{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2019/10/28/cintia-gil-diretora-do-doclisboa-nenhum-festival-e-apolitico" }, "headline": "C\u00edntia Gil, diretora do DocLisboa: \u0022Nenhum festival \u00e9 apol\u00edtico\u0022", "description": "Um filme tailand\u00eas e uma hist\u00f3ria de futebol foram os grandes vencedores do festival lisboeta de document\u00e1rios", "articleBody": "Pelos ecr\u00e3s do DocLisboa 2019 aram mais de 300 filmes de 48 pa\u00edses. Nesta edi\u00e7\u00e3o, a \u00faltima dirigida por C\u00edntia Gil, o grande vencedor veio da Tail\u00e2ndia. \u201cSantikhiri Sonata\u201d, galardoado com o pr\u00e9mio da competi\u00e7\u00e3o internacional, fala sobre um conflito que dura h\u00e1 mais de 30 anos entre duas comunidades no norte do pa\u00eds. Thunska Pansittivorakul, autor do filme, contou \u00e0 Euronews como conseguiu realizar esta obra em condi\u00e7\u00f5es adversas: \u0022Foi um processo dif\u00edcil, porque as pessoas n\u00e3o podiam dizer aquilo que quer\u00edamos que dissessem. Por isso encen\u00e1mos um pequeno filme para elas, assim, poderem dizer as coisas importantes. De outra forma, poderiam ir presas.\u0022 Este foi um dos muitos filmes com uma mensagem pol\u00edtica a ar no festival. O DocLisboa quis tamb\u00e9m marcar uma posi\u00e7\u00e3o face ao governo de Bolsonaro ao exibir filmes como \u201cA nossa bandeira nunca ser\u00e1 vermelha\u201d, de Pablo L\u00f3pez Guelli, ou \u201cChico, artista brasileiro\u201d, de Miguel Faria J\u00fanior, que o executivo brasileiro impediu de ar num festival no Uruguai. Para a diretora do festival, C\u00edntia Gil, este marcar de posi\u00e7\u00e3o surge como algo natural: \u201cNenhum festival art\u00edstico pode n\u00e3o ser pol\u00edtico, porque a pol\u00edtica faz parte da arte. Toda a arte \u00e9 pol\u00edtica, toda a escolha de rela\u00e7\u00e3o art\u00edstica, criativa e imaginativa com o real \u00e9 uma escolha pol\u00edtica. H\u00e1 duas maneiras de lidar com isto: ou n\u00e3o falamos no assunto e fazemos de conta que somos neutros, quando sabemos bem que isso n\u00e3o existe, ou assumimos isso e fazemos disso uma mat\u00e9ria de trabalho, partilhamos com o nosso p\u00fablico e falamos disso abertamente. Preferimos essa via\u201d, explicou. \u201cViveiro\u201d, de Pedro Filipe Marques, venceu o pr\u00e9mio principal da competi\u00e7\u00e3o portuguesa. O filme \u00e9 inteiramente ado dentro de um campo de futebol numa aldeia do norte de Portugal e retrata o dia-a-dia dos funcion\u00e1rios do clube local e das crian\u00e7as que v\u00eam aqui dar os primeiros pontap\u00e9s na bola. \u201cEstamos l\u00e1, amos tempo com eles e captamos v\u00e1rias horas dos seus dias. As coisas mais banais, desde os sil\u00eancios \u00e0s conversas que t\u00eam, quando chegam, quando se v\u00e3o embora\u2026 Pequenas coisas. No fim, temos todo o material e a partir da\u00ed constru\u00edmos o filme\u201d, contou o realizador \u00e0 Euronews. Al\u00e9m das competi\u00e7\u00f5es nacional e internacional, este DocLisboa foi tamb\u00e9m muito feito de ciclos. Por aqui ou um ciclo sobre a vida de m\u00fasicos (Heart Beat), uma retrospectiva do cinema documental da Alemanha de Leste ou ainda uma homenagem \u00e0 realizadora libanesa recentemente falecida Jocelyne Saab, autora de v\u00e1rios filmes sobre a situa\u00e7\u00e3o do M\u00e9dio Oriente. Apoio \u00e0 produ\u00e7\u00e3o desta reportagem: Jo\u00e3o Tavares, Gon\u00e7alo Borges e Diana Matias \u2013 Imagem Agradecimento: C\u00edntia Gil, Teresa Vieira ", "dateCreated": "2019-10-27T22:49:20+01:00", "dateModified": "2019-10-28T12:40:31+01:00", "datePublished": "2019-10-28T12:39:05+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F26%2F25%2F98%2F1440x810_cmsv2_378d1eff-caee-5df5-a9af-b4c74aa4b99b-4262598.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "O DocLisboa 2019 incluiu um tributo p\u00f3stumo \u00e0 cineasta libanesa Jocelyne Saab. ", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F26%2F25%2F98%2F432x243_cmsv2_378d1eff-caee-5df5-a9af-b4c74aa4b99b-4262598.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Marques, Francisco", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Figueira", "givenName": "Ricardo", "name": "Ricardo Figueira", "url": "/perfis/258", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@rfigueira", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Cíntia Gil, diretora do DocLisboa: "Nenhum festival é apolítico"

O DocLisboa 2019 incluiu um tributo póstumo à cineasta libanesa Jocelyne Saab.
O DocLisboa 2019 incluiu um tributo póstumo à cineasta libanesa Jocelyne Saab.
Direitos de autor 
De Ricardo Figueira & Gonçalo Borges (imagem)
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Um filme tailandês e uma história de futebol foram os grandes vencedores do festival lisboeta de documentários

PUBLICIDADE

Pelos ecrãs do DocLisboa 2019 aram mais de 300 filmes de 48 países. Nesta edição, a última dirigida por Cíntia Gil, o grande vencedor veio da Tailândia.

“Santikhiri Sonata”, galardoado com o prémio da competição internacional, fala sobre um conflito que dura há mais de 30 anos entre duas comunidades no norte do país.

Thunska Pansittivorakul, autor do filme, contou à Euronews como conseguiu realizar esta obra em condições adversas: "Foi um processo difícil, porque as pessoas não podiam dizer aquilo que queríamos que dissessem. Por isso encenámos um pequeno filme para elas, assim, poderem dizer as coisas importantes. De outra forma, poderiam ir presas."

Este foi um dos muitos filmes com uma mensagem política a ar no festival. O DocLisboa quis também marcar uma posição face ao governo de Bolsonaro ao exibir filmes como “A nossa bandeira nunca será vermelha”, de Pablo López Guelli, ou “Chico, artista brasileiro”, de Miguel Faria Júnior, que o executivo brasileiro impediu de ar num festival no Uruguai.

Para a diretora do festival, Cíntia Gil, este marcar de posição surge como algo natural: “Nenhum festival artístico pode não ser político, porque a política faz parte da arte. Toda a arte é política, toda a escolha de relação artística, criativa e imaginativa com o real é uma escolha política. Há duas maneiras de lidar com isto: ou não falamos no assunto e fazemos de conta que somos neutros, quando sabemos bem que isso não existe, ou assumimos isso e fazemos disso uma matéria de trabalho, partilhamos com o nosso público e falamos disso abertamente. Preferimos essa via”, explicou.

“Viveiro”, de Pedro Filipe Marques, venceu o prémio principal da competição portuguesa.

O filme é inteiramente ado dentro de um campo de futebol numa aldeia do norte de Portugal e retrata o dia-a-dia dos funcionários do clube local e das crianças que vêm aqui dar os primeiros pontapés na bola.

“Estamos lá, amos tempo com eles e captamos várias horas dos seus dias. As coisas mais banais, desde os silêncios às conversas que têm, quando chegam, quando se vão embora… Pequenas coisas. No fim, temos todo o material e a partir daí construímos o filme”, contou o realizador à Euronews.

Além das competições nacional e internacional, este DocLisboa foi também muito feito de ciclos. Por aqui ou um ciclo sobre a vida de músicos (Heart Beat), uma retrospectiva do cinema documental da Alemanha de Leste ou ainda uma homenagem à realizadora libanesa recentemente falecida Jocelyne Saab, autora de vários filmes sobre a situação do Médio Oriente.

/ Festa TECHNOBOSS _ ? Gonçalo Castelo Soares

Publiée par doclisboa sur Dimanche 27 octobre 2019

Apoio à produção desta reportagem:

João Tavares, Gonçalo Borges e Diana Matias – Imagem
Agradecimento: Cíntia Gil, Teresa Vieira

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Tailândia promete controlo mais rigoroso da canábis à medida que aumentam os casos de contrabando entre turistas

Magnata tailandês e engenheiros acusados de provocar queda fatal de edifício em Banguecoque

Estátuas budistas na Tailândia salpicadas de água no início do festival de Ano Novo Songkran