na agem de fronteira Bornholmer Strasse e atravessam a ponte. Ainda em choque, Sabine atravessou finalmente a ponte histórica apenas semanas mais tarde.

Lena Roche, Euronews - Pensou em Winfried naquele momento?

"Sim. Pensei nele a todo o instante. Foi o que me impediu de ir até lá. Porque estava morto de certeza, desde que tinha partido em março. Estávamos em novembro. Morreu porque o Muro estava fechado. Penso que ainda estaria vivo se tivéssemos esperado mais alguns meses. Foi muito triste para mim. O que seria se estivéssemos aqui e pudéssemos testemunhar o momento-chave? Agora já não pode vê-lo. Resta a dor e o pesar", recordou, com tristeza, Sabine Freudenberg, a viúva do herói Winfried Freudenberg.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Ex-MNE da Alemanha eleita Presidente da Assembleia-Geral da ONU

Rússia está a tentar ganhar tempo nas negociações de paz com a Ucrânia, diz a Alemanha

Manifestação pró-Palestina em Berlim termina com feridos e detenções